No fervilhante período que se seguiu ao turbilhão punk, constituíram, juntamente com os Public Image Ltd. e os Magazine, a Santíssima Trindade das bandas que acabariam (imagine-se!) por definir a orientação dominante na produção musical da última década. Com guitarras cortantes, contaminações funk, ideias marxistas e situacionistas, e um distanciamento arty, proporcionaram com Entertainment! (1979) um dos mais corrosivos e entusiasmantes exemplares do manancial de criatividade no aludido período post-punk. Com o correr do tempo, limaram algumas arestas em favor de uma sonoridade mais em consonância com os ditames da new-wave que povoava as tabelas de vendas. Tiveram um primeiro fim em 1983, mas regressaram em inícios da década de 1990 para um par de discos que convém apagar da memória. Dezasseis anos volvidos desde o último desses discos, e sete após a nova reunião que possibilitou a vinda a Portugal para um dos mais veementes atestados de vitalidade a que tive o prazer de assistir, os Gang of Four aprestam-se para editar aquele que será o seu sétimo álbum de originais. Tem por título Content e chega às lojas a 24 de Janeiro próximo, ou seja, mesmo a tempo da ressaca das eleições presidenciais. Para já, é possível aferir do estado da nação do gang-of-fouriana através de um EP de três temas, entre eles um inédito que não constará do alinhamento de Content, e uma remistura a cargo de um fã. Apropriadamente intitulada Free EP, a coisa é de download gratuito, bastando para tal introduzirem o vosso endereço electrónico na aplicaçãozita mais abaixo. Podem também ficar-se pela audição e a inevitável constatação do vigor da banda que, em Agosto de 2006, pisou o palco de Paredes de Coura, precisamente no mesmo dia que os Bloc Party e os Yeah Yeah Yeahs, nada mais que duas das muitas bandas suas discípulas pelas quais grande parte da turba ansiava com algum desdém pelo quarteto de Leeds.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
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6 comentários:
estou sem grande pachorra para os Gang of Four; ando a ouvir os FLATS!
Como diria o professor, ainda só ouvi os FLATS na diagonal. Mas a 1.ª impressão foi boa. São enérgicos!
como sabes não sou muito a favor destes regressos mas vou efectuar o download.
Na maioria do casos, também não sou muito favorável a estes regressos. Mas há alguns que têm valido a pena, talvez devido à natureza inconformista das bandas. Este é um deles. Outro, e mais flagrante, é o dos Dinosaur Jr., já com dois excelentes discos pós-ressurreição.
flats sensacionais, pouca técnica, muita energia e atitude. dá gosto ver e ouvir. 2 EP's a que convém deitar a mão! quanto aos regressos estou do lado do edu e, na minha opinião, os dinosaur jr. confirmam a teoria, não gostei do regresso.
agradece-se lista melhores 2010. tenho uma prontinha a sair, basta ter tempo e fazer a ultima revisão.
abraço,
A lista está quase pronta. Sai mesmo a pisar o risco.
Abraço e bom ano novo.
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