THE REPLACEMENTS
Let It Be
[Twin/Tone, 1984]
Let It Be
[Twin/Tone, 1984]
O April Skies não poderia deixar passar em claro o quarto de século desde a edição de Let It Be, obra seminal dos Replacements, banda filha da mesma Minneapolis que pariu os Hüsker Dü, seus contemporâneos e "rivais". Tão icónica quanto a imagem que ilustra a capa, a música contida em Let It Be, como poucas, deixou descendências nos mais variados quadrantes, seja a facção hard-rock/hair-metal da segunda metade de oitentas, seja o contigente grunge que lhe sucedeu, seja ainda uma boa parte da legião altern-rock ianque de noventas.
Nascidos em berço hardcore, os Replacements tinham nos genes características que os distinguiam dos seus pares, tais como um certo enraizamento na tradição musical norte-americana, ou a propensão para o consumo pouco moderado de bebidas alcoólicas, o que, normalmente, resultava em concertos caóticos. Terá sido, inclusive, esta negação das regras que terá sabotado os planos dos Mats - como eram carinhosamente tratados pelos seguidores - de uma eventual escalada no ascensor do estrelato. Em todo o caso, neste quarto álbum de originais (e numa boa parte dos que lhe seguiram) vislumbra-se uma banda menos apostada em tocar rápido e furiosamente, mas mais preocupada em criar canções envolventes, emocionais e ambiciosas, que tanto resultam no isolamento de um quarto como nas maiores arenas rock. Sem abdicar em absoluto com a sua genealogia punk, os Mats oferecem em Let It Be um conjunto de canções que flirtam sem quaisquer preconceitos com o hard-rock e o rock tradicional de raízes blues. Em Paul Westerberg revela-se um dos mais dotados escritores de canções que música popular conheceu desde então, autor de hinos intemporais como os que se apresentam:
Nascidos em berço hardcore, os Replacements tinham nos genes características que os distinguiam dos seus pares, tais como um certo enraizamento na tradição musical norte-americana, ou a propensão para o consumo pouco moderado de bebidas alcoólicas, o que, normalmente, resultava em concertos caóticos. Terá sido, inclusive, esta negação das regras que terá sabotado os planos dos Mats - como eram carinhosamente tratados pelos seguidores - de uma eventual escalada no ascensor do estrelato. Em todo o caso, neste quarto álbum de originais (e numa boa parte dos que lhe seguiram) vislumbra-se uma banda menos apostada em tocar rápido e furiosamente, mas mais preocupada em criar canções envolventes, emocionais e ambiciosas, que tanto resultam no isolamento de um quarto como nas maiores arenas rock. Sem abdicar em absoluto com a sua genealogia punk, os Mats oferecem em Let It Be um conjunto de canções que flirtam sem quaisquer preconceitos com o hard-rock e o rock tradicional de raízes blues. Em Paul Westerberg revela-se um dos mais dotados escritores de canções que música popular conheceu desde então, autor de hinos intemporais como os que se apresentam:
"I Will Dare"
"Unsatisfied"
"Sixteen Blue"
3 comentários:
Este mora cá em casa. Não sou tão admirador desta banda como tu, mas reconheço a importância que eles tiveram no panorama musical.
Este, como muitos outros da cena rock indie americana, não despertaram a minha atenção na altura, também porque a divulgação não era o que é hoje. Nos 80s quedei-me mais pelo que vinha da cena pós-punk britânica e como foi uma década em que embirrei com muita música que se fez e divulgou, acabei por deixar de ligar à novidades musicais. Mas sem dúvida que uma parte significativa da música da década de 90 não se compreende sem estes The Replacements, assim como sem os Hüsker Dü e os REM nos seus primórdios.
Um abraço
Sem esquecer os Sonic Youth e os Dinosaur Jr., é claro.
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