"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ao vivo #36














Gallon Drunk + Murdering Tripping Blues @ Gasoiil, 21/03/2009

Estranho país este, em que o cidadão australiano nascido Nicholas Edward Cave é recebido nas palminhas das mãos a cada visita, e os Gallon Drunk, seus parentes estéticos que preservam a visceralidade de outros tempos, têm uma recepção de quase indiferença. Se lembrarmos que o frontman James Johnston era até há poucos meses membro da pandilha Bad Seeds, mais incompreensível torna a ausência de referências nos media à segunda vinda a Portugal deste quarteto londrino. Apesar dos contras derivados da promoção escassa, a cave do Gasoiil conseguiu, ainda assim, reunir uma moldura humana aceitável, onde não faltavam figuras pitorescas em elevado número.
Não obstante as deficientes condições de acústica, o cenário montado parece o ideal para as canções soturnas dos Gallon Drunk. Nos temas de cavalgada electrizante, como "Arlington Road" ou o já clássico "Some Fool's Mess", tais condições não parecem afectar grandemente a performance da banda, pois nestes a atitude confrontacional de um Johnston espasmódico chama a si todas as atenções. Já nos momentos de maior recato intimista, como no belíssimo "You Should Be Ashamed", a prestação sai claramente prejudicada. Mas isto são apenas pormenores de somenos importância num concerto intensíssimo de uma banda que, desconfio, atinge níveis excessivos de entrega de cada vez que pisa um palco. Independentemente da exiguidade do mesmo e do adiantado da hora...

Antes do prato principal, os surpreendentes Murdering Tripping Blues foram aperitivo à altura da ocasião. Praticante de um mistura explosiva de blues, garage-punk e rockabilly, o trio lisboeta até teve uma entrada em palco algo nervosa. Ultrapassada a "timidez" inicial, cedo se percebeu estarmos na presença de conjunto de músicos conhecedores dos códigos dos géneros que assume como bandeira. De uma prestação avassaladora, fica na retina um vocalista/guitarrista animalesco com genes de Iggy, Lux Interior e Jeffrey Lee Pierce.

4 comentários:

eduardo disse...

por cá começou um pouco tarde. A sala é pequena e o palco rasteiro. O som safou-se mas podia ser melhor.
A banda deu o litro, só foi pena não terem tocado o "two clear eyes". Só paguei o consumo por isso vi o concerto de borla.

M.A. disse...

Por cá, acabou já passava das três!
O bilhete custou € 10,00 mas deu direito a dois finos :)
Muito bom! Muito bom, mesmo!

Anónimo disse...

Mas quem não gosta de cerveja não tem direito a nada...

Bahhhh!

Joe disse...

Os GD são desde há muito tempo uma das minhas bandas de estimação. E eu, que tenho andado afastado da net e dos blogues, só soube do concerto no dia seguinte... Há coisas do catano. De qualquer forma não poderia ir, porque tinha a minha cria doente.
Vi-os em Londres já há uns anos valentes, na altura do In the long still night, e foi brutal.
Abraço