SWERVEDRIVER
Mezcal Head [Creation, 1993]
Embora pertencentes ao catálogo da Creation Records, pátria honorária do género, os Swervedriver sempre soaram demasiado abrasivos para encaixar nos parâmetros do shoegazing. Por contraste com os conterrâneos - de Oxford - Ride, derivados da veia espectral dos My Bloody Valentine, os Swervedriver preferiam citar a sujidade primária dos Stooges e respectivas descendências. Nas letras, demonstrativas de uma notória obsessão pelas temáticas do crime e da vida na estrada, pressentem-se influências da geração beat e demais simbologia da contra-cultura ianque.
Se o promissor debute Raise (1991) ainda padecia de um certo desequilíbrio derivado de ideias desenvolvidas em diferentes estádios de maturação, o subsequente Mezcal Head exibe uma banda plenamente confiante e certa do rumo a seguir, mesmo que no interim tenha ocorrido uma mudança de secção rítmica. Na coesão da dezena de temas, alguns sobressaem: "Duel", que com a suas guitarras elípticas originou um hit menor em terras do Tio Sam; o cintilante "Blowin' Cool", único desvio à toada negra instalada; o contemplativo, narcótico e mui psicadélico "Duress"; e sobretudo "Last Train To Satansville", peça central de Mezcal Head que traça o relato de uma viagem algo atribulada, com os riffs invasivos a causar alguns calafrios. Neste último, o segmento instrumental final faz-nos levantar a hipótese de os Swervedriver serem parentes bastardos das facções mais "jazzísticas" do post-rock.
Merecedores de um culto pouco mais que restrito na terra natal, os Swervedriver chegaram a ameaçar explodir do outro lado do Atlântico, tendo mesmo aberto alguns espectáculos para os Smashing Pumpkins na tour de promoção ao histórico Siamese Dream. Em inactividade desde 1999, após a edição do desapontante 99th Dream, foram em finais do ano passado atingidos pela febre de reuniões que marca este início de século, para já apenas para algumas aparições em palco. Paralelamente, o hiper-activo frontman Adam Franklin mantém uma carreira a solo e o projecto Magnet Morning, este em conjunto com o baterista dos Interpol.
Se o promissor debute Raise (1991) ainda padecia de um certo desequilíbrio derivado de ideias desenvolvidas em diferentes estádios de maturação, o subsequente Mezcal Head exibe uma banda plenamente confiante e certa do rumo a seguir, mesmo que no interim tenha ocorrido uma mudança de secção rítmica. Na coesão da dezena de temas, alguns sobressaem: "Duel", que com a suas guitarras elípticas originou um hit menor em terras do Tio Sam; o cintilante "Blowin' Cool", único desvio à toada negra instalada; o contemplativo, narcótico e mui psicadélico "Duress"; e sobretudo "Last Train To Satansville", peça central de Mezcal Head que traça o relato de uma viagem algo atribulada, com os riffs invasivos a causar alguns calafrios. Neste último, o segmento instrumental final faz-nos levantar a hipótese de os Swervedriver serem parentes bastardos das facções mais "jazzísticas" do post-rock.
Merecedores de um culto pouco mais que restrito na terra natal, os Swervedriver chegaram a ameaçar explodir do outro lado do Atlântico, tendo mesmo aberto alguns espectáculos para os Smashing Pumpkins na tour de promoção ao histórico Siamese Dream. Em inactividade desde 1999, após a edição do desapontante 99th Dream, foram em finais do ano passado atingidos pela febre de reuniões que marca este início de século, para já apenas para algumas aparições em palco. Paralelamente, o hiper-activo frontman Adam Franklin mantém uma carreira a solo e o projecto Magnet Morning, este em conjunto com o baterista dos Interpol.
"Last Train To Satansville"
3 comentários:
O nome do álbum é bastante sugestivo. Por acaso, nunca explorei bem os Swervedriver, mas ainda bem que os tens recuperado e divulgado por aqui. Abraço!
ainda recentemente comprei este e o 1º na versão remasterizada, só por causa dos bónus.
Grande disco.
Ainda hoje me surpreendo ao ouvir "Duel"
Abraço
Enviar um comentário