"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Surf nas veias

 
Foto: Greg Granaghan

A Florida é terra de sol e de mar. Por inerência, é também terra de surf. Aqui, por surf, entenda-se a actividade desportiva e não o "género" musical. Esse, sabem-no os melómanos mais "académicos", tem ancoradouro no extremo oposto dos states, mais concretamente em terras californianas. Porém, de há uns tempos a esta parte, têm surgido neste estado da Costa Leste bandas apostadas em explorar o filão deste abastardado do genuíno rock'n'roll. Foi destas paragens que veio o quarteto The Drums, agora emigrado na terra das oportunidades de Brooklyn. E é de lá, mais propriamente de Palm Beach, que chegam os Surfer Blood, seus compinchas de estrada em diversas ocasiões. Se aqueles têm uma abordagem mais ortodoxa, explícita nas melodias simplistas e tremendamente orelhudas, os Surfer Blood partem da matriz surf music para a elaboração de temas mais encorpados e complexos. Da miscigenação nascem por vezes canções aparentadas da pop "cósmica" da Band of Horses, ou até do dramatismo bigger-than-life dos Interpol que interessam - os dos primórdios. No entanto, a música dos Surfer Blood é percorrida por um desleixe propositado (olá Pavement!) que afasta a seriedade e preserva a frescura. As evidências estão no álbum-debute Astro Coast, conjunto de dez temas lançado recentemente pela diminuta Kanine Records que atesta a boa saúde momentânea da pop de guitarras.


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