Male Bonding @ MusicBox, 21/01/2012
Desde a primeira e única vez que os tinha visto, há pouco mais de um ano, algo mudou na vida dos londrinos Male Bonding. Desde logo, ocorreu a edição de um segundo álbum, confirmação de que a banda é um valor seguro das actuais expressões indie. Ao vivo há também mudanças, com a integração de um segundo guitarrista, que alarga a formação a quarteto. Esta mudança justifica-se pela sonoridade desse segundo disco, mais encorpado quando comparado com as malhas esquálidas do debute.
É precisamente - e naturalmente - o mais recente registo que serve de base à ementa da noite. A abrir, "Tame The Sun" apanha o público ainda frio e é também prejudicado pelo baixo volume do microfone de Kevin Hendrick. Debelado este pequeno problema, e com o som, ainda assim, em condições deficientes (um hábito em demasiadas salas da capital), a banda não se deixa perturbar e arranca para uma actuação segura, e sem pausas para descanso, que recolhe a aprovação do público, em número bastante inferior ao desejável. Aos riffs afiados e aos ritmos do punk mais saltitante, agora adornado pela profusão de coros com onomatopeias (o skate-punk encontra o surf-punk?), a assistência sacudindo o corpo em crescente frenesim, chegando, inclusive, a provocar uma pequena escaramuça na zona mais próxima do palco. A empatia parece ser mútua, e a banda surge mais comunicativa do que aquilo que lhes conhecia.
Apesar da predilecção por Endless Now no alinhamento, são ainda os temas do anterior Nothing Hurts a merecer as recepções mais efusivas. No soberbo "Franklin", as vozes do público perdem a timidez e fazem-se ouvir durante o refrão. Já no crepitante "Year's Not Long", a banda foge à norma da fidelidade às versões gravadas e ensaia um delírio instrumental na parte intermédia, deixando à solta o espírito dos primeiros Nirvana. Foi apenas o momento mais alto de um concerto que abre com nota alta a temporada 2012.
Sem comentários:
Enviar um comentário