"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

DOWN BY THE RIVER

No imenso caldeirão indie folk norte-americano, ninguém melhor do que Okkervil River tem sabido aproveitar o vazio deixado pelo fim abrupto dos míticos Neutral Milk Hotel.
Com um culto respeitável no seu país natal, a maioria dos melómanos europeus teima em deixar passar esta banda ao lado, isto apesar de Black Sheep Boy ter figurado em diversas listas dos melhores álbuns de 2005.
O novo The Stage Names (Jagjaguwar) poderá, eventualmente, inverter esta tendência, pois revela-se bastante mais acessível do que os anteriores trabalhos da banda. Nele, a simplicidade de meios aplicada proporciona momentos de uma beleza assustadora.
Atentem, por exemplo, em temas como "Our Life Is Not A Movie Or Maybe", que abre o disco, ou "Plus Ones". Este último é revelador da inteligência das letras de Will Sheff, fazendo referência, através do acréscimo de uma unidade, a diversos clássicos da música popular com números no título ("96 Tears", "99 Luftballons", "7 Chinese Bros.", "Eight Miles High", "TVC15").
A curiosos e/ou convertidos deixo duas formas de escutar as nove faixas de The Stage Names na íntegra: o MySpace e o sítio oficial dos Okkervil River.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

AO VIVO # 5

Festival Heineken Paredes de Coura 2007

Como já aqui tinha avançado, as férias que se aproximam vertiginosamente do seu término ficam marcardas por mais uma presença em Terras do Alto Minho naquele que teima em ser o único festival realizado neste país onde a música é colocada à frente dos interesses puramente mercantilistas. Apesar das evidências de algum amadorismo na organização e da desorientação no cartaz, e edição deste ano do Paredes de Coura (PdC) teve motivos bastantes de satisfação.
Notas breves sobre o que foi visto e sobre o que, por opção, não foi visto nas linhas que se seguem. Com pontuções e tudo!
DeVotchKa
Melancolia indie pop contaminada dos sons mais díspares: música cigana, bolero, mariachi. Um belo início de festival que conheceu os seus pontos altos nas soberbas versões de "The Last Beat Of My Heart" (Siouxsie & The Banshees) e de "Venus In Furs" (The Velvet Underground). Nos momentos mais ritmados alguns juvenis fizeram questão de mostrar que estavam lá e, quanto a mim, fizeram muito bem. (8/10)
Simian Mobile Disco
Reduzidos a apenas um elemento, apresentaram, ou melhor, apresentou um DJ set pastilhado e ultra-datado que nem sequer conseguiu agradar ao público mais afecto às sonoridades que marcaram forte presença nas after hours. (2/10)
New Young Pony Club
Mimetismo de sons e tiques que deveriam ter sido ocultados da humanidade há mais de vinte anos. Pelos vistos as moçoilas têm visto as VHS das mães em doses desmesuradas. A vocalista até é mais gira do que nas fotos, aqueles trapinhos da linha Fame e derivados é que não favorecem ninguém. (3,5/10)
Sparta
Desfizeram-se os grandes At The Drive-in e surgiram duas bandas redundates: os pretensiosos Mars Volta e estes Sparta. Rock supostamente raivoso e notoriamente inconsequente. (4/10)
Blasted Mechanism
Aquelas fatiotas entre os Power Rangers e o Dragonball, apesar de ridículas, até conseguem atingir o seu propósito: ocultar o vazio de ideias enquanto se distrai a populaça. "We are the true revolutionaries" dizem eles naquele sotaque jamaicano tão típico da Linha de Cascais... Desamparem-me a loja, sff! (2,5/10)
M.I.A.
Notoriamente desenquadrada do resto do cartaz, a moça deu um show muito acima das (minhas) expectativas. Um espectáculo hip hop como raramente se vê por cá. Bastardo quanto baste, mas ainda assim hip hop. Não vem da favela, não vem de Bombaim, vem das ruas de Londres e ainda bem! (7/10)
BabyShambles
Tanto a imprensa como a maioria do público esperavam que o rapaz se espalhasse ao comprido. Pete Doherty fez questão de os desiludir. Quando houver vontade, o talento latente pode gerar grandes canções. Para já, PdC foi brindado com o trio de temas da era Libertines ("Time For Heroes", "What Katie Did" e "Can't Stand Me Now") e por esse diamante em bruto intitulado "Fuck Forever". (6,5/10)
Crystal Castles
Duo canadiano de "terrorismo digital" que se move em territórios limítrofes aos dos norte-americanos Adult.. Ao vivo e em doses moderadas, como foi o caso, a coisa resulta bem melhor do que em disco. (6/10)
Guns n' Bombs
Duo giradisquista eclético que cumpriu o seus desígnios: fazer dançar os corpos ainda não vencidos pelo cansaço que se manifestaria nos dias seguintes. (5/10)
Spoon
Apesar de injustiçados pela posição que lhes foi reservada no cartaz (primeira banda do dia no palco principal às 18h00!), os texanos fizeram questão de brindar os presentes com um concerto de pura alquimia pop, assente nos dois álbuns mais recentes mas com algumas incursões por um passado mais distante. Tenho então a agradecer à (des)organização do PdC tamanha injustiça, pois a hora revelou-se altamente propícia para a degustação na sua plenitude de todos os detalhes que a música dos Spoon encerra. (8,5/10)
Gogol Bordello
Todos aqueles que concebem um festival de música como uma imensa aula de aeróbica tola não terão dúvidas em eleger o gypsy punk (sic.) pejado de clichés dos Gogol Bordello como a banda sonora ideal. A coisa até é bem disposta e ritmada, mas ao fim de três temas indistintos toda aquela alegria e energia encenadas começam a cansar. (5/10)
Architecture in Helsinki
Não se sabe bem porquê, mas nos dias que antecederam PdC, a "imprensa" criava grandes expectativas para a actuação destes proto-músicos australianos. Acidentalmente, a minha opinião, que já vinha de umas quantas audições a um dos seus discos, surgiu resumida na boca de um desconhecido: "estes são aqueles gajos que vieram cá ensaiar e ainda são pagos por isso". (3/10)
Mão Morta
Em pose descontraída, como quem vem directamente da praia para o palco, foram iguais a si mesmos, naquele que poderá ter sido o seu último concerto em "formato rock". Até esta data a dúvida permanece. Se as afirmações de Adolfo se confirmarem, pode dizer-se que encerraram as actividades com uma autêntica retrospectiva onde não faltou nenhum dos celebrados hinos do underground portuga das últimas duas dezenas de anos. (7,5/10)
New York Dolls
Reuniões destas, que desvirtuam todo o legado de uma banda, deveriam ser proibidas. Longo, monótono, caricatural, e a chuva que teimava em cair... Blame it on Morrissey, outro causador de alguns amargos de boca há pouco mais de um ano... (2/10)
Dinosaur Jr.
A recompensa divina pela resistência à chuva e aos New York Dolls haveria de chegar sob a forma de uma outra reunião, esta a valer realmente a pena. Não andassem os nossos "historiadores" demasiado entretidos com modas efémeras, e este concerto entraria directamente para o compêndio da História do Rock em Portugal. "Freak Scene", "Little Fury Things", "Feel The Pain", "Bones", "Just Like Heaven", "Back To Your Heart", clásicos de hoje e de sempre servidos aos fiéis que fizeram por os merecer. E o herói deste PdC foi encontrado: Lou Barlow. (9,5/10)
Electrelane
A maioria dos presentes não sabia bem o que os esperava. Por isso as descargas de energia prenhes de emoção vindas do palco foram uma surpresa agradável para muitos dos convivas em PdC. "To The East" e uma versão enérgica de "I'm On Fire" de Bruce Springsteen foram os momentos altos de um concerto irrepreensível. Do lado esquerdo do palco, imperturbável e em pose angelical, a soltar espasmos da guitarra, revelava-se a heroína deste festival. O seu nome, Mia Clarke. (9/10)
The Sunshine Underground
Mas o quê que estes gajos fazem aqui? Passo. Vou mas é guardar energias para Sonic Youth! (-)
Peter, Bjorn & John
São de facto algo mais do que um assobio engraçadote. Indie pop competente, daquele que os britânicos ainda produzem em doses massivas mas que nem sempre tem a sorte de ter um... assobio... (5,5/10)
CSS
Não pretendia sequer pôr-lhes a vista em cima. Porém, a presença despropositada do lado do palco de algumas das meninas durante a maior parte da actuação das Electrelane deu para conferir que, para além de não terem nada de sexy, têm um péssimo gosto no trajar. (-)
Sonic Youth
Dado o estauto que detêm, a imensa multidão que acorreu para os ver perdoa-lhes tudo. Até o facto de só terem tocado dois "hits": "100%" e "Bull In The Heather". Eu bem pedi o "Teen Age Riot"... Num alinhamento em que o recente Rather Ripped teve a parte de leão, tiveram a "ousadia" de apresentar, na íntegra, a lendária "Trilogy" da obra-prima Daydream Nation. Tal como os Mão Morta, foram iguais a si próprios, e isso é o bastante. (8/10)
U-Clic
U quê?! No dia em que o death metal virar moda, estes rapazes ostentarão orgulhosamente t-shirts dos Morbid Angel. Até lá, é ir treinando a voz, do grave fingido de hoje, para o gutural grunho de amanhã. (1/10)

10 ANOS É MUITO TEMPO #1

Ainda de férias mas de volta às lides, tenho a honra de apresentar uma nova rubrica que irá marcar a vida futura deste blogue. Para além de assinalar a passagem de uma década desde a edição de obras marcantes na vida deste vosso escriba, esta nova secção deixa também uma desagradável sensação de envelhecimento no mesmo. Portanto, mãos à obra que o tempo urge!
SUPER FURRY ANIMALS
Radiator (Creation, 1997)

Surgidos em pleno furacão britpop, os galeses Super Furry Animals (SFA) exibiam um ar displicente e letrado que constrastava de forma evidente com a conduta laddish dos seus contemporâneos. Tais características valeram-lhes a atenção de Alan McGee, que os tornaria a última banda realmente relevante na história da Creation Records.
Depois de um primeiro álbum e uns quantos singles promissores, surgia Radiator, a primeira obra-prima de uma carreira que se mantém até aos dias de hoje sem conhecer pontos fracos. Nele, o caldeirão de elementos supostamente antagónicos (psicadelismo, easy listening, pop, progressivo, techno, rock abrasivo,...) já evidenciados na estreia, ganhava em refinamento sem perder em acessibilidade, deixando críticos e público boquiabertos.
Para conferir um certo ar de misticismo, Gruff Rhys, cantando num tom que tinha tanto de gravidade como de ironia, recorria amiúde à língua galesa para se exprimir.
Acrescente-se ainda que o belíssimo artwork de Radiator assinala o início de uma longa e proveitosa parceria dos SFA com o (também galês) artista gráfico Pete Fowler, a qual se manteve até ao álbum Love Kraft de 2005.

sábado, 11 de agosto de 2007

O DESCANSO DO GUERREIRO

A partir de hoje, e até final do corrente mês, este estabelecimento fecha para férias. A todos os clientes, a gerência deixa os votos de umas férias em grande.
Durante este período há muito ansiado, entre outras coisas, haverá passagem por aqui:

P.S.: Lembro a todos os visitantes deste blogue que, durante a minha ausência, continuo a aguardar o vosso contributo para a eleição dos dez mais dos fab four de Manchester. Digam lá de vossa justiça!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

THE ETERNAL

TONY WILSON
1950-2007

Procession moves on, the shouting is over
Praise to the glory of loved ones now gone

Tony Wilson, fundador da mítica Factory Records, deixou-nos hoje. Sem ele, talvez nunca tivéssemos ouvido falar de Joy Division, The Durutti Column, A Certain Ratio, New Order, Happy Mondays, e as nossas existências fariam menos sentido.
Após as mortes de Ian Curtis, Martin Hannett, e Rob Gretton, o passamento de Wilson fecha um dos mais apaixonantes capítulos da história da música popular.
Pelo menos teve em vida o devido tributo materializado naquela portentosa representação de Steve Coogan em 24 Hour Party People.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

MUSAS INDIE #7

How I wrote elastica girl...


JUSTINE FRISCHMANN

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

BLACK LIGHT, SO BRIGHT

Desenganem-se aqueles que pensaram que a aventura a solo (com as Watson Twins) da menina Jenny Lewis significava um ponto final na carreira dos californianos Rilo Kiley.
O quarto álbum de originais, sucessor do excelente More Adventurous (2004), de título genérico Under The Blacklight, está pronto e verá a luz (negra) do dia a 20 de Agosto.
Com uma malha de guitarra em tudo semelhante às aventuras recentes dos Modest Mouse, "The Moneymaker", o primeiro single já disponível para audição no
MySpace, parece ter o groove necessário para fazer sacudir alguns moneymakers nas pistas de dança mais esclarecidas. Por sua vez, em "Silver Lining", o segundo single, a voz insidiosa de Lewis tem aquele travo country que é já a imagem de marca dos Rilo Kiley.
Presença assídua em séries televisivas de segunda, vamos ver se é desta que a música dos Rilo Kiley tem o merecido destaque nos meios mais convencionais
.

INCONTINÊNCIA SÓNICA

Os Pissed Jeans são um quarteto proveniente do estado norte-americano da Pennsylvania. Com um background filiado nas correntes hardcore, a banda tem já no seu currículo dois álbuns, sendo o recente Hope For Men o primeiro na conceituada Sub Pop.
A histórica editora de Seattle parece assim querer reviver glórias de um passado distante, pois a bem humorada música dos Pissed Jeans, para além das influências dos seminais Flipper e dos viscerais Jesus Lizard, traz ainda à memória o rock sujo e garageiro dos Mudhoney dos primórdios. Descarga de adrenalina garantida, portanto.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

AO VIVO # 4

Festival Sudoeste 05/08/2007 (a parte que interessa)

Perdidas num cartaz que não lembraria ao Menino Jesus, com primazia aos nomes dedicados à malta do djambé, duas bandas foram responsáveis pela entrada deste escriba numa aventura rumo ao pó do Sudoeste: ida e volta no mesmo dia, e trabalho no dia seguinte... Apesar do cansaço esperado, valeu bem a pena. A crónica a seguir:
Guillemots
Deste combo multinacional com sede em Inglaterra, pouco mais conhecia do que os singles que não passam nas nossas rádios. Estava por isso à espera de um som pop mais ou menos convencional, o que não se verificou. Para além dos instrumentos canónicos, os Guillemots apresentam em palco uma parafernália onde constam o theremim, o piano eléctrico, o contrabaixo (a jovem que o manuseia, Aristazabal de sua graça, é de perder a respiração), sopros, e até megafone! Música emotiva, épica, sinfónica, swingante, a acusar alguma indefinição mas com potencial para crescer, foi aquilo a que se assistiu. Ponto negativo: o som: péssimo. Ponto positivo: os sons pouco usuais saídos da guitarra do brazuca MC Lord Magrão.

Of Montreal
Destes norte-americanos outrora ligados ao colectivo Elephant 6 (não, não é uma editora), conhecia umas quantas faixas mais antigas, feitas de uma pop luminosa de outras eras, na linha de uns Apples in Stereo, uma das mais notáveis bandas do referido colectivo. Ao que parece, o tão propalado Hissing Fauna, Are You The Destroyer? (2007) resulta em palco como uma versão esquizóide dos execráveis She Wants Revenge, perdida no meio de uma teatralidade non-sense, no pior sentido do termo. O último tema fez-me lembrar os Abba... e isso não é um elogio... Curiosamente, ao longo da noite foi esta a banda que dispôs de melhor som.



...And You Will Know Us by The Trail of Dead
Cabe a estes texanos metade da responsabilidade da minha ida ao Sudoeste. Com uma parte inicial marcada por alguns problemas de som, com especial incidência no microfone de Jason Reece no tema inaugural, os Trail of Dead agarraram o (pouco) público presente desde o primeiro instante. Sempre em crecendo, e ultrapassados os problemas técnicos, foram desfilando canções dos dois últimos registos, onde alternam momentos planantes com momentos de tensão ruidosa. Já na parte final do concerto, surgiria "Relative Ways", primeira incursão ao superlativo Source Tags & Codes e momento de verdadeira catarse para todos os presentes. Apesar de toda a angústia que a música dos Trail of Dead encerra, os mestres de cerimónias Conrad Keely e Jason Reece exibiram uma inesperada boa disposição sempre que se dirigiram ao público. Que voltem depressa para libertar-mos mais alguns litros de suor.



The National

E se os Trail of Dead tinham já sido uma justa recompensa pelo incómodo da deslocação, os The National seriam a cereja no topo do bolo. Com uma assistência bem composta, e que parecia estar lá apenas para os ver, o quinteto norte-americano mostrou-se até surpreendido com tão calorosa recepção. Com um alinhamento assente nos discos Alligator (2005) e Boxer (2007), a prestação dos The National foi apenas manchada pelos problemas técnicos já verificados com as bandas anteriores. A pequena tenda onde se encontra o palco Planeta Sudoeste acabou por ser o cenário ideal para as canções intimistas, muitas vezes sussurradas por aquela voz única de Matt Berninger. Num concerto a roçar a perfeição, destacar pontos altos pode ser desnecessário, ainda assim os temas de maior tensão ("Lit Up", "Mistaken For Strangers", "Abel" e "Mr. November") sobressairam dos demais. Por sua vez, "Daughters Of The Soho Riots" foi o momento mais bonito da noite. Só faltou mesmo "Karen" fazer a sua aparição... Quem sabe se da próxima...

NOTA: Nas apreciações telegráficas aos concertos do dia 5 publicadas na edição de hoje de um pasquim diário, o energúmeno de serviço dizia que o concerto dos The National tinha sido prejudicado pelo estado (ébrio, supõe-se) de Matt Berninger. Ao dito redactor deixo um conselho: puto, antes de lançares postas de pescada, curte a vida, vê uns concertos. Recomendava os The National, mas esses já passaram por cá há dois dias.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

TOTAL LEE

LEE HAZLEWOOD
1929-2007

No passado sábado, dia 4, o mundo da música popular ficou mais pobre com o desaparecimento de um dos seus maiores compositores. Entre outros feitos, Lee Hazlewood foi autor e co-intérprete, em parceria com Nancy Sinatra, dessa relíquia chamada "Some Velvet Morning", alvo de inúmeras e interessantíssimas versões, sendo uma das mais recentes dos estimáveis Primal Scream, contando com a colaboração de miss Moss, futura (?) mrs. Doherty.
E no espaço de uma semana, este blogue transformou-se num obituário...



Male:

Some velvet morning when I'm straight.

I'm gonna open up your gate.

And maybe tell you 'bout Phaedra

and how she gave me life

and how she made it in.

Some velvet morning when I'm straight.

Female:

Flowers growing on the hill.

Dragonflies and daffodils.

Learn from us very much.

Look at us but do not touch.

Phaedra is my name.

Male:

Some velvet morning when I'm straight.

I'm gonna open up your gate.

And maybe tell you 'bout Phaedra

and how she gave me life

and how she made it in.

Some velvet morning when I'm straight.

Female:

Flowers are the things we knew.

Secrets are the things we grew.

Learn from us very much.

Look at us but do not touch.

Phaedra is my name.

Male:

Some velvet morning when I'm straight.

Female:

Flowers growing on the hill.

Male:

I'm gonna open up your gate.

Female:

Dragonflies and daffodils.

Male:

And maybe tell you 'bout Phaedra

Female:

Learn from us very much.

Male:

And how she gave me life.

Female:

Look at us but do not touch.

Male:

and how she made it in.

domingo, 5 de agosto de 2007

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

SINGLES BAR #13

SUEDE
We Are The Pigs
(Nude, 1994)

Well the church bells are calling
Police cars on fire
And as they call you to the eye of the storm
All the people say "Stay at home tonight"

I say we are the pigs, we are the swine
We are the stars of the firing line

Se o álbum homónimo de estreia (e em particular o tema "So Young") já tinha sido motivo de um enorme fascínio, "We Are The Pigs", o single que anunciava o mal-amado Dog Man Star, foi o momento da rendição absoluta.
Tendo-se tornado no espaço de pouco mais de um ano o maior fénomeno da década, até então, na pop britânica, em 1994, os Suede atravessavam uma fase de ressaca, com tensões crescentes entre Brett Anderson e Bernard Butler (letras e música, respectivamente).
Com uma orientação mais rock já prenunciada pelo tema-título do EP Stay Together, e deixando para trás a aura neo-glam que os tinha catapultado para o estrelato, "We Are The Pigs" revelava uma certa consciência política até então desconhecida. Através de uma magnífica performance vocal, Brett Anderson debitava uma letra prenhe daquela "raiva doce" carregada de ironia, tão carecterística de Mr. Steven Patrick Morrissey. O final com a frase "We will watch them burn" chega mesmo a ser paradigmático (na versão incluída no álbum esta parte ganha contornos de crueldade, com a frase entoada por um coro infantil acompanhado do carpir de uma fogueira).
No campo estritamente técnico, ainda uma palavra de elogio para o excelente trabalho na produção de Ed Buller que, chamando para a linha da frente os principais recursos dos Suede, quase consegue fundir numa só a voz de Anderson e a guitarra de Butler.
E como as grandes canções exigem grandes vídeos, "We Are The Pigs" foi merecedor de uma verdadeira super-produção de forte inspiração orwelliana, onde a carga de violência exibida valeu o veto da MTV. Curiosamente, o vídeo apresentava já Richard Oakes como novo membro dos Suede, em substituição do "desertor" Bernard Butler.
Uma recordação de um tempo glorioso que não se repetirá. Ao revisitar este tema para a feitura deste post senti um daqueles arrepios na espinha...
Vídeo de "We Are The Pigs"

A GRANDE MENTIRA

Enquanto a maioria dos projectos recuperadores das sonoridades post punk vai apresentando clonagens cada vez mais estafadas, os Liars, responsáveis pelo pontapé-de-saída desta tendência, continuam a competir num campeonato à parte. Por muito que custe a acreditar aos mais incautos, o trio que agora assentou arraiais em Los Angeles nunca deixou de representar o verdadeiro espírito do post punk original: liberdade criativa sem limites e rejeição de fórmulas estanques.
Depois da exploração das possibilidades do uso da percussão patentes em Drum's Not Dead do ano passado, fazem nova inflexão sonora em Liars, o quarto registo a editar em breve.
E se desta vez a criatividade não chegou para um título à altura dos anteriores, parece ter sobrado na concepção da música. Para além de um regresso em força das guitarras, as quatro faixas avançadas no
MySpace da banda deixam antever que o convívio com os notáveis Deerhunter está a dar os seus frutos.
Mais uma prenda para ouvidos menos acomodados. A confirmar a partir de dia 20...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

SONGS THAT SAVED YOUR LIFE

Há vinte anos, no mês que que hoje se inicia, Johnny Marr batia com a porta, precipitando assim o fim da mais emblemática banda indie de sempre, facto de proporções semelhantes às do fim de um certo quarteto de Liverpool, quase duas décadas antes.
Para trás ficaram dezenas de canções intemporais a roçar a perfeição, saídas da pena da dupla Morrissey/Marr e dirigidas ao coração de todos e de cada um de nós.
Mesmo para quem conhece esse corpo de obra tão significativo de trás para a frente, escolher apenas dez exemplares que o representem não constitui tarefa fácil. Em todo o caso, e depois de muito reflectir, aqui fica o meu top ten:

10. THIS CHARMING MAN
(Single, 1983; The Smiths, 1984)
9. THE HEADMASTER RITUAL
(Meat Is Murder, 1985)
8. HALF A PERSON
(B-side de "Shoplifters Of The World Unite", 1987)
7. THE QUEEN IS DEAD
(The Queen Is Dead, 1986)
6. SHOPLIFTERS OF THE WORLD UNITE
(Single, 1987)
5. PANIC
(Single, 1986)
4. THERE IS A LIGHT THAT NEVER GOES OUT
(The Queen Is Dead, 1986)
3. GIRLFRIEND IN A COMA
(Single, 1987; Strangeways, Here We Come, 1987)
2. WHAT DIFFERENCE DOES IT MAKE?
(Single, 1984; The Smiths, 1984)
1. HOW SOON IS NOW?
(B-side de "William It Was Really Nothing", 1984; Single, 1985; Meat Is Murder, 1985)


Como blogue plural que se orgulha de ser, o April Skies pretende também auscultar os seus visitantes, habituais ou não. Para tal, basta enviarem a lista dos vossos dez temas preferidos dos Smiths (não necessariamente por ordem de preferência) via correio electrónico para o endereço indicado na barra lateral deste blogue. As "votações" decorrem durante todo o mês de Agosto e os resultados serão publicados no início de Setembro, logo após as férias. Fico a aguardar.