BLUR
13 [Food, 1999]
Algures em meados da década passada, os Blur deram o pior passo de toda a sua carreira: entraram - e perderam - na batalha travada nos media britânicos com a banda do irmãos Gallagher. Lambidas as feridas, a banda renasce em 1997 com um surpreendente álbum homónimo fortemente alinhado nas tendências indie vindas do outro lado do Atlântico, algo que ficará a dever-se à amizade da banda com Stephen Malkmus, líder dos Pavement. Dois anos depois, os Blur apanham novamente desprevenidos os mais incrédulos com 13, afirmação definitiva do quarteto londrino como a única banda inglesa da geração de noventas capaz de se reinventar com renovado interesse. Nada mau para uma banda que nasceu hesitante entre as ondas baggy e shoegazer...
Curiosamente, 13 foi concebido num clima marcado por duas cisões importantes no ambiente bluriano: a interrupção da ligação da banda a Stephen Street, o produtor de sempre, e o fim do romance do frontman Damon Albarn com Justine Frischmann. O primeiro viu o seu o lugar ocupado por William Orbit, indutor da sujidade digital que percorre 13, enquanto Justine é o motivo da profunda melancolia expressa nas palavras e na voz de Albarn.
Ainda que, pelos motivos referidos, este seja o disco mais pessoal do vocalista dos Blur, o produtor, inicialmente visto com algum cepticismo pelos seguidores da banda, acaba por ter um papel determinante no resultado final. Será a Orbit que fica a dever-se o alargar de fronteiras, criando um eficaz melting pot de estilos para o qual concorrem alguns truques já nossos conhecidos, mas também muitas novidades no léxico do Blur. Assim, temos canções de comunhão à volta da fogueira com coro gospel incluído("Tender"), a propensão de Graham Coxon para o lo-fi ("Coffe & TV"), um piscar de olho saudosista à infância do grupo ("1992"), ironia embrulhada em descargas punk ("B.L.U.R.E.M.I."), deriva espacial à la Spacemen 3 ("Battle"), nebulosidade trip-hop com vestígios kraut ("Trailerpark" e "Trimm Trabb"), e baladas confessionais de cortar a respiração (o soberbo "No Distance Left To Run"). Para este último tema, seguramente uma das mais bonitas break-up songs de sempre, o dinamarquês Thomas Vinterberg criou um original exercício de intimismo. Ou de voyeurismo, se preferirem...
Curiosamente, 13 foi concebido num clima marcado por duas cisões importantes no ambiente bluriano: a interrupção da ligação da banda a Stephen Street, o produtor de sempre, e o fim do romance do frontman Damon Albarn com Justine Frischmann. O primeiro viu o seu o lugar ocupado por William Orbit, indutor da sujidade digital que percorre 13, enquanto Justine é o motivo da profunda melancolia expressa nas palavras e na voz de Albarn.
Ainda que, pelos motivos referidos, este seja o disco mais pessoal do vocalista dos Blur, o produtor, inicialmente visto com algum cepticismo pelos seguidores da banda, acaba por ter um papel determinante no resultado final. Será a Orbit que fica a dever-se o alargar de fronteiras, criando um eficaz melting pot de estilos para o qual concorrem alguns truques já nossos conhecidos, mas também muitas novidades no léxico do Blur. Assim, temos canções de comunhão à volta da fogueira com coro gospel incluído("Tender"), a propensão de Graham Coxon para o lo-fi ("Coffe & TV"), um piscar de olho saudosista à infância do grupo ("1992"), ironia embrulhada em descargas punk ("B.L.U.R.E.M.I."), deriva espacial à la Spacemen 3 ("Battle"), nebulosidade trip-hop com vestígios kraut ("Trailerpark" e "Trimm Trabb"), e baladas confessionais de cortar a respiração (o soberbo "No Distance Left To Run"). Para este último tema, seguramente uma das mais bonitas break-up songs de sempre, o dinamarquês Thomas Vinterberg criou um original exercício de intimismo. Ou de voyeurismo, se preferirem...
3 comentários:
O '13' é provavelmente o meu disco preferido dos Blur. Claro que tenho uma relação mais romântica com os primeiros discos da banda, mas este é um marco.
Quanto ao "10 anos é muito tempo": Concordo. Por isso até já tenho reservas feitas para no dia 2 de Julho os poder ir ver a Londres.
Um dos grandes discos de finais de década.
Tens que parar com esta rubrica dos "10 anos...", que me fazes sentir velho.
Abraço!
A quem o dizes... :)
Abraço
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