"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

All the people he likes are those that are dead
















Foto: Pete Millson

Lawrence (sem apelidos, sff) é um dos músicos mais idiossincráticos, mas também dos mais contra-corrente, personagens da pop britânica dos últimos trinta anos. Nos idos de oitenta idealizou os Felt, para os quais escreveu algumas das letras mais ricas e complexas de que há memória. Um veículo para a reverência a Tom Verlaine e aos Television, a banda esteve longe de almejar a ambicionado sucesso comercial, apesar do firme culto gerado em seu redor e que ainda perdura. Contudo, conseguiu o principal intento aquando da formação: dez álbuns em dez anos, outros tantos singles. Em inícios da década de 1990, Lawrence encabeçou os Denim, guinada no sentido do glam-rock infectada de uma ironia corrosiva relativamente à madrasta década anterior. Menos prolífico, este projecto deixou gravados dois álbuns, e um terceiro que nunca viu a luz do dia, pura e simplesmente por causa do boicote ao tema de avanço ("Summer Smash"), lançado na mesma semana da morte de Lady Di. Com o fim do milénio chegaram os Go-Kart Mozart, até agora responsáveis por um trio de discos corroídos por impulsos synth-pop e, provavelmente, o mais discreto dos projectos, isto segundo os critérios do reconhecimento lawrencianos.

Em 2012, quando o sucesso de Lawrence é apenas um probabilidade remota para o mais devoto dos fiéis, o seu nome parece estar mais na ordem do dia que nunca. Prestes a chegar ao mercado do DVD está Lawrence Of Belgravia (dupla referência à figura histórica britânica e ao bairro de residência até ao despejo), o documentário da autoria de Paul Kelly, realizador com considerável currículo no universo indie, que passou pela última edição do London Film Festival. O filme, descrito como um "trabalho de amor", acompanha os últimos oito anos do nosso herói, com recuos ao passado de todo um errático percurso. Já à venda está Felt, um livro de fotografias de tiragem limitada a mil exemplares que, obviamente, contempla a mais emblemática banda do currículo de Lawrence. Cada exemplar é numerado e assinado pelo próprio, e o prefácio ficou a cargo de Bob Stanley, influente jornalista musical e fundador dos Saint Etienne.


Felt _ "Penelope Tree" [Cherry Red, 1983]


Denim _ "I'm Against The Eighties" [Boy's Own, 1992]


Go-Kart Mozart _ "Here Is A Song" [West Midlands, 1999]

3 comentários:

Gravilha disse...

já sabia do documentário e estou mesmo muito curioso. os felt não têm nada decente editado em dvd - o registo ao vivo a declaration é demasiado mau e podia pelo menos ter uns extras decentes. não tem. já em relação ao livro, pela amostra é sem duvida a não perder, pena é o preço. tão a não perder como o Yuck book of drawings - ilustrações do daniel blumberg, usadas nas capas dos discos e não só. Capa cartonada e interior em papel couché, excelente impressão, serie limitada 1000 unidades. está à venda apenas no site da fat possum assim como uma serie de singles que recolhem b-sides, também reunidos a acresentados ao album em serie especial. O livro já cá mora, trouxe-o o pai natal. de assinalar ainda a reedição de perfect teeth dos unrest em formato box set, com inumeros e imprescindiveis extras num pack muito apelativo. O disco é mesmo muito bom - uma das curiosidades é que foi produzido pelo simon le bon. haja €€€€€€!!
abraço!

M.A. disse...

Desse livro dos Yuck e da reedição dos Unrest não sabia. Apesar da crise, lá vou ter de fazer a prospecção ;)
Abraço.

O Puto disse...

Vós dois deixaram-me curioso em relação a essas edições. Vou pesquisar.