"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 8 de março de 2009

A linha do horizonte
















No meio musical, facção mercenária, a semana que passou fica marcada pelo regresso aos discos dos quatro irlandeses agraciados pelo nosso ex-Presidente com a Ordem da Liberdade. O "acontecimento" teve honras de telejornais e motivou o prolongamento do horário nocturno das lojas para receber as habituais romarias de batalhões de nerds, algo que já não era visto desde o lançamento do último livro de J. K. Rowling.
Sobre o disco propriamente dito pouco posso dizer, pois não o ouvi nem tenciono ouvi-lo. No entanto, não consegui evitar ser bombardeado com o novo single, mais um que irá fazer as delícias das RFMs deste mundo. O dito, que vem embrulhado num videoclipe de dispendiosa pirotecnia, suscita-me a seguinte questão: para que o mundo precisa de uns Queens of the Stone Age sintéticos se os naturais já cá estão a mais?
A fazer fé no que tenho lido e ouvido da generalidade dos especialistas, No Line On The Horizon é o melhor disco dos U2 desde Pop. Ou até, na opinião de alguns, o melhor desde Zooropa. Lembro no entanto que, neste contexto, "o melhor" significa "o menos mau". Lembro também que algo de semelhante já tinha sido dito sobre o anterior. E, em jeito de premonição, posso garantir que há-de ser dito sobre o seguinte... Vai uma aposta?

4 comentários:

strange quark disse...

Há bandas que inevitavelmente têm o estatuto de grandes estrelas. Os U2 são uma delas, o que causa desde logo tanto amor como ódio. Por mim já não compro um disco deles desde o muitíssimo bom "Achtung Baby", por sinal o primeiríssimo CD que comprei na minha vida. Os outros não liguei mais do que se ouvia pelas rádios e creio que este não será diferente, por isso também não tenho grande opinião formada sobre o disco.

Por outro lado, se as RFMs (ainda) passam U2, tanto melhor, pois creio que por muito que os U2 façam que nos desagrade (eu, sinceramente, estou na fase do "não me aquece nem me arrefece") sempre são preferíveis às muitas aberrações musicais que por lá passam. Além disso, não creio que mesmo desinspirados, os U2 façam algo que se qualifique como "má música".

Um abraço

eduardo disse...

eu tive que gramar com o disco por questões laborais e honestamente afirmo que não o consigo classificar como o seu melhor dos últimos tempos. É, acima de tudo, uma sucessão de tiques habituais da banda para os quais já não existe pachorra vai para muitos anos.

Eu já gostei deles na década de 80, refira-se.

M.A. disse...

Também eu gostei, e muito, até ao "Zooropa" (o último que comprei).

De há uma dúzia de anos para cá, cada novo disco, independentemente do produtor, é uma colecção de hinos híbridos e sem chama destinados às ditas RFMs. Se é melhor ou pior do que o resto da música que lá passa habitualmente, é algo sobre o qual tenho as minhas reservas.
Acresce que Mr. Bono Vox é um dos tipos mais hipócritas do showbizz...

Abraços

O Puto disse...

Não fiz parte dos fãs dos U2 durante a década de 80. Comecei a apreciá-los a partir do "Achtung Baby", que, conjuntamente como o "Zooropa", são os únicos que possuo e estimo. Quando editaram o "Pop", desisti. Abraço!