"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Adeus, e até ao meu regresso...

À hora que este post for publicado, estarei a sobrevoar a Península rumo à capital da Catalunha, cidade onde ontem se viveram momentos de uma alegria da qual partilho. No regresso, trarei certamente muito que contar da longa maratona de concertos que me espera. Inté!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Postais primaveris - Parte VI: As "instituições"

Por fim, a galeria dos consagrados do Primavera Sound '09 - cinco nomes que dispensam apresentações. Três deles são estreias absolutas na "carreira" deste escriba.


NEIL YOUNG



"The Needle And The Damage Done"
[Reprise, 1972]


MY BLOODY VALENTINE


"You Made Me Realise"
[Creation, 1988]


SONIC YOUTH


"Sacred Trickster"
[Matador, 2009]


YO LA TENGO


"Sugarcube"
[Matador, 1997]


SPIRITUALIZED


"Medication"
[Dedicated, 1992]

Rosa & Negro
















Apesar de ficarem a dever o nome a um disco clássico da The Band, os britânicos The Big Pink não podiam estar mais afastados da sonoridade do colectivo liderado por Robbie Robertson. No sítio online da revista Magnet, são descritos como uma espécie de Mary Chain post-rock - no sentido lato do termo - com resquícios do negrume dos Massive Attack e dos Clan of Xymox (peço-lhes que não se assustem com esta referência). Para aumentar a confusão, acrescentaria à paleta dos Big Pink as electrónicas de origem germânica e a tensão psicótica dos Teardrop Explodes. Na formação de palco, a dupla é acompanhada por gente ligada a projectos tão díspares como Sunn O))), Guapo, Klaxons, e The Rapture. O primeiro longa-duração só chega lá mais para o Verão, mas a amostra que se apresenta leva-me a suspeitar ser um projecto capaz de agradar às pistas de dança fashionistas e, simultaneamente, a um público mais céptico.


"Velvet" [4AD, 2009]

terça-feira, 26 de maio de 2009

Postais primaveris - Parte V: Indie vintage












THROWING MUSES
Olhados com desconfiança quando se tornaram a primeira banda norte-americana no catálogo da 4AD, os Throwing Muses são hoje uma das bandas sobreviventes da fornada indie de oitentas. Nos tempos áureos, destacaram-se pelas canções de estrutura pouco óbvia, as letras torturadas de Kristin Hersh e, esporadicamente, a luminosidade de Tanya Donelly. Com a partida da meia-irmã para outras aventuras, Hersh, que parece ter encontrado um certo equilíbrio emocional, tem mantida viva uma chama que teima em resistir. Sempre com a preciosa colaboração do fiel baterista David Narcizo.

"Vicky's Box"
[4AD, 1986]











SAINT ETIENNE
Criação do jornalista e estudioso pop Bob Stanley, os Saint Etienne destacaram-se no início da década de 1990 ao incorporar batidas de dança em canções de forte tempero pop. Sempre com o olhar fixo nas memórias da Swinging London de sessentas, a banda tem sabido manter uma carreira em grande estilo e sem sobressaltos, introduzindo amiúde pequenas novidades que não descaracterizam uma sonoridade muito própria. O charme clássico da vocalista Sarah Cracknel é um dos seus maiores trunfos.

"Nothing Can Stop Us"
[Heavenly, 1991]











THE VASELINES
Uma semana após a edição do primeiro e único álbum, Eugene Kelly e Frances McKee puseram fim à breve carreira dos Vaselines. Quando tudo parecia indicar que a banda se tornasse apenas uma nota de rodapé na cena indie twee proveniente de Glasgow na segunda metade da década de 1980, eis que surge Kurt Cobain a declarar o seu amor pelas composições ingénuas da dupla. A reboque da associação aos Nirvana (que chegaram a gravar duas covers dos Vaselines), a Sub Pop haveria de reunir a totalidade da sua obra no fundamental The Way Of The Vaselines (1992). Mais do que uma manobra de saudosismo, a recente reunião afigura-se como uma oportunidade única de reavivar um passado que urge descobrir.

"Son Of A Gun"
[53rd & 3rd, 1987]












TH' FAITH HEALERS
Originalmente activos entre 1990 e 1994, os Faith Healers foram, não só um dos primeiros nomes revelados pela então promissora Too Pure Records, como pioneiros da recuperação do kraut - em particular dos Can, dos quais gravaram uma versão de "Mother Sky" - em cenário indie rock. Completamente desenquadrada das tendências vigentes, a sua música densa, hipnótica, e algo tresloucada, receberia o aplauso de John Peel, que chegou a convidar a banda para algumas das suas afamadas sessões radiofónicas. No preciso momento em que a sua influência parece estar mais viva que nunca, os Faith Healers regressam para recolher a merecida recompensa.

"My Loser"
[Too Pure, 1992]













THE BATS
Embora nascidos na cidade neo-zelandesa de Christchurch, os Bats acabariam por ficar intimamente ligados à influente "cena" de Dunedin, a mesma que revelou nomes como The Clean, The Chills, The Verlaines, ou Bailter Space. Liderados há quase trinta anos por Paul Kean, são hoje um caso raro de longevidade e produtividade. Apesar do passar do tempo, o recente The Guilty Office mantém intactas as características que fazem dos Bats uma banda especial: um apurado sentido melódico em canções com a dose certa de uma terna melancolia. Há coisas que, de tão boas, têm direito a som e imagem:


"North By North" [Communion, 1987]

R.I.P.


JAY BENNETT
[1963-2009]

A semana em que os Wilco nos visitam pela primeira vez fica ensombrada pela triste notícia do desaparecimento de Jay Bennett, ocorrido no passado domingo, dia 24. A causa da morte é, por enquanto, desconhecida.
Multi instrumentista ao serviço dos Wilco entre 1994 e 2001, Bennett teve um papel especial na concepção das principais obras da banda de Chicago: Summerteeth (1999) e Yankee Hotel Foxtrot (2002). O abandono, em rota de colisão com o líder Jeff Tweedy, deu-se precisamente durante as gravações desta última obra-prima. De então para cá, mantinha uma carreira a solo que contava já com cinco álbuns editados.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Duetos #13

Os Inspiral Carpets reincidem. Desta vez, vêm acompanhados do patrono dos rebeldes de Manchester. Quem foi que disse que o Homem era pouco dado a amizades?



Inspiral Carpets feat. Mark E. Smith "I Want You" [Mute, 1994]

terça-feira, 19 de maio de 2009

10 anos é muito tempo #14



















THE FLAMING LIPS
The Soft Bulletin [Warner Bros., 1999]

... e no ano seguinte ao da reinvenção dos Mercury Rev, os velhos parceiros de muitas desventuras acrescentam mais um genial capítulo na revitalização da "música cósmica americana". Vistos como a banda indie eternamente à porta de entrada do mainstream, os Flaming Lips conhecem aqui o momento de afirmação em absoluto. Sem qualquer exagero, digo que, depois de The Soft Bulletin, a música popular norte-americana nunca mais foi a mesma. Lá ao longe, deixa de se vislumbrar aquela banda aplicada mas algo desajeitada (nem sempre de forma propositada, refira-se). Os anos de trabalho conjunto com o produtor Dave Fridmann resultam num disco que não conhece limites para a ambição, uma sinfonia adornada por arranjos de cordas opolentos, melodias ao piano, coros grandiosos, e batidas sintéticas.
Ao contrário de muitos discos da mesma altura, The Soft Bulletin não sofre com o peso da tensão do fim de milénio. Ao invés, por entre questões metafísicas e ambientes idílicos, Wayne Coyne carrega nas palavras e na voz frágil uma réstia de esperança num futuro radioso. Cientistas que competem em prol da humanidade, balas que não se sentem, e a crença na vinda de um salvador, são elementos de um universo idealizado pelo líder dos Flaming Lips, no qual os sentimentos de dor e de perda são ultrapassados pela poder do amor e da tolerância. Desta altura em diante, há relatos que descrevem um concerto dos Flaming Lips como uma festa do Ronald McDonald "movida" a ácidos. Com grande penha minha, esta é uma experiência que ainda não tive oportunidade de viver in loco.
Na impossibilidade de, por imposição legal, colocar um vídeo oficial, socorro-me de uma alternativa à altura:


"Race For The Price"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Postais primaveris - Parte IV: Barulhinho bom











WAVVES

Nathan Williams, um puto californiano, combate o tédio com gravações caseiras onde funde as melodias surf rock com mero ruído estático. Surge um primeiro lote de temas, reunidos numa cassete de escassa tiragem, e o consequente buzz na blogosfera. Já no decorrer deste ano, surge o primeiro lançamento convencional de título genérico Wavvves. Testemunho de francos progressos, sem renegar os ensinamentos da cartilha D.I.Y. dos Guided by Voices, o disco revela uma estranha atracção por demónios e góticos....

"So Bored"
[Fat Possum, 2009]











CRYSTAL ANTLERS
Na pouco ortodoxa formação dos Crystal Antlers cabem dois percussionistas e dois organistas. As texturas saturadas criadas por estes dois últimos, juntamente com a vocalizações berradas de Jonny Bell, são o garante de uma sonoridade muito própria, na qual convivem pacificamente o garage, o psicadelismo tribal, o prog, e até a soul e os blues. Ainda que o longa-duração de estreia fique alguns furos abaixo do fulgurante EP do ano passado, não tenho a menor dúvida de que o palco seja o seu habitat natural.

"A Thousand Eyes"
[Touch and Go, 2008]











WOMEN
Nem tudo o que vem do Canadá padece de uma teatralidade exacerbada para o gosto deste escriba. Quarteto de Calgary, os Women são a prova de que a escuridão dos Velvet Underground é conciliável com a luminosidade dos Beach Boys. Num primeiro álbum homónimo oferecem um lote temas dissonantes intercalados com outros sobejamente catchy. Neste último grupo, podem encontrar uma das melhores coisinhas que me chegaram aos ouvidos nos últimos meses:

"Black Rice"
[Jagjaguwar, 2008]

domingo, 17 de maio de 2009

Singles Bar #34



















INSPIRAL CARPETS
This Is How It Feels [Mute, 1990]

"Husband don't know what he's done
Kids don't know what's wrong with mum
She can't say, they can't see,
Putting it down to another bad day
Daddy don't know what he's done
Kids don't know what's wrong with mum

So this is how it feels to be lonely
This is how it feels to be small
This is how it feels when your word means nothing at all"


Surgidos em Manchester nos finais da década de 1980, os Inspiral Carpets sempre foram apontados como os parentes pobres da cena Madchester. Por contraponto à exuberância dançante dos Stone Roses e dos Happy Mondays, nomes maiores do "fenómeno", os Carpets inspiravam-se no movimento psych garage da Costa Oeste de meados de 1960s, exemplarmente representado no Farfisa de Clint Boon, imagem de marca da banda. Por outro lado, exibiam uma certa propensão para o dramatismo épico, por vezes a resvalar para a "canção marítima", muito na linha de uns Echo & The Bunnymen. Esta faceta tem o seu apogeu em "This Is How It Feels", prmeiro e maior hit de uma carreira que conseguiu ir para além do prazo de validade da Madchester. Tema de uma profunda melancolia, "This Is How It Feels" aborda, em cerrado sotaque do Noroeste de Inglaterra, temáticas como a violência doméstica e a solidão dentro das relações. Nos coros, uma das vozes é a do então desconhecido Noel Gallagher, à data roadie dos Inspiral Carpets.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Quero que saibam...












... que os renovados Dinosaur Jr. têm um novo álbum prestes a editar, o segundo desde que Mascis, Barlow e Murph enterraram o machado de guerra. Chama-se Farm, chega a 23 de Junho com selo da Jagjaguwar, e tem uma capa digna de Tolkien (confiram, s.f.f.). Em "I Want You To Know", primeiro avanço descarregável legal e gratuitamente aqui, aplicam a velha fórmula dinossáurica: vocais arrastados, distorção a rodos, e solos despudorados. Pelos vistos, a tradição ainda é o que era... e ainda bem!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Discos pe(r)didos #26



















THE POSIES
Frosting On The Beater [Geffen, 1993]

Falar de Frosting On The Beater - o título é uma referência à masturbação - é falar de um disco que me é especialmente caro, daqueles a que tenho recorrido amiúde ao longo dos anos. É falar da mais completa obra power pop dos últimos 20 anos (os Teenage Fanclub e os Lemonheads não são "só" power pop. Entendidos?). É falar de um disco que deveria ser, por decreto, obrigatório em cada lar, em cada escola, em cada escritório. No entanto, não se pense ser este um disco particularmente original, bem pelo contrário. Frosting assume a herança dos Big Star dos primórdios, quando Alex Chilton e Chris Bell remavam para o mesmo lado, e traça um testemunho sincero e sentido das vivências da juventude. O alheamento, o angst, os sonhos, os amores, as conquistas e os fracassos, está tudo aqui! Frosting é o momento em que as vozes, as guitarras, e os dotes de escrita de Jon Auer e Ken Stringfellow atingem o ponto de harmonia. Sem perder pitada da sensibilidade pop revelada no anterior Dear 23, esta é uma obra pujante de força, até vagamente grungy (os Posies são de Seattle, para que conste), cortesia da brilhante produção de Don Fleming, à data acabadinho de trabalhar com Teenage Fanclub e Hole.
Porém, apesar da profundo afecto que me suscita, não me é fácil descrever Frosting em palavras. Mas sempre posso dizer que os orelhudos "Dream All Day", "Solar Sister", e "Flavor Of The Month" constituem um trio de abertura arrasador, meio caminho para a conquista imediata. Ou que os melódicos "Earlier Than Expected", "Coming Right Along", e "Burn & Shine" poderiam, noutras mãos, redundar em baladas inconsequentes. Este último, de cariz conselheiro, evolui para um devaneio guitarrístico com fim abrupto. Ou ainda, jogando o melhor trunfo, posso remeter-vos directamente para "Definite Door", uma sublime visão romantizada da fuga como meio para almejar os sonhos.


"Dream All Day"


"Definite Door"


"Solar Sister"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Travões a fundo












O impulso da diversão, um dos princípios fundadores do rock'n'roll, representa papel de destaque na música dos Brakes. Criado por iniciativa de Eamon Hamilton, em tempos membro honorário dos British Sea Power, esta espécie de super-grupo da paródia conta também com o contributo dos manos White, núcleo duro dos Electric Soft Parade, outra das bandas da interessante "cena" de Brighton. Quem os ouviu no debutante Give Blood (2005) tem na memória uma sátira contundente a algumas das convenções rock. Já o sucessor The Beatific Visions (2007) pecava por se querer levar demasiado a sério, mal do qual não enferma o novíssimo Touchdown, primeiro registo pela Fat Cat depois do desquite com a Rough Trade. Com a habitual voz nasalada e tom irónico, Eamon tece alguns considerandos bem-humorados sobre assuntos tão sérios como a adopção, as agruras do amor, ou o sentimento patriótico (ou a falta dele). As sonoridades variam entre as descargas punky, as guitarras nervosas à la Pixies, as baladas country-pop dos Byrds, e até um número de hard rock musculado. É ver para crer:

domingo, 10 de maio de 2009

Nos Alpes, entre a Suíça e a Áustria...
















... fica situado o minúsculo principado do Liechtenstein, um dos paraísos fiscais do Velho Continente. Liechtenstein é também o nome adoptado por três meninas de Gotemburgo, na Suécia, para se darem a conhecer no mundo da pop. Menos açucarado que os celebrados The Pains of Being Pure at Heart, o trio propõe-nos mais uma viagem no tempo, mais concretamente à segunda metade da década de 1980, tempo em que a bublegum pop dos Shop Assistants e dos Talulah Gosh encantava pequenas legiões de público jovem. Na calha está Survival Strategies In A Modern World, álbum debute que, nos Estados Unidos, terá edição da Slumberland Records, casa especializada neste tipo de sonoridades.

http://www.myspace.com/liechtensteinia

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Postais primaveris - Parte III: Roteiro da Matemática











SHELLAC
Steve Albini, Bob Weston, Todd Trainer - qualquer um destes nomes dispensa apresentações ao cidadão atento às movimentações no underground no último quarto de século. Todos eles têm passados em bandas emblemáticas e, somados, os discos produzidos/gravados pelos dois primeiros são na ordem das centenas, muitos deles marcos incontornáveis da história recente do rock mais desalinhado. Em estúdio, a experiência dos seus integrantes faz com que tenham processos de gravação peculiares, o que acaba por se reflectir nos discos. Mas, diz-se, é em palco que a agressão sonora dos Shellac não deixa ninguém indiferente. Juntos desde 1992, estranhamente, nunca passaram - nem se prevê que passem tão cedo - por este jardim à beira-mar plantado.

"Prayer To God"
[Touch and Go, 2000]











THE JESUS LIZARD
Guitarras cortantes, batidas precisas, e letras incisivas, fazem dos Jesus Lizard umas das mais bem oleadas máquinas math rock da década passada. Dois pares de discos gravados para a emblemática Touch and Go, todos sob "direcção" de Steve Albini, serviram para criar uma reputação de enfant terribles incorrigíveis. Com a passagem para o lado das multinacionais, veio o desquite com Albini, e as tensões que ditariam uma primeira morte, em 1999. Cumprido um período sabático de dez anos, regressam aos palcos no preciso momento em que uma legião de descendentes está na ordem do dia. Do frontman David Yow, um provocador nato, pode esperar-se tudo...

"Monkey Trick"
[Touch and Go, 1991]

terça-feira, 5 de maio de 2009

Pós-quê?
















Há uma teoria, ainda não comprovada, que diz que as tendências da cultura popular se reciclam a cada duas décadas. A ser verdade, não tarda para que saiam de cena os clones imperfeitos dos Human League, do Gary Numan, do Bernard Sumner (é difícil ser mais imperfeito que o original, mas há quem consiga), ou - sim, também os há! - dos Modern Talking...
No horizonte, vislumbram-se pistas de dança tomadas de assalto pela exuberância ansiosa dos Superchunk, pela sensualidade pop dos Sonic Youth do período intermédio da carreira, ou pelas melodias aparvalhadas dos Pavement. Tudo isto serve apenas de nota introdutória aos Japandroids, um duo garage-rock de Vancouver, Canadá, apostado em ressuscitar o espírito dos nineties. Têm um fulgurante álbum de estreia, ironicamente intitulado Post-Nothing (também têm um tema chamado "The Boys Are Leaving Town"...), acabadinho de lançar pela local Unfamiliar Records, capaz de conjugar elementos citados e soar deveras original. Talvez mais do que os Wavves, os JPNDRDS, como também gostam de ser chamados, podem vir a ser para o corrente ano aquilo que os No Age foram para 2008. ZdB com eles!

http://www.myspace.com/japandroids

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Singles Bar #33
















ADORABLE
Sunshine Smile [Creation, 1992]

"And then she smiled
Just for fraction of a little while
And everything was warm again inside
She's got a sunshine smile
The kind that warms up the corners of my cold room
She's got a sunshine smile
The kind that makes you forget again"


De uma breve análise à curta carreira dos Adorable, facilmente se vislumbra uma certa reverência pelo romantismo épico dos Echo & The Bunnymen, desde logo evidente no timbre de Piotr Fijalkowski, em tudo semelhante ao de Ian McCulloch. Contudo, a História encarregou-se de os arrumar no lote dos shoegazers. Para esta compartimentação errónea, dois factores terão sido determinantes: a ligação da banda à Creation Records, editora que foi o bastião do género; e as características daquele que é seu tema mais conhecido.
Sem o angst dos Ride, o abstraccionismo dos My Bloody Valentine, ou sequer o efeito anestésico dos Slowdive, "Sunshine Smile" ostenta nas guitarras, ora melódicas e cristalinas, ora distorcidas e desalinhadas, o código genético que permite identificar o shoegazing. Ao longo de cinco minutos, o caos e a harmonia conciliam-se para instituir um dos axiomas da canção POP. Assim mesmo, com letras grandes!

domingo, 3 de maio de 2009

Good cover versions #20












YEAH YEAH YEAHS "The Diamond Sea" [iTunes, 2006]
[Original: Sonic Youth (1995)]

Dos vários adjectivos que lhe podemos atribuir, raramente associamos o termo "belo" a uma canção dos Sonic Youth, mais conhecidos pelo uso que fazem do ruído e da distorção. "The Diamond Sea", o tema que encerra o álbum Washing Machine, é uma das escassas excepções. Numa sessão acústica gravada em exclusivo para o iTunes, os discípulos Yeah Yeah Yeahs acharam por bem incluir uma reinterpretação desta inspiradíssima canção de amor. Seguindo uma linha intimista iniciada em Show Your Bones, "The Diamond Sea" surge, desta feita, frágil e descarnada, no pólo oposto da densidade textural da versão original. Desta, os YYYs conservam intacta a beleza mesmerizante.