"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Bring the noise

















Com o bilhete de identidade a indicar já os 65 anos de idade, Neil Young teima em dar razão àquela velha máxima acerca do Vinho do Porto. Se mais argumentos fossem necessários, o mais recente Le Noise já anda por aí há três meses a afirmar-se como um dos (muitos) pontos altos de uma carreira que percorre as últimas cinco décadas. O título é um jogo de palavras com o nome do também canadiano Daniel Lanois, produtor responsável pelas atmosferas rugosas e carregadas de feedback conferem um certo pendor garageiro. De resto, este é um verdadeiro disco a solo, com Young a fazer-se acompanhar unicamente, e à excepção de um par dos oito temas, da guitarra eléctrica em modo desenfreado. Nos dois temas restantes, substitui a Les Paul pela guitarra acústica, reforçando o intimismo que percorre o todo e que se sublima por via da escassez de artifícios. À semelhança de todo o seu trabalho mais recente, Le Noise consiste num conjunto de considerações muito pessoais, e com a sensatez própria da idade, sobre a vida e a morte, a guerra, e a paranóia colectiva no mundo moderno. Caso ainda não o tenham ouvido, recomendo vivamente que o façam de imediato e de uma penada, de preferência acompanhado de um belíssimo filme concebido para o efeito por Adam Vollick.

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