Foto: Hallie Newton
Oneohtrix Point Never + Frango @ Galeria Zé dos Bois, 24/04/2010
Depois da enchente de quarta-feira, estranha-se a fraca afluência de público à ZdB, no passado sábado, para uma noite dedicada às electrónicas leftfield. Tanto mais que a principal atracção era Oneohtrix Point Never, projecto do norte-americano de origem russa Daniel Lapotin até há um ano semi-obscuro mas, presentemente, elevado aos píncaros por publicações como a revista Wire, uma espécie de bíblia nesta matéria. Munido de três sintetizadores analógicos, OPN vagueia por territórios que vão do ambient ao drone, roçando ligeiramente o minimalismo. Muitas vezes ressalta uma graciosa façanha rítmica que contrasta com as progressões lentas e repetitivas que redundam, invariavelmente, no clímax sensorial. Apesar da dominância de uma certa estética fria, vislumbra-se em Lapotin uma rara empatia que não precisa das palavras (inexistentes) para se manifestar.
O aquecimento da noite foi entregue aos Frango, dupla portuguesa definitivamente afastada das linguagens rock. Estão agora equidistantes dos Tangerine Dream e dos Fuck Buttons, embora sem o pendor cósmico dos primeiros, nem o sentido de groove destes últimos. Detectam-se algumas boas ideias a merecer algum aperfeiçoamento, sobretudo a nível da coerência. Por vezes, a dupla investe em mudanças abruptas que desvanecem o efeito hipnótico pretendido. Noutras, arrastam-se por desnecessários excessos minimalistas que não conduzem a lado nenhum.
2 comentários:
O pessoal tava todo no Indie.
p.s: então e crítica ao concerto de sonic youth?! (não acredito que tenhas falhado presença)
Acredita, porque falhei mesmo. Os motivos foram vários: o elevado n.º de vezes que já os vi, a última ter sido há relativamente pouco tempo, e o não ter gostado sobremaneira do "The Eternal".
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