Se a vizinha Suécia é palco de um interessante revivalismo twee-pop, a Noruega, para além da infâmia black metal, é responsável por gerar várias bandas recuperadoras da sonoridades saturadas do shoegazing. É o caso destes I Was A King, veículo musical de Frode Strømstad inscrito na facção mais arejada do género. Mas nem só de shoegazing se faz a receita musical destes "ex-monarcas", pois o seu longa duração de estreia homónimo, lançado na terra natal há um ano e agora também com distribuição internacional, recorre também aos riffs monstruosos e dissonantes típicos dos Dinosaur Jr. e, mais amiúde, à luminosidade power-pop dos Big Star, tal como filtrada pelos Teenage Fanclub. Estes últimos são alvo de tributo triplo no tema que se apresenta mais abaixo: na sonoridade quase decalcada, na referência a um dos seus membros, e no recurso à "gralha ortográfica" reminiscente de "Neil Jung", tema já clássico da banda escocesa. Da lista de convidados de I Was A King fazem parte notáveis como Emil Nikolaisen (dos conterrâneos Serena-Maneesh, também co-produtor), Gary Olson (The Ladybug Transistor), Daniel Smith (Danielson), e Sufjan Stevens. Este último participa em nada menos que cinco temas e surpreende os incrédulos ao deixar de lado a sua faceta "xoninhas" bem conhecida, travestindo-se de rocker genuíno.
"Norman Bleik"
[Hype City, 2009]
2 comentários:
Fico surpreendido por ter mencionado estes senhores antes de ti (olhos esbugalhados).
É sinal de que de que voltas a andar atento :) E ainda bem!
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