Uma nova rubrica de periodicidade irregular em louvor daqueles que partiram deixando marca indelével da sua passagem por este mundo.
JOHN McGEOCH
[1955-2004]
[1955-2004]
Embora caracterizado pelo radicalismo experimentalista, o período post-punk não rejeitou em absoluto as qualidades técnicas dos seus protagonistas. No capítulo das seis cordas, Ketih Levene (Public Image Ltd.) e Andy Gill (Gang of Four) são dois dos mais destacados executantes. A estes, porém, sobrepõe-se John McGeoch, guitarrista que, além de ter colaborado em alguns dos mais importantes projectos do "movimento", viu a sua técnica ser admirada e/ou copiada por notáveis que lhe sucederam, tais como The Edge, Johnny Marr, Dave Navarro, ou Jonny Greenwood.
Nascido na Escócia, onde passou a infância, John Alexander McGeoch mudou-se com a família para a capital inglesa em plena adolescência. Aquando do auge do furacão punk, o jovem John era estudante universitário na cidade de Manchester. Foi aí que um amigo comum o apresentou a Howard Devoto, este acabado de abandonar os Buzzcocks. Juntos criaram as bases dos Magazine, a banda que Devoto tinha em mente para ir além das limitações dos três acordes do punk. Ao primeiro álbum (Real Life de 1978), a banda logrou alcançar os seus intentos, injectando de ambição artística um período em que a rudeza era palavra de ordem. A crítica foi unânime na aclamação e o público teve uma reacção relativamente positiva. Com o decorrer do tempo, o entusiasmo de McGeoch foi esmorecendo, até ao ponto da ruptura definitiva após a edição do terceiro álbum, o igulamente superlativo The Correct Use Of Soap (1980). Na parte final da sua permanência nos Magazine, McGeoch aceitou o convite (juntamente com outros colegas de banda) para colaborar nos Visage, veículo synthpop do "carreirista" Steve Strange. Embora este tenha sido o projecto mais bem sucedido comercialmente em que McGeoch se envolveu, foi aquele em que a sua colaboração foi mais discreta.
Com o abandono dos Magazine, iniciou novo capítulo como membro de pleno direito nos The Banshees, com os quais gravou três álbuns. O período passado sob o comando de Siouxsie Sioux coincide com o pico criativo da banda e, porventura, com o auge da carreira de McGeoch. Após um colapso nervoso motivado pelo stress da preenchida agenda de concertos, e pela ingestão abusiva de bebidas alcoólicas, Siouxsie viu-se obrigada a prescindir dos seus serviços.
Em 1983, reuniu-se com o baterista John Doyle, antigo companheiro nos Magazine, e com ex-elementos dos escoceses The Skids para formar The Armoury Show, banda de existência breve com a qual gravaria o álbum Waiting For The Floods (1985), bem recebido pela crítica mas ignorado pelo público. Em 1986, a atravessar dificuldades económicas, e juntamente com Doyle, aceitou o convite de John Lydon para integrar a formação dos Public Image Ltd., com os quais ficou até à dissolução em 1992, tornado-se assim o membro mais duradouro na banda além do próprio Lydon. Ironicamente, a passagem de McGeoch pelos PiL coincidiu com a fase mais desinteressante daquela que terá sido a mais emblemática banda do post-punk.
A partir de 1995 e até à data da sua morte, que surgiu de forma inesperada durante o sono, abraçou uma carreira de enfermeiro. Neste período, a produção musical resumiu-se a colaborações pontuais com John Keeble (Spandau Ballet) e Glenn Gregory (Heaven 17), e algumas peças por encomenda de canais televisivos.
Nascido na Escócia, onde passou a infância, John Alexander McGeoch mudou-se com a família para a capital inglesa em plena adolescência. Aquando do auge do furacão punk, o jovem John era estudante universitário na cidade de Manchester. Foi aí que um amigo comum o apresentou a Howard Devoto, este acabado de abandonar os Buzzcocks. Juntos criaram as bases dos Magazine, a banda que Devoto tinha em mente para ir além das limitações dos três acordes do punk. Ao primeiro álbum (Real Life de 1978), a banda logrou alcançar os seus intentos, injectando de ambição artística um período em que a rudeza era palavra de ordem. A crítica foi unânime na aclamação e o público teve uma reacção relativamente positiva. Com o decorrer do tempo, o entusiasmo de McGeoch foi esmorecendo, até ao ponto da ruptura definitiva após a edição do terceiro álbum, o igulamente superlativo The Correct Use Of Soap (1980). Na parte final da sua permanência nos Magazine, McGeoch aceitou o convite (juntamente com outros colegas de banda) para colaborar nos Visage, veículo synthpop do "carreirista" Steve Strange. Embora este tenha sido o projecto mais bem sucedido comercialmente em que McGeoch se envolveu, foi aquele em que a sua colaboração foi mais discreta.
Com o abandono dos Magazine, iniciou novo capítulo como membro de pleno direito nos The Banshees, com os quais gravou três álbuns. O período passado sob o comando de Siouxsie Sioux coincide com o pico criativo da banda e, porventura, com o auge da carreira de McGeoch. Após um colapso nervoso motivado pelo stress da preenchida agenda de concertos, e pela ingestão abusiva de bebidas alcoólicas, Siouxsie viu-se obrigada a prescindir dos seus serviços.
Em 1983, reuniu-se com o baterista John Doyle, antigo companheiro nos Magazine, e com ex-elementos dos escoceses The Skids para formar The Armoury Show, banda de existência breve com a qual gravaria o álbum Waiting For The Floods (1985), bem recebido pela crítica mas ignorado pelo público. Em 1986, a atravessar dificuldades económicas, e juntamente com Doyle, aceitou o convite de John Lydon para integrar a formação dos Public Image Ltd., com os quais ficou até à dissolução em 1992, tornado-se assim o membro mais duradouro na banda além do próprio Lydon. Ironicamente, a passagem de McGeoch pelos PiL coincidiu com a fase mais desinteressante daquela que terá sido a mais emblemática banda do post-punk.
A partir de 1995 e até à data da sua morte, que surgiu de forma inesperada durante o sono, abraçou uma carreira de enfermeiro. Neste período, a produção musical resumiu-se a colaborações pontuais com John Keeble (Spandau Ballet) e Glenn Gregory (Heaven 17), e algumas peças por encomenda de canais televisivos.
Magazine
"Shot By Both Sides" [Virgin, 1978]
Visage
"Fade To Grey" [Polydor, 1980]
Siouxsie & The Banshees
"Christine" [Polydor, 1980]
The Armoury Show
"We Can Be Brave Again" [Parlophone, 1985]
Public Image Ltd.
"Seattle" [Virgin, 1987]
2 comentários:
Bem merece o reconhecimento deste post.
Pois para além de ter criado o som dos Magazine, o meu periodo favorito dos The Banshees é com ele.
Abraço
Merecida homenagem. Gosto muito do trabalho dele nos Magazine e nos Banshees. O riff de guitarra em "Shot by both sides" é pioneiro.
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