"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Loving the alien
















Há qualquer coisa de dois anos e meio chegaram de mansinho com Why There Are Mountains, um disco auto-editado e danado de bom. No dito, os Cymbals Eat Guitars remavam contra a corrente vigente, recuperando memórias do indie-rock mais emocionalmente intenso de noventas (quase sacrilégio, nesses tempos), e em particular, por via da complexidade estrutural das canções, dos Built to Spill. Ao vivo então, como tive a felicidade de comprovar, a coisa assumia uma intensidade tal que, em comparação, bandas como The Walkmen não passam de coisinha leve para ouvir em esplanadas de praia. O vocalista/guitarrista Joseph D'Agostino, em particular, é daqueles que, passe o cliché, encara cada concerto como se fosse o último.

E agora, precisamente na altura em que apenas pensamos em ócio e sol, e em nada que estimule a seriedade, parece que os Cymbals Eat Guitars estão de volta. Lenses Alien, o segundo álbum (agora com patrocínio de uma editora), chega no final do mês, mesmo a tempo de ensombrar os últimos dias de férias de muitos com uma dose de letras que, quando penetráveis, deixam discorrer um intenso negrume. A primeira amostra está disponível abaixo, e é uma clara evidência da evolução na continuidade. Ou, trocado por miúdos, um reforço da complexidade sem descaracterização dos autores. Para além da citada referência, há também uma maior evidência das tendências prog que encontramos em bandas do chamado post-hardcore como os óptimos Unwound, ou até mesmo nos Sunny Day Real Estate. E isso é bom ou é mau? É ouvir e chorar por mais, minha gente!


"Rifle Eyesight (Proper Name)" [Barsuk, 2011]

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