SMOG
Knock Knock [Drag City, 1999]
E ao sétimo álbum Bill Callahan assume em definitivo um som mais "profissional", em detrimento das gravações lo-fi que constituíam os discos anteriormente lançados sob o alter ego Smog. Tal como no anterior Red Apple Falls (1997), Jim O'Rourke é chamado à cadeira da produção. Terá sido provavelmente por influência do wunderkind de Chicago que Knock Knock foi, até à data, o disco com maior gama de recursos na carreira de Smog, contrastando com a dominância do lado acústico do passado: feedback, beats, guitarras eléctricas, violinos, pianos, e até coros infantis, fazem a cama ao expressivo - mas nunca excessivamente emotivo - barítono de Callahan. Daí resulta um equilíbrio de forças entre duas facetas de um mesmo personagem, uma mais bucólica, outra mais visceral, sarcástica até. Embora a atmosfera significativemente menos carregada que em anteriores ocasiões, não faltam em Knock Knock os habituais temas mais lúgubres que povoam as pequenas narrativas de Bill Callahan: ciúme, vingança, crime e castigo, relações desfeitas, morte, e alienação.
Juntamente com um conjunto de discos que deverão surgir por aqui nos próximos tempos, Knock Knock teve um lugar de destaque na banda sonora da minha primeira experiência de vida na grande cidade.
Juntamente com um conjunto de discos que deverão surgir por aqui nos próximos tempos, Knock Knock teve um lugar de destaque na banda sonora da minha primeira experiência de vida na grande cidade.
2 comentários:
Este disco e o anterior são os meus discos preferidos de toda a obra do Bill Calahan. Lembro-me perfeitamente de um amigo meu dizer, pouco depois de "Knock Knock" sair, que o disco do ano tinha sido lançado. Abraço!
Um dos melhores discos do senhor. E onde a presença de Jim O'Rourke é fundamental.
Abraço
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