"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

sábado, 9 de agosto de 2014

Batcave
















Aproveitamos a viagem até à Nova Zelândia do último post e ficamos por lá mais um pouco. Não é que no distante arquipélago estejam a ocorrer novidades em número comparável ao da vizinha Austrália, mas toda e qualquer reedição das pérolas do baú da Flying Nun Records é sempre digna de nota neste blogue. Aproveitamos a deixa para uma breve referência à edição expandida de Anthology, a compilação de 2002 que resumia a primeira vida dos The Clean, banda que foi pedra-de-toque no chamado Dunedin Sound mesmo sem ter editado qualquer álbum, mas espalhando a sua influência além-fronteiras para bandas como Yo La Tengo ou Pavement. Quando suspenderam actividades abruptamente em 1982 (só as retomariam no começo da década seguinte), o baixista Robert Scott fundou os The Bats, banda de formação mais ou menos estável que tem mantido uma actividade regular nestes mais de trinta anos, algo que não podemos dizer de outros notáveis do catálogo da mítica editora, como The Chills e The Verlaines. O nível qualitativo em alta tem sido também uma constante, e o último álbum Free All The Monsters (2011) é mesmo um dos melhores espécimes da pop amadurecida e outonal do passado recente.

Até ao aprimorar daquele último registo foi um longo caminho, como de resto se pode aferir pelo conjunto de reedições recentemente levadas a cabo pela incansável Captured Tracks. De uma penada, a editora nova-iorquina acaba de lançar em vinil os três primeiros registos em formato grande dos The Bats, a saber: Compilitely Bats (1987), compilação dos três EPs do período formativo que vem acrescentada de faixas avulsas e raridades da mesma era; Daddy's Highway, primeiro álbum do mesmo ano; e The Law Of Things (1990), segundo álbum acrescido do EP Four Songs (1988) e vários outtakes. Se o preço do pacote de cinco rodelas estriadas é praticamente proibitivo, mais em conta, e com os mesmos 53 temas no conteúdo, é o 3 CD boxset The Bats: Volume 1, título que presume futuros desenvolvimentos no programa de reedições. Do todo temos de destacar o disco do meio, inteiramente dedicado ao primeiro álbum, recheado de enormes canções jangle-pop a meio caminho entre o optimismo romântico e o quase desespero, não totalmente diferente daquilo que os vizinhos The Go-Betweens andavam a congeminar na mesma altura. Se aos The Bats ainda não pertence o estatuto de lenda daqueles congéneres australianos, mas porque nunca é tarde, Volume 1 pode muito bem ser um passo nesse sentido. Ora oiçam e acrescentem mais esta paixão à vossa vida!

 
"Block Of Wood" [Flying Nun, 1987]

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