Houve um tempo em que, no mundo da canção pop, as vozes e as palavras atiravam para segundo plano a imagem dos músicos e das bandas. Apesar da ditadura do superficial que vigora no momento presente, uns quantos desalinhados teimam em lembrar-nos que esse tempo existiu de facto.
Aquilo que lhes trago hoje é um desses bravos resistentes, para amanhã fica prometido outro.
Os primeiros sinais de alguma visibilidade de RICHARD HAWLEY no mundo da música deram-se enquanto membro dos Longpigs, banda da segunda linha da britpop. Após o final desta aventura, mergulhado numa espiral de drogas e álcool, Hawley recebe o convite do amigo Jarvis Coccker para fazer parte da formação de palco dos Pulp nos espectáculos de promoção a This Is Hardcore.
Enquanto se torna um guitarrista de sessão cujos serviços são basatante requisitados por outros músicos, Hawley inicia também um carreira a solo, já com vários discos editados, todos eles marcados por uma voz profunda de crooner, numa indisfarçada devoção a Lee Hazlewood e Scott Walker.
O recém-editado Lady's Bridge (Mute) é já o quinto desses discos. Nele encontramos mais onze canções de recorte clássico, entre as quais mais um punhado de odes apaixonadas a Sheffield, a cidade-natal. A reboque do delicioso single "Tonight The Streets Are Ours", Lady's Bridge viu-se catapultado para os lugares cimeiros dos tops britânicos, o que, para quem há uns anos ponderava abandonar a música, não é nada mau.
2 comentários:
Curiosamente ou talvez não, ando há séculos para escrever um post sobre este cavalheiro, que merece loas e trompetas e tapetes vermelhos. É actualmente um dos meus cantores preferidos, um crooner no melhor sentido do termo que escreve grandes canções com arranjos "impecábeis". Não há nenhum disco dele de que não goste (e tenho-os todos, EPs incluídos), mas o meu preferido ainda é o Lowedges, para mim um dos grandes discos dos últimos anos. O Lady's bridge para já anda a ser ouvido aos soluços...
Abraço
Ainda não consegui ouvir este último disco, só ouvi o single.
Mas o destaque é mais que merecido.
Os três discos anteriores são notáveis.
Abraço
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