"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 7 de novembro de 2010

Os bois pelos nomes
















Tempos houve em que os concertos na ZdB se atrasavam horas. Suponho que a frequente espera teria como objectivo que a exígua sala da Rua da Barroca ficasse mais composta de público pouco dado ao cumprimento de horários. Entretanto mudaram os tempos, e a ZdB é agora destino de um número crescente de pessoas, no sentido inverso da abundância de propostas de interesse. Nestes novos tempos tornou-se praticamente impossível a aquisição de bilhetes nos instantes imediatamente anteriores aos concertos. Como o tempo disponível nem sempre abunda, encontrei solução na reserva de bilhetes por via telefónica, prática assídua nos últimos meses. Para além de nos ser requerida a comparência com 15 minutos de avanço em relação à hora do espectáculo a fim de levantar os ingressos reservados, no contacto com a voluntariosa telefonista, é-nos também solicitado um contacto para, supõe-se, comunicação de algum imprevisto. Com qualquer coisa como três semanas de antecedência, foi este o procedimento por mim adoptado para o concerto de Scout Nibblett que teve lugar na noite de passada sexta-feira, e ao qual pretendia assistir na companhia de várias pessoas amigas. Digo "pretendia", porque, no ínterim, a gerência da casa lembrou-se de que aquela era a data de comemoração do 16.º aniversário. Vai daí, e sem pré-aviso, a hora para levantamento dos bilhetes foi antecipada em meia hora, mais precisamente para as 21h45m (adaptação livre à hora de Inverno, ou apenas porque em dia de festa haveria muitos amigos para beber à conta?). A "boa nova" é-me transmitida pelo rapazola atrás da secretária, com uma expressão de quem a sorte lhe tem sido madrasta, seguida de um eloquente "Não queria que eu ligasse a 100 pessoas?". A atitude, eventualmente merecedora de procedimento disciplinar na Administração Pública, teve deste interlocutor resposta ao mesmo baixo nível: "Sendo egoísta, bastar-me-ia que me ligasse a mim.". O esgrimir de argumentos seguiu-se por breves instantes, ainda com a mediação de uma moça presente (a telefonista?), com a cordialidade e a simpatia que faltavam ao colega, mas que, nada resolveu.

Ao longo dos anos que levo de frequência da ZdB, já tinha detectado em quem a gere presentemente algum sectarismo elitista e/ou autista. Mas nada que me incomode sobremaneira, quando apenas ali me dirijo para um bom concerto, dois dedos de conversa, e dois copos (pagos em moeda corrente). Total novidade é que essa mesma casa que já nos proporcionou concertos inolvidáveis esteja agora entregue às mãos de gente que desconhece os mais básicos princípios éticos. Parafraseando Renato Russo, vamos então celebrar a estupidez humana:


The Smiths _ "Unhappy Birthday" [Rough Trade, 1987]

3 comentários:

Miss C. disse...

Enfim. Ocorrem-me uns quantos adjectivos para classificar o ocorrido mas, a bem da decência, ficam por partilhar.
Só lá volto quando houver nova gerência.

Sérgio Hydalgo disse...

A política de reservas da Galeria Zé dos Bois é, deste há vários anos, clara: as reservas são guardadas até 15 minutos antes do início de cada concerto.

O concerto de dia 5 de Novembro esteve SEMPRE anunciado para as 22h00. Assim, todas as reservas, sem excepção, foram libertadas a partir das 21h45.

M.A chegou à ZDB às 22h25, 30 minutos após a hora combinada...

Sérgio Hydalgo, programador ZDBmuzique

M.A. disse...

M.A., para quem a política de reservas da ZdB era clara, chegou à ZdB às 22h18m, três minutos após a hora indicada por via telefónica aquando da reserva, e não os tais QUARENTA. Ou seja, 12 minutos antes da hora (pelo menos no dia da reserva) indicada na página oficial da internet a anunciar o concerto. Perante a falta de coerência, e a fim de evitar situações semelhantes, sugiro que, futuramente, passem a gravar as chamadas respeitantes às reservas.