"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 24 de abril de 2007

SINGLES BAR #7

THE SUGARCUBES
Birthday (One Little Indian, 1988)

Corria o ano de 1988 quando o mundo tomou o primeiro contacto com o estranho mundo de Björk, então integrada no colectivo de freaks que respondia pelo nome de The Sugarcubes.
Como cartão de visita, a banda islandesa apresentava uma autêntica lufada de ar fresco no meio indie pop de então. Baixo pulsante, guitarras cristalinas em desalinho, e uma voz do outro mundo, conferiam a Birthday um exotismo inusitado. Não menos exótica era a letra cantada por Björk, onde se falava de uma espécie de Alice de cinco anos coleccionadora de larvas, asas de insectos e aranhas e que, nas festas de aniversário, fumava charutos na companhia de um pequeno amigo. A este ambiente bizzarro não será alheia a imunidade aos esteriótipos da pop anglo-saxónica que o isolamento da vida na Islândia proporcionava.
E perante tal frescura pop a aclamação crítica não se fez esperar: Birthday era, em simultâneo, single da semana no NME e no Melody Maker, as duas principais publicações da imprensa musical britânica de então.
Ainda hoje, e apesar da excelência da carreira de Björk pós-Sugarcubes (sobretudo em Debut), Birthday será o seu momento mais marcante. Por tudo isso, nada melhor para assinalar a véspera da Revolução do que uma canção verdadeiramente revolucionária.