Tropism (Own, 2007)
Projecto proveniente de Austin, no Texas, Bexar Bexar apresenta-nos neste segundo trabalho dez peças instrumentais de um minimalismo encantatório, com detalhes que só aturadas audições revelam.
Envolto num ténue manto de melancolia, Tropism flui calmamente sem nunca cair no facilitismo do recurso ao crescendo óbvio e dispensável que alguns momentos de maior tensão chegam a prometer, o que só distingue e engrandece esta bela obra recomendada para fruição ao fim da tarde.
Construída apenas de guitarra acústica e subtis drones de electrónica, a música contida em Tropism é música capaz de no seu todo criar ambiências opostas: densa e cristalina, urbana e bucólica. Face a estas premissas, e caindo na comparação fácil, tanto podemos podemos evocar reminiscências do austríaco Fennesz, como das criações do escocês Kieran Hebden sob a "capa" Four Tet. Esticando mais a corda, mas ainda assim sendo injusto para com a singularidade deste disco, lembrar a obra de Ben Chasny enquanto Six Organs of Admittance não é de todo descabido, dando neste caso mais uma prova da importância que a figura tutelar de John Fahey assume em muita da actual música produzida nas franjas do americana.
Como já devem ter percebido, é de música sensorial que aqui se fala.
1 comentário:
Do que ouvi gostei. Vou explorar melhor.
Abraço
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