HEFNER
The Fidelity Wars [Too Pure, 1999]
No activo durante escassa meia dúzia de anos, os Hefner cultivaram a observação atenta do quotidiano dos Smiths e a sinceridade crua dos Wedding Present, características que fizeram deste colectivo britânico uma das paixões dos últimos anos de vida do histórico John Peel, antes do inesperado desaparecimento em 2004. À falta de melhor designação, Darren Hayman, o autor destas minuciosas crónicas de costumes, descreveu a música dos Hefner como urban folk.
Dos dois pares de álbuns - e um número infindável de singles - que deixaram gravados, The Fidelity Wars é o segundo e, porventura, o mais conseguido nos seus intentos. No plano instrumental, as omnipresentes melodias das são enriquecidas com arranjos de cordas, sopros e pianos, sem que o todo resvale para a pop de câmara soporífera. Mas, o grande trunfo de The Fidelity Wars reside nas letras acutilantes de Hayman: todos os onze temas abordam relações amorosas desfeitas quase antes de começarem, muito por culpa da obsessão paranóica do protagonista masculino com o confronto fidelidade-infidelidade. Não fossem uma certa mordacidade e muita ironia amarga, e seriam chocantes os detalhes da vida íntima revelados por Hayman. "The Hymn For The Cigarettes" é no mínimo hilariante ao associar as diferentes marcas de cigarros a diferentes aventuras passadas. No campo dos hábitos politicamente incorrectos, o álcool tem também o seu hino. Já em "Fat Kelly's Teeth" lembra-se o quanto a ingestão de líquidos alcoólicos pode toldar a vista, ao ponto de se vislumbrar a beleza onde ela está ausente. A ex-Raincoats Gina Birch dá um ar da sua graça em "Don't Flake Out On Me", um dueto onde se propõe um rompimento amistoso.
Dos dois pares de álbuns - e um número infindável de singles - que deixaram gravados, The Fidelity Wars é o segundo e, porventura, o mais conseguido nos seus intentos. No plano instrumental, as omnipresentes melodias das são enriquecidas com arranjos de cordas, sopros e pianos, sem que o todo resvale para a pop de câmara soporífera. Mas, o grande trunfo de The Fidelity Wars reside nas letras acutilantes de Hayman: todos os onze temas abordam relações amorosas desfeitas quase antes de começarem, muito por culpa da obsessão paranóica do protagonista masculino com o confronto fidelidade-infidelidade. Não fossem uma certa mordacidade e muita ironia amarga, e seriam chocantes os detalhes da vida íntima revelados por Hayman. "The Hymn For The Cigarettes" é no mínimo hilariante ao associar as diferentes marcas de cigarros a diferentes aventuras passadas. No campo dos hábitos politicamente incorrectos, o álcool tem também o seu hino. Já em "Fat Kelly's Teeth" lembra-se o quanto a ingestão de líquidos alcoólicos pode toldar a vista, ao ponto de se vislumbrar a beleza onde ela está ausente. A ex-Raincoats Gina Birch dá um ar da sua graça em "Don't Flake Out On Me", um dueto onde se propõe um rompimento amistoso.
"The Hymn For The Cigarettes"
"I Took Her Love For Granted"
"Don't Flake Out On Me"
3 comentários:
Chegou a ser, durante alguns anos, a minha banda preferida. Comprava tudo aquilo que encontrava.
Começando nas fabulosas capas dos LP's e dos EP's, passando pela deliciosa pop musical e terminando numas letras do melhor, os Hefner eram ums dos meus mais preciosos tesouros.
Graças ao Festival Imago (Fundão) consegui ouvir grande parte dessas músicas ao vivo numa noite memorável.
"And I'm not lonely, I'm just bored,
Her clothes are strewn over the living room floor.
I don't want to get laid I just want to be held.
She is unfaithful to a husband 5 miles away,
She lives alone and she rues her wedding day,
She married beneath herself that's what her girlfriends say.
Her smile is sad but not the saddest I've ever seen,
The saddest smiles are in the dirty magazines,
She made me laugh and now she plans to make me scream."
in Tactile
Dos Hefner lembro-me de alguns temas cujos videoclips apareceram num programa qualquer da altura em que a MTV transmitia música, mas nunca é tarde para redescobri-los nem para que o M do tal canal volte a ter o significado original. O grafismo de certas capas dos Hefner fazem lembrar os discos dos The Twilight Sad, não?
Abraço!
De facto... Nunca me tinha ocorrido...
Ou melhor, as capas dos Twilight Sad fazem lembrar as dos Hefner, embora estas sejam bem mais "coloridas"
Abraços!
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