"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

sábado, 7 de abril de 2012

...e a Espanha aqui tão perto


















No imenso caldeirão daquilo a que chamamos slowcore/sadcore, os Spain são uma proposta substancialmente mais "académica", por oposição ao cariz lo-fi da esmagadora maioria. Ao longo dos três discos que lançaram com o mesmo vagar com que a sua música discorre, é notório um apuro instrumental acima da média, bem como uma limpidez pouco comum aos seus pares. A estes factos não serão alheios os genes do líder, vocalista, baixista e compositor Josh Haden, filho do músico jazz Charlie Haden. Tanto que os próprios temas não deixam, em muitos casos, de conter algumas derivações jazzísticas que não esperamos encontrar, por exemplo, na sonoridade minimalista de uns Low, de uns Bedhead, ou de uns Red House Painters.

Depois de um longo hiato sem dar notícias, durante o qual o fim da banda não chegou a ser anunciado, Josh Haden e seus pares foram regressando, gradualmente, do exílio. Primeiro foram alguns concertos esporádicos, depois um par de singles a fazer crer que este não se tratava apenas de mais um regresso para alimentar a indústria da nostalgia. O regresso em pleno materializa-se agora com a notícia da edição do álbum The Soul Of Spain, prevista para aproximadamente daqui a um mês com selo da alemã Glitterhouse Records. Se atentarmos na capa, na linha dos discos de outrora, tanto ao nível do grafismo como da imagem, chegamos a uma conclusão que é mais uma certeza: os Spain nunca foram banda para operar mudanças drásticas de disco para disco. Certeza essa que sai reforçada da audição de um trio de temas já divulgados, a discorrer com aquele lume brando que realça a verve romântica da voz profunda de Haden. Embora ainda a carecer de confirmação com a audição dos restantes temas, fico com a impressão que a pequena novidade de The Soul Of Spain é o sublinhar do travo americana que pairava subtilmente nos anteriores registos.

Para gáudio da vasta falange que a banda conquistou por cá, consta que, poucos dias depois da edição do disco, os Spain aterram em solo português. Será no Porto, no novo Hard Club a 19 Maio. Rumores que ainda não confirmei dão também conta de uma eventual actuação no Lux Frágil, um dia antes. Porém, a últimas (más) experiências na sala lisboeta, somadas daquele jeito especial que as gentes tripeiras têm para receber, não me deixam outra opção senão rumar à Imbicta

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