"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Reavivar da memória













Recém entrado na casa dos vinte, Dylan Baldi, até há pouco o único membro de pleno direito dos Cloud Nothings, já ensaiou mais reviravoltas estéticas que muitos veteranos em décadas de carreira. No pouco divulgado registo de estreia (Turning On, de 2009), decifravam-se esboços de canções escorreitas sob a "baixa fidelidade" caseira. Já no álbum homónimo do ano passado, notório passo rumo a uma maior limpidez, Baldi enveredava pelo mesmo punk-pop com sabor a Verão que tem entretido muitos jovens músicos na terra do Tio Sam. Disco mais que satisfatório, Cloud Nothings viu-se ofuscado por alguns antecessores a operar no mesmo comprimento de onda.

Com a chegada do novo ano temos novo disco, e com ele nova mudança, que desta feita poderá firmar em definitivo Baldi como um valor seguro nos meandros indie-pop norte-americanos. Chama-se Attack On Memory e chega no próximo dia 23, com selo da Carpark. Quem conhece o anterior trabalho do seu autor ficará surpreendido pelo significativo incremento na densidade e na complexidade das texturas, o que o coloca a par de algumas das propostas mais arrojadas do chamado post-hardcore de outrora. Os saudosistas dos excelsos Unwound reconhecerão aqui pontos de contacto, sobretudo na alternância da calmaria com a tensão, esta expressa na berraria incontida. No comando das gravações esteve Steve Albini, que com este soma mais um ponto no estatuto de "produtor" mais capaz de extrair as qualidades ingénitas de uma banda. Em suma, digamos que Attack On Memory é mais um atestado de que as boas memórias de noventas vieram para ficar, ou apenas o primeiro grande disco de 2012. Decidam depois de ouvir: