"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 18 de março de 2009

Isto é Portugal
















No próximo dia 16 de Abril chega finalmente às salas portuguesas This Is England, filme semi-autobiográfico de Shane Meadows. Esta estreia nacional ocorre precisamente dois anos depois do debute no Reino Unido, país de origem da película, e mais de dois anos e meio depois da primeira exibição em festivais de cinema. Pelo caminho, This Is England arrecadou galardões, acolheu os louvores da crítica um pouco por todo o lado, e gerou um pequeno fenómeno de culto com eco na blogosfera, entre outros media.
O desfazamento de datas diz bem das prioridades e da perspicácia dos nossos distribuidores e/ou programadores em matéria de cinema, os mesmos que não se coíbem de exibir cada bocejo de Woody Allen em estreia quase mundial, ou que não perdem pitada do cada vez mais desinteressante cinema francês.
Lamentações à parte, let's look at the trailer:


6 comentários:

hg disse...

Nestas coisas do cinema... mais vale tarde que nunca. Embora não me pareça (pelo trailer) um grande grande filme, encontrei nele ingredientes suficientes para o ir ver ao cinema. Talvez aí descubra que o trailer me enganou...

O Puto disse...

Agora vamos ver se este chega ao Porto. Falar de barriga cheia é fácil. :p
Olha que quando te conheci tinha ido de propósito a Lisboa para ver um filme, vê lá tu!
Abraço!

Anónimo disse...

Então e porquê um post tão desfasado - visito o burgo desde praticamente o início e são poucas as vezes que me lembro de te ter visto escrever sobre cinema, ou, já que sim, algo que não música - por causa deste filme em particular e não outro qualquer? Só porque "arrecadou galardões" e "acolheu os louvores da crítica"? Olha o Slumdog...

Ache-se o que se achar dos filmes recentes do Woody Allen, se os podemos ter em estreia quase mundial, por que não? Terá ganho - por mérito próprio - mais direito a esse estatuto do que um qualquer Shane Meadows, não?

E quanto aos filmes franceses, enquanto Resnais, Rohmer e Cantet (só para citar os três que me apareceram na cabeça primeiro entre os que tiveram filmes em estreia comercial em Portugal em 2008) continuarem a fazer filmes, não vale a pena estreá-los? Sem mencionar que se os filmes deles (exceptuando o último de Cantet, por razões óbvias) estreiam em três salas é uma sorte; e sem mencionar o Rivette, outro dos "históricos", cujo filme mais recente - "Ne Touchez Pas La Hache" - teve um destino ainda mais triste que o filme de Meadows e foi directamente para dvd.

Não quero com isto discordar com o que disseste; um filme estrear por cá dois anos após a estreia original é grave embora, infelizmente, não seja a primeira nem a última vez que isso vá acontecer. Os argumentos é que não me convenceram. Opiniões.

Abraço

M.A. disse...

Caro Fábio:

Nada contra a estreia "quase mundial" dos filmes do Woody Allen, mesmo que não os pretenda ver. É assim desde que, como alguém disse, desatou a fazer filmes com gajas com metade da idade e o dobro do tamanho (a Scarlett não cumpre nenhum dos requisitos, eu sei).A última coisa que vi dele foi um trailer que quase me fez levantar da sala. O mesmo em relação ao cinema francês, onde vão escasseando os motivos de interesse. Agora, o que me aborrece é que nas salas, para além dos blockbusters óbvios, quase tudo se resuma a exemplares do género. Haverá concerteza filmes decentes de outros "géneros" e para outros públicos, ou não? No fundo, aquilo que eu quero dizer, é que uma coisa não invalida a outra.

E, já agora, se os galardões e os louvores da crítica servem para promover outros filmes, porque raio não hão-de servir para promover este? Como aconteceu precisamente com o "Slumdog", que não vi mas do qual tenho lido/ouvido opiniões pouco unânimes. Mas isso são opiniões...

Aproveito ainda para lembrar que, nos primeiros tempos deste blogue, chegou a existir uma rubrica com alguns considerandos sobre os filmes que ia vendo em sala. Como as minhas idas ao cinema têm sido cada vez mais escassas, precisamente pela escassez de títulos apelativos, a dita deixou de ter razão de existir.

E porquê este filme? Porque sim!
(Garanto-te que não é por qualquer simpatia com o ideário abordado).

Abraço e manda sempre!

M.A. disse...

P.S.: Só para dizer que fico bastante aliviado por não ver o Brisseau, a Breillat, ou o Ruiz (este é importado), entre os franciús citados. Esses, por mim, iam trabalhar nas obras do Terreiro do Paço até lhes passar a vontade de fazer cinema, ou lá o que aquilo é...

Anónimo disse...

Continuo a encontrar razões de interesse no cinema francês. Além dos que disse, lembro-me do Chabrol, do Carax, do Desplechin (cujo "Conto de Natal" estreia por cá no mês que vem). E há sempre o próximo Godard, estreie quando estrear.

Quanto à escassez das opções apelativas, aproveita agora que tem estreado uma média de 10 (!) filmes por semana. Coisas quase diametralmente opostas estreiam no mesmo dia. Ainda ontem abriram o El Cant dels Ocells, do Albert Serra, e o filme-concerto dos Jonas Brothers. E dois filmes portugueses, um deles independente (?).

Separando a parra da uva (e há muito mais da primeira), ainda vão havendo motivos para ir ao cinema.

Abraço