BONNIE 'PRINCE' BILLY
I See A Darkness [Palace/Domino, 1999]
Com discos espalhados por toda a década de 1990, tanto em nome próprio, como nas várias reencarnações do projecto Palace, Will Oldham era no final do século um nome merecedor de culto na espectro americana/alt-country/neo-folk/lo-fi/sadcore. A afirmação definitiva surgiria no final dessa década com I See A Darkness, onde pela primeira vez se apresentava como Bonnie 'Prince' Billy, nome sob o qual tem desde então editado com uma frequência fora do vulgar. Invocando heranças de Dylan e Nick Drake, particularmente na simplicidade depurada das canções, I See A Darkness, surpreende na forma como, a partir de arranjos minimalistas, é possível gerar algo de tão denso, quase exasperante. Para a criação destas atmosferas muito contribui a temática que percorre todo o disco: a morte, abordada ora com algum dramatismo trágico, ora com uma elegante graciosidade.
Logo no inaugural "A Minor Place", e em jeito de despedida, faz-se uma espécie de balanço de uma vida, marcada por alegrias e tristezas, risos e lágrimas. O tema-título (poucos anos depois "popularizado" por Johnny Cash com a colaboração do próprio Oldham) enaltece o valor da amizade, particularmente nos momentos difíceis. Quase de seguida, em "Death To Everyone", lembra-nos, cruelmente, que um dia a nossa hora há-de chegar. Nas linhas "Death to everyone is gonna come / And it makes hosing much more fun" fica patente a marca de uma certa ironia que caracteriza a escrita de Oldham. Com traços de folk celta e ritmos reggae (!), "Madeleine-Mary" é momento atípico do disco. No seu timbre peculiar, Oldham consegue aqui a sua melhor performance vocal. Para o final, "Raining In Darling" é uma rara canção de amor em menos de dois minutos. Tempo insuficiente para recuperar da claustrofobia criada pelos temas precedentes
Logo no inaugural "A Minor Place", e em jeito de despedida, faz-se uma espécie de balanço de uma vida, marcada por alegrias e tristezas, risos e lágrimas. O tema-título (poucos anos depois "popularizado" por Johnny Cash com a colaboração do próprio Oldham) enaltece o valor da amizade, particularmente nos momentos difíceis. Quase de seguida, em "Death To Everyone", lembra-nos, cruelmente, que um dia a nossa hora há-de chegar. Nas linhas "Death to everyone is gonna come / And it makes hosing much more fun" fica patente a marca de uma certa ironia que caracteriza a escrita de Oldham. Com traços de folk celta e ritmos reggae (!), "Madeleine-Mary" é momento atípico do disco. No seu timbre peculiar, Oldham consegue aqui a sua melhor performance vocal. Para o final, "Raining In Darling" é uma rara canção de amor em menos de dois minutos. Tempo insuficiente para recuperar da claustrofobia criada pelos temas precedentes
"A Minor Place"
1 comentário:
Provavelmente o melhor disco do senhor... e um dos melhores do ano de 99.
Abraço
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