RIDE
Today Forever EP
[Creation, 1991]
Numa demonstração inequívoca de produtividade, no espaço de dois anos (1990-92), os Ride lançaram dois álbuns e quatro EPs, todos eles de alto nível qualitativo. Lançado entre os dois longa-duração (Nowhere de '90, e Going Blank Again de '92), Today Forever será, porventura, o conjunto de temas mais perfeito do quarteto de Oxford, nesse período justamente apontado como a grande esperança do rock britânico.
Sem abdicar dos muros de distorção característicos de todo o contingente shoegaze, Today Forever apresentam-nos uns Ride cada vez mais apostados na criação de canções bem estruturadas, algo que os distinguiu dos seus pares. Logo em "Unfamiliar", o tema inaugural, esses progressos são bem evidentes: uma combinação hábil de feedback, baixo musculado, guitarra circular reminiscente do lado psicadélico de uns The Cure, e a voz harmoniosa de Mark Gardener. Já em "Sennen", que daria nome de banda, é Andy Bell a assumir maioritariamente as funções de vocalista. Desta feita, a calma inicial é progressivamente sabotada pelas intromissões pirotécnicas das guitarras. Cantado a duas vozes, "Beneath" é pura adrenalina de miúdos acabados de entrar na casa dos vintes, mas já conhecedores de todos os truques dos grandes temas rock. Para o fecho em lume brando, "Today" é, simultaneamente, melancolia e inocência juvenis. Um encerramento com chave de ouro, capaz de nos levar a estados de transe nos seus (quase) seis minutos e meio.
Sem abdicar dos muros de distorção característicos de todo o contingente shoegaze, Today Forever apresentam-nos uns Ride cada vez mais apostados na criação de canções bem estruturadas, algo que os distinguiu dos seus pares. Logo em "Unfamiliar", o tema inaugural, esses progressos são bem evidentes: uma combinação hábil de feedback, baixo musculado, guitarra circular reminiscente do lado psicadélico de uns The Cure, e a voz harmoniosa de Mark Gardener. Já em "Sennen", que daria nome de banda, é Andy Bell a assumir maioritariamente as funções de vocalista. Desta feita, a calma inicial é progressivamente sabotada pelas intromissões pirotécnicas das guitarras. Cantado a duas vozes, "Beneath" é pura adrenalina de miúdos acabados de entrar na casa dos vintes, mas já conhecedores de todos os truques dos grandes temas rock. Para o fecho em lume brando, "Today" é, simultaneamente, melancolia e inocência juvenis. Um encerramento com chave de ouro, capaz de nos levar a estados de transe nos seus (quase) seis minutos e meio.
"Today"
1 comentário:
Não podia estar mais de acordo contigo. Tudo o que editaram nesse periodo é extraordinário.
Depois só mesmo aquele "Tarantula" para estragar as coisas.
Abraço
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