"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

EM ESCUTA #18

LIARS
Liars (Mute, 2007)

Depois das experiências conceptuais (e incompreendidas) dos dois registos anteriores - temáticas em They Were Wrong So We Drowned, sonoras em Drum's Not Dead -, os Liars voltam a baralhar todos aqueles que seguem a sua carreira, criando o álbum mais atípico e diversificado até à data.
Senão vejamos: "Plaster Casts Of Everything" e "Cycle Time" vão sacar riffs pesadões a um certo rock dos setentas; "Houseclouds", com batida dançante e voz em falsetto, é um número de hip hop transviado digno de um Beck de outras eras; os abstraccionismos de "Leather Prowler" e "The Dumb In The Rain" são um claro sinal da relação de proximidade estabelecida com os Deerhunter em digressões conjuntas; "Sailing To Byzantium", em regime downtempo, introduz a palavra beleza no lêxico dos Liars; "Freak Out" e "Pure Unevil" poderiam muito bem ter saído das sessões de Psychocandy dos Mary Chain; "Protection", com carradas de órgão, encerra o disco em tom contemplativo e poderá apontar algumas pistas para o futuro... ou não...
Como elemento unificador do todo, as texturas dos onze temas de Liars dão um especial ênfase às guitarras.
Já com quatro discos no activo, todos diferentes entre si, e por paradoxal que isso possa parecer, diria que é esta errância que faz dos Liars uma das bandas mais coesas e fascinantes deste novo século. Um dia, acreditem, tudo irá fazer muito sentido.

1 comentário:

Shumway disse...

Em plena sintonia :)
Ainda bem que há grupos assim, para nos surpreenderem constantemente.
Abraço