"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 12 de maio de 2009

Discos pe(r)didos #26



















THE POSIES
Frosting On The Beater [Geffen, 1993]

Falar de Frosting On The Beater - o título é uma referência à masturbação - é falar de um disco que me é especialmente caro, daqueles a que tenho recorrido amiúde ao longo dos anos. É falar da mais completa obra power pop dos últimos 20 anos (os Teenage Fanclub e os Lemonheads não são "só" power pop. Entendidos?). É falar de um disco que deveria ser, por decreto, obrigatório em cada lar, em cada escola, em cada escritório. No entanto, não se pense ser este um disco particularmente original, bem pelo contrário. Frosting assume a herança dos Big Star dos primórdios, quando Alex Chilton e Chris Bell remavam para o mesmo lado, e traça um testemunho sincero e sentido das vivências da juventude. O alheamento, o angst, os sonhos, os amores, as conquistas e os fracassos, está tudo aqui! Frosting é o momento em que as vozes, as guitarras, e os dotes de escrita de Jon Auer e Ken Stringfellow atingem o ponto de harmonia. Sem perder pitada da sensibilidade pop revelada no anterior Dear 23, esta é uma obra pujante de força, até vagamente grungy (os Posies são de Seattle, para que conste), cortesia da brilhante produção de Don Fleming, à data acabadinho de trabalhar com Teenage Fanclub e Hole.
Porém, apesar da profundo afecto que me suscita, não me é fácil descrever Frosting em palavras. Mas sempre posso dizer que os orelhudos "Dream All Day", "Solar Sister", e "Flavor Of The Month" constituem um trio de abertura arrasador, meio caminho para a conquista imediata. Ou que os melódicos "Earlier Than Expected", "Coming Right Along", e "Burn & Shine" poderiam, noutras mãos, redundar em baladas inconsequentes. Este último, de cariz conselheiro, evolui para um devaneio guitarrístico com fim abrupto. Ou ainda, jogando o melhor trunfo, posso remeter-vos directamente para "Definite Door", uma sublime visão romantizada da fuga como meio para almejar os sonhos.


"Dream All Day"


"Definite Door"


"Solar Sister"

1 comentário:

Shumway disse...

Excelente. A "pop" (sem power ou não) :-) no seu melhor.
Também é um daqueles discos que regresso regularmente.

Abraço