"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Blue Hawaii


















Durante a quase totalidade da década passada, Kody Nielson foi líder dos Mint Chicks, uma das últimas glórias do chamado kiwi-rock da Nova Zelândia e da excelsa Flying Nun Records. Praticante de uma mistura explosiva de inquietude juvenil e sentir pop, a banda seria responsável pela cunhagem da designação troublegum art-punk, deveras apropriada à sua sonoridade. Com a extinção dos Mint Chicks seguiram-se os inevitáveis projectos subsequentes que, obviamente, já não reflectem a mesma fúria de viver de outrora. O primeiro exemplo foi a Unknown Mortal Orchestra, do irmão Ruban, com as suas bizarrias de pendor psicadélico.

Agora, também Kody se deixa contaminar pela deriva psych, se bem que num quadrante bem mais aproximado da ortodoxia pop. Podem conferir em Electric Hawaii, primeiro álbum lançado na qualidade de Opossom, projecto solitário com a colaboração de uns poucos convidados. Um deles é o próprio pai, que já havia posto o trompete ao serviço dos Mint Chicks. Na sua escassa meia hora de duração, Electric Hawaii é um festim veraneante que transborda felicidade. Numa primeira abordagem, pode até sugerir aproximações ao universo dos Tame Impala, impressão que logo se desvanece com o mergulho no positivismo reinante. Aos mui louvados australianos também não se lhes reconhece igual devoção pela harmonia de Opossom, nem tão pouco a veia exótica. Neste último particular, com os ritmos contagiantes de terras distantes que percorrem a totalidade do disco, e uma vaga aura marítima, Kody faz questão de honrar as suas raízes polinésias.

 
"Blue Meanies" [Fire, 2012]

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