"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 3 de abril de 2007

EM ESCUTA #9

MODEST MOUSE
We Were Dead Before The Ship Even Sank (Epic, 2007)

Este de que agora vos falo irá ser certamente um dos discos mais falados do ano. Quinto álbum de originais dos Modest Mouse (MM) e sucessor de Good News For People Who Love Bad News, disco responsável pelo crescimento significativo do número de seguidores da banda, We Were Dead... não revela grandes evoluções em relação ao seu antecessor. Diria mesmo que o pendor expremintalista do anterior foi suprimido, dando lugar a uma maior homogeneidade que, se por um lado transmite maior acessibilidade e coesão, por outro pende ligeiramente para a repetição.
Não se pense com isto que estamos perante um mau disco. Não, longe disso! Eu até duvido que os MM saibam fazer maus discos...
Descrito por Isaac Brock, líder dos MM, como "a nautical balalaika carnival romp", We Were Dead... é desde o primeiro segundo um carrossel esquizofrénico onde e vocalista canta, grita (muito), uiva, rosna, sussura... muitas vezes apenas no espaço de um verso! Só não faz falsete: para isso os MM contam com a colaboração de James Mercer (The Shins) em duas faixas, uma das quais a magnífica "We've Got Everything", a minha aposta para segundo single depois do óptimo "Dashboard". E os tais motivos náuticos estão lá bem evidentes, tanto na temática das letras como em certos ritmos típicos das "canções de marinheiros".
Resta acrescentar que a entrada de Johnny Marr não pôs os MM a soar a The Smiths (nem tal lhe seria pedido), mas mesmo assim, tanto no já citado "You've Got Everything" como em "Invisible", estão bem evidentes as qualidades que o tornaram um guitarrista de excepção. E isso é uma mais-valia de We Were Dead...!

3 comentários:

O Puto disse...

Acho que nunca o Johnny Marr colocou um tom "smithsiano" nas suas colaborações (The The, Electronic). Não iria ser esta a excepção.
Coloco altas expectativas neste disco.

Shumway disse...

Estou a ver que já o recebeste (eu ainda não).
Desde o grande "The Moon & Antarctica", que sou fã, por isso as minhas expectativas também são altas. E agora com reforços...
Abraço

M.A. disse...

Puto:
Não concordo totalmente com aquilo que dizes em relação ao Johnny Marr pós-Smiths. Apesar de nos Electronic o 'factor New Order' ser mais notório, a guitarra (do 1.º álbum) é um nadinha smithsiana.
Já para não falar das colaborações pontuais com Billy Bragg...