"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

SANTUÁRIO ABENÇOADO

Para além de editar música nova, a editora Sanctuary é também responsável pela reedição de autênticas pérolas de autores mais ou menos esquecidos que, de outra forma, nós consumidores ávidos de música não poderíamos usufruir. Assim de repente, posso referir que foi esta e editora responsável por compilações recentes e bastante abrangentes de três bandas da lendária Creation: Slowdive, Swervedriver e The Boo Radleys. Mas o assunto deste post é outro. Ou melhor são outros, mais concretamente três discos que tive oportunidade de adquirir recentemente a um preço convidativo e que, de certa forma, ajudam a compor o retrato da música dos anos 1970 em geral e do punk em particular.

THE MODERN LOVERS
The Modern Lovers (1976)

Banda americana anterior ao nascimento do punk, liderada por um eterno adolescente na pessoa de Jonathan Richman, os Modern Lovers tinham também nas suas fileiras Jerry Harrison, mais tarde membro dos Talking Heads. Este disco, gravado em 1973 e apenas editado três anos mais tarde, é um verdadeiro clássico da música popular, independentemente da era e do género. Com temas da excelência de Roadrunner, Pablo Picasso, ou She Cracked, é uma forte influência na obra de bandas como Galaxie 500, Beat Happening e mais uma míriade de nomes filiados no lo-fi. Para além do som cru e de uma certa filosofia do it yourself, a categorização da banda como proto-punk parece um bocado forçada, pois as canções de Richman têm um ar frágil e confessional que não se encontra nas bandas que lhes sucederam.


THE UNDERTONES
The Undertones (1979)
Banda punk proveniente da Irlanda do Norte, os Undertones têm neste seu primeiro registo o grande ponto de interresse. Adorados por John Peel, que considerou Teenage Kicks o melhor single de sempre, praticavam um som bastante distinto dos seus contemporâneos, caracterizado por uma certa ingenuidade e um apelo pop que só tinha paralelo nos Buzzcocks. Após este disco, o vocalista Feargal Sharkey abandonou a banda para se dedicar a para se dedicar a uma carreira a solo, a qual rendeu algumas piroseiras que aqueles com mais de 30 anos infelizmente ainda recordarão.


X-RAY SPEX
Germ Free Adolecents (1978)
Banda londrina, liderada pela figura carismática de Poly Styrene, os X-Ray Spex foram dos primeiros a por a palavra funk depois da palavra punk. Com uma forte imagem visual, da qual Karen O é certamente devedora, abordavam temas como feminismo, a sociedade de consumo e a sexualidade em faixas de grande pendor dançante como Art-I-Ficial, Identity, ou I Am A Poseur. Passados quase trinta anos, o que mais surpreende neste disco é o facto de permanecer completamente actual, quer pela sonoridade, quer pelas temáticas abordadas

5 comentários:

Joe disse...

o 1º dos modern lovers é uma pérola! e o jonathan richman é um personagem a quem a história ainda tem que fazer justiça...

M.A. disse...

Também acho que sim. Mas duvido que isso venha a acontecer, infelizmente.

O Puto disse...

Lembrei-me dos X-Ray Spex quando falei dos Love Is All.

Joe disse...

Tb falei deles há uns tempos, a propósito dos "filhos" Classix Nouveaux. Eram uns tipos muito à frente...

joao disse...

desconheco x-ray spex e parece-me bastante interessante. vou ja ja agora mesmo investigar