PINK MOUNTAINTOPS Outside Love [Jagjaguwar, 2009]
Ao terceiro registo do projecto pessaol paralelo aos Black Mountain, Stephen McBean propõe-se esmiuçar as questões do amor e do ódio, como se de um romance cheesy de Danielle Steele se tratasse. É o próprio quem o afirma e a capa de Outside Love não o desmente. Musicalmente, há uma vontade - pelo menos até ao segundo tema - em conjugar uma certa grandiosidade southern rock com o fuzz dos Mary Chain. No resto, McBean oferece-nos o lado mais contido e reflexivo da sua banda principal maquilhado pela reverberação spectoriana. [7]
MAGIK MARKERS Balf Quarry [Drag City, 2009]
Longe vão os tempos em que os Magik Markers eram conhecidos pelo abstraccionismo ruidoso. Tal como o anterior BOSS, o novo disco apresenta um conjunto de canções dignas desse nome, ainda que sabotadas pela estrutura pouco convencional, e obviamente alinhadas na corrente desalinhada iniciada pelos Sonic Youth nos idos de oitenta. O que distingue Balf Quarry do antecessor é a maior panóplia de soluções apresentadas, tanto na voz de Elisa Ambrogio, agora mais confiante e eclética, como na instrumentação, com maior recurso ao piano e aos sons acidentais. Não abolido em definitivo o ruído, os elementos folk e blues começam a ganhar terreno. [7,5]
HANDSOME FURS Face Control [Sub Pop, 2009]
Contrariamente à ebulição desorientante dos Swan Lake "de" Spencer Krug , seu colega nos Wolf Parade, Dan Boeckner opta por um minimalismo grintante, tanto de meios como de formas ,neste segundo longa-duração dos Handsome Furs, projecto que divide com a esposa. Basicamente, Face Control resume-se a electrónicas primitivas e drum machines, entrecortadas pela voz monocórdica e lementosa de Boeckner e, mais esporadicamente, por uma guitarra dissonante. No final, fica a sensação de se ter ouvido o mesmo tema doze vezes. [5]
THE VANDELLES Del Black Aloha [edição de autor, 2009]
Olha-se para a capa, lê-se o título, e a imaginação vagueia de imediato pelas paisagens idílicas do Hawaïi. E, apesar de o negrume imperar, se olhar-mos bem de perto, conseguimos vislumbrar a luminosidade das melodias surf rock estão lá, imersas na muralha de distorção e vozes abafadas. Discípulos dos Mary Chain e similares, é certo, mas senhores de uma linguagem muito própria que faz dos pedais a sua ferramenta predilecta. Não desiludirá todos aqueles que ficaram impressionados com a devastação perpretada pelos A Place To Bury Strangers há coisa de dois anos. [7,5]
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