"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Magia branca














Aos poucos, vai ficando na ordem do dia a recuperação das sonoridades de noventas - aquela década tão mal tratada mas que, sobretudo, na sua primeira metade, produziu música em quantidade e qualidade suficientes para marcar irremediavelmente a vida deste que vos escreve. Para não estender o rol de exemplos, e falar apenas de dois casos paradigmáticos, posso referir-vos os nomes dos Japandroids e dos Yuck, bandas já com forte afirmação no espectro indie-rock actual. Dessa tendência revisionista do mesmo período da história rock, descobri recentemente os Witches, banda com origens em Athens, na Geórgia, a mesma terra que produziu lendas como R.E.M. e The B-52's.

Embora só contem com um elemento do belo sexo -  a vocalista/guitarrista Cara Beth Satalino - os Witches apresentam-se como dignos sucessores do rock "feminino" de inícios de noventas. Pelo menos é essa a sensação que emana da escuta de Forever, o primeiro álbum lançado ainda no decorrer do primeiro semestre deste ano, que se pode descrever como um possível cruzamento de Throwing Muses e Sleater-Kinney com The Breeders a espreitar à esquina. Ou seja, ponto de confluência de uma sensibilidade pop com uma atitude punky, a primeira manifestada no pendor melódico da dezena de temas, a última nalguma rugosidade das guitarras e no ligeiro incómodo que se sente na voz de Cara, a estrela da companhia com um timbre maleável que sabe dosear a melancolia, a ternura, e a raiva em quantidades adequadas. E não é que o disquinho (34 minutos apenas), ultrapassado o impacto inicial das semelhanças entre temas,  se revela danado de bom!... Tão bom que, depois da "descoberta" há coisa de um mês, a ele regressei na última semana e ainda não o consegui largar, com a agravante de a duração do dito se propiciar às 3/4 audições diárias...


"Creature Of Nature" [Bakery Outlet, 2011]

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