"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Singles Bar #57








THE WILD SWANS
The Revolutionary Spirit
[Zoo, 1982]




Ao contrário dos vizinhos de Manchester, condicionados pelo ambiente industrial que se reflectia na austeridade da música produzida, os post-punkers de Liverpool eram, por norma, mais apegados a um certo classicismo pop. Echo & The Bunnymen, The Teardrop Explodes, e Wah! Heat, compõem o trio que mais se destacou em tal período na cidade junto ao estuário do Mersey. Porém, em era de fervilhar de actividade musical, é natural que a terra que pariu os Beatles tenha gerado muitos outros projectos dignos de menção, alguns deles engolidos pela voragem do tempo. Entre estes, os fugazes The Wild Swans, que deixaram como único registo oficial na primeira existência o single The Revolutionary Spirit. Embora os membros das várias encarnações se tenham envolvido em bandas de projecção variável, tais como Care, The Lotus Eaters, The Lightning Seeds, ou The Icicle Works, é este magro legado que lhes garante um pequeno capítulo na história musical da cidade. Isto porque "The Revolutionary Spirit" tem sido constantemente referido como tema de referência tanto na produção post-punk, como no lançamento das bases de uma genealogia indie-pop britânica, ao ponto de ser amiúde incluído em compilações que abordam tais "temáticas". Embora menos contemplativos que os Bunnymen, os Wild Swans evidenciam pontos de contacto com a banda de Ian McCulloch, evidentes no lirismo que denuncia a leitura dos clássicos românticos. Contudo, enveredam por um imediatismo pop mais flagrante, com melodias imaculadas e guitarras cristalinas, que contrasta com a grandiloquência daqueles.
Presentemente no activo pela terceira vez, os Wild Swans têm na calha um novo álbum. Quem sabe - e deixem-me ser optimista -, se não será este o veículo para o reconhecimento tardio de uma banda que, numa primeira aparição, delineou alguns traços muita da expressão pop britânica subsequente. 

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