"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 31 de agosto de 2010

First Exposure #17

















RANK/XEROX

Formação: David West (voz, gtr); Kevin McCarthy (bx, voz); Jon Sha Dei (btr); Brynn Sax (tcls, sax)
Origem: San Francisco, Califórnia [US]
Género(s): Lo-Fi, Post-Punk, Indie-Rock, Noise-Rock
Influências / Referências: Pere Ubu, The Fall, Wire, Urinals, Minutemen, Times New Viking, Sic Alps, Psychedelic Horseshit

http://www.myspace.com/rankxeroxx

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Em escuta #51









WILD NOTHING _ Gemini [Captured Tracks, 2010]

Nos últimos tempos, nos Estados Unidos, avoluma-se o rol de estetas adeptos das produções caseiras de baixa-fidelidade. Embora novato nessa extensa lista, Jack Tatum conta já com um currículo que inclui diversas solicitações para remisturas do trabalho de outrém. Na obra em nome próprio, assinada como Wild Nothing, envereda por uma sonoridade liberta de artifícios que sugere, inevitavelmente, algum recolhimento. As tapeçarias sonoras, essencialmente geradas a partir de sintetizadores analógicos, tanto evocam as paisagens idílicas dos Cocteau Twins como a pop fracturada dos Felt. Umas vezes banhado num mar de doce melancolia, outras penetrado por tímidos raios de sol, Gemini deixa no ar uma leve brisa de mistério que seduz desde o primeiro instante. [8]


ARCADE FIRE _ The Suburbs [Merge, 2010]

Ao terceiro registo, o combo canadiano mais celebrado dos últimos tempos, salvas as devidas distâncias, retoma os tons sépia do debutante Funeral, em detrimento da pompa balofa que marcou o subsequente Neon Bible. Contudo, nas entrelinhas, The Suburbs ainda deixa escapar alguns anseios de grandeza, seja na discrição dos arranjos de cordas, seja na limpidez da produção que arrasa a veia tosca de outrora. A voz de Win Butler abandonou o ar de gravidade do passado e envereda agora por uma reserva mais de acordo com as suas limitações. A sombra de Springsteen paira a cada recanto e as guitarras ganham terreno, por vezes em despique desenfreado ("Mouth Of May", "Ready To Start"), noutras a sublinhar o rigor formal que roça o classicismo pop (o profusamente catchy "Modern Man"). Interpretado por Régine Chassagne, "Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)" segue, sem pudores, por uma via electrónica retro que, possivelmente, aponta pistas para um futuro próximo. Segundo os membros da banda, a inspiração para este disco provém das experiências de vida nos subúrbios, e daí o ambiente de desencanto que emana. Como obra conceptual que é, The Suburbs não escapa aos piores tiques do "género", na circunstância manifestados na duração que vai para além do razoável. Pela parte que me toca, e para melhor fruição, saltei "Rococo" e "Empty Room", manifestações da irritação épica que me causa profunda repulsa. [7,5]


THE CORAL _ Butterfly House [Deltasonic, 2010]

Com este são já meia dúzia os álbuns da banda que, discretamente, se tem firmado como um dos mais sólidos colectivos nascidos no Reino Unido do novo século. Se a isto somarmos o facto de os seus membros ainda andarem pela casa dos vintes, ganha outras proporções o feito dos The Coral, banda que, desde cedo, manifestou o apego à tradição do psicadelismo pop sessentista comum a outros dignos representantes da Liverpool natal (Echo & The Bunnymen, The La's, Shack). Sem surpresas, Butterfly House segue essa mesma via, pese embora revele uma banda próxima de um estádio de amadurecimento, com toda a carga positiva que o termo possa sugerir. Obreiro desta pequena (r)evolução foi o produtor John Leckie que, aproveitando as transformações no seio da banda (a substituição do guitarrista), extraiu dos The Coral potencialidades que revelam extrema auto-confiança. A voz de James Skelly já não é a do puto meramente dotado, mas sim a do homem-feito com aptidões para um registo próximo do crooning. Das guitarras, geradoras de melodias tão formais quanto inventivas, tanto podem brotar laivos de flamenco a fazer lembrar os Love, como manifestações de virtuosismo próximas da versão contida de uns Stone Roses do segundo disco. Desta conjugação de factores, nasce uma dúzia de canções que, sem excepção, primam pela eficiência só ao alcance das obras intemporais. Para melhor entendimento, pasmem-se com a previsibilidade feita gema pop de "1000 Years", até prova em contrário, uma das canções que marcarão positivamente o corrente ano. [8,5]


TAME IMPALA _ Innerspeaker [Modular, 2010]

Não se pense a Austrália dos nossos dias, e em particular a editora Modular, apenas capaz de gerar sub-produtos de saudosismo oitentista que, ultimamente, tem entretido o gosto direccionado para modinhas fúteis. Quem no-lo afirma são os Tame Impala, quatro putos obcecados com os devaneios guitarrísticos de Hendrix e dos Cream da melhor safra, os mesmos que, há coisa de dois anos, presentearam os mortais com um fulgurante EP homónimo. A hora da aventura em longa-duração é também a de correr riscos, materializados num alargar de horizontes que se expandem até a uma faceta mais contemplativa - e, forçosamente, mais pop - que lembra The Beatles, em particular os do Álbum Branco. Há até algumas semelhanças vocais com o Lennon desses tempos que chegam a ser assustadoras. Não se pense, contudo, os Tame Impala apenas apostados na deriva mental por via da psicadelia sonora: quando investem a fundo no groove, sacodem irremediavelmente o corpo sem dó nem piedade. "Solitude Is Bliss", o tema eleito para single promocional é disso o melhor exemplo. [8,5]

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mixtape #5: Postcards From Paradise


Como já vem sendo hábito por esta altura do ano, o April Skies fecha portas para um curto mas merecido período de férias. Antes da partida, não queria deixar de presentear a meia dúzia de gatos-pingados que ainda faz questão de passar cá pelo tasco com mais uma singela compilação da minha lavra. Desta feita seleccionei 18 temas vindos do outro lado do mundo, mais concretamente da Nova Zelândia, com a particularidade de todos eles pertencerem ao catálogo da Flying Nun Records, a editora que desde há três décadas faz chegar a música daquele país das antípodas aos quatro cantos do planeta. Do lo-fi dos Tall Dwarfs à perfeição pop dos The Chills, da abrasão rock dos Gordons à pop celestial dos Dead Famous People, há toda uma panóplia de estilos e estéticas para agradar ao gosto de distintos tipos de melómanos. 
E porquê a Nova Zelândia, perguntam-me. Bem os motivos são dois. O primeiro é porque, como não me canso de dizer, este é o país com mais bandas interessantes por habitante em todo o mundo, embora ameaçado de perto pela Escócia. O outro motivo é que este é o destino que ainda ambiciono para umas férias como deve ser. Para cumprir tal desejo, já só me falta pôr de parte o dinheiro necessário a tal investimento e ganhar coragem para viagens que atravessam doze fusos horários. Por ora, rumo ao extremo nordeste deste nosso rectângulo. Inté!

  1. BAILTER SPACE _ "Glass" (1988)
  2. TALL DWARFS _ "Nothing's Going To Happen" (1981)
  3. THE DEAD C _ "Scarey Nest" (1990)
  4. THE MINT CHICKS _ "Crazy? Yes! Dumb? No!" (2006)
  5. STRAITJACKET FITS _ "Hail" (1988)
  6. THE CHILLS _ "Pink Frost" (1984)
  7. LOOK BLUE GO PURPLE _ "Cactus Cat" (1986)
  8. SHOCKING PINKS _ "Emily" (2007)
  9. THE JEAN-PAUL SARTRE EXPERIENCE _ "Elemental" (1989)
  10. BETCHADUPA _ "Spill The Light" (2000)
  11. THE BATS _ "North By North" (1987)
  12. DEAD FAMOUS PEOPLE _ "Postcard From Paradise" (1989)
  13. THE VERLAINES _ "Death And The Maiden" (1983)
  14. GARAGELAND _ "What Will You Do?" (1999)
  15. THE CELAN _ "Beatnik" (1982)
  16. THE 3Ds _ "Fish Tails" (1990)
  17. THE GORDONS _ "Future Shock" (1980)
  18. CHRIS KNOX _ "Meat" (1990)

Good cover versions #41












SUPERCHUNK "Say My Name" [Engine Room, 2007]
[Original: Destiny's Child (1999)]

A iniciativa Guilty By Association parte de uma pequena editora norte-americana, e consiste em reunir compilações com nomes do universo indie a reinterpretar um tema que considerem um guilty pleasure. Vai já no segundo volume e, tal como em muitos dos discos-tributo, os resultados são variáveis. No caso em apreço, diria até que ficam nivelados muito por baixo. A maioria dos nomes envolvidos tem investido em interpretações desmaiadas e até "xoninhas" de canções que, no seu original, constituem convites à dança das massas seguidoras dos hits de cada estação. Fórmula gasta e previsível, portanto, a revelar os piores defeitos que qualquer leigo aponta ao chamado indie.
Uma dos honrosas excepções tem a assinatura dos efusivos Superchunk, com um número carregado de riffs melódicos que constituem o gancho certeiro para deixar o ouvinte irremediavelmente rendido. A voz de puto reguila de Mac McCaughan é o garante da eterna juventude que a banda gosta de apregoar nas suas canções. Na génese de tão eficaz tratado power-pop está "Say My Name", o primeiro hit planetário da girl-band que catapultou a boneca Beyoncé e que, à data, foi manifestação pioneira da sofisticação do "novo" R&B que em breve preencheria, quase em exclusivo, a programação dos canais de música.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A nova indumentária do Archie
















Foto: Dom Garwood

O ano em curso parece ser o de todos os regressos. Fora desta tendência não quiseram  ficar os Archie Bronson Outfit que, alerte-se a multidão de desatentos, são uma maiores forças vivas do rock britânico da última década, com a sua mistura explosiva que invoca os blues e o rock sulista injectando-os de sujidade e carnalidade. Fora dos radares da moda, mas há quase meio ano a abrilhantar as tardes nesta casa está Coconut, o terceiro longa-duração do trio londrino produzido pela própria banda em parceria com Tim Goldsworthy, um dos fundadores da DFA Records. O novo disco marca uma inflexão na sonoridade dos ABO, não no sentido da aproximação às tendências dançantes associadas a tal produtor, mas antes rumo ao caldeirão da psicadelia, numa manobra que realça a demência que estava latente nos anteriores trabalhos da banda. Contudo, uma boa parte de Coconut presta-se, ainda assim, a servir o menu de pistas de dança de gosto não formatado. A minoria atenta, pôde adquiri-lo com uma dezena de videoclipes, um para cada tema. Este é apenas um deles:

"Shark's Tooth" [Domino, 2010]

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

10 anos é muito tempo #22







SHELLAC
1000 Hurts
[Touch and Go, 2000]





O hiato de tempo, eventualmente motivado pelas inúmeras solicitações para "produções" de discos alheios, que separa o estreante At Action Park (1994) e Terraform (1998) não parece ter sido benéfico para Steve Albini e seus associados. Deste último, unanimemente considerado o mais desinspirado dos discos com a chancela Shellac, o trio redimiu-se volvido um par de anos com 1000 Hurts, notório passo evolutivo relativamente à corrosão gratuita que assinalou o contundente álbum de estreia.
Antes que nos demos conta do investimento numa sonoridade mais depurada, próxima do minimalismo rock, 1000 Hurts exibe, nas letras, o regresso do vitríolo dos tempos dos Big Black e dos Rapemen que valeu a Albini acusações de misoginia e homofobia. Em jeito de provocação, o tema inaugural é "Prayer To God", no qual, por entre riffs cortantes e repetitivos, Albini invoca o Criador para pedir a mais cruel das mortes para uma ex-companheira desleal e, em particular, para aquele que tomou o seu lugar. Um vociferado "just fucking kill him / I don't care if it hurts" é suficientemente esclarecedor. Como sempre com Albini, a violência verbal tem de ser entendida como uma forma distorcida de sarcasmo. Em 1000 Hurts tal é facilmente perceptível pelos inúmeros vestígios de uma ironia mais tangível: o trocadilho de geek de estúdio do título; o discurso em voz off com as especificidades técnicas que antecipa o primeiro tema; o delírio non-sense de um declamatório Bob Weston em "New Number Order", capaz de ombrear com os devaneios de um Mark E. Smith nos seus dias sim; ou o decreto "this is a sad fuckin' song / we'll be lucky if I don't bust out crying" na abertura de "Squirrel Song", uma canção sobre uma praga da espécie animal que lhe dá o nome. Neste tema, a guitarra espasmódica, o baixo metódico, e a bateria contusa são a evidência do aprumo técnico dos Shellac neste estádio do seu desenvolvimento. Tal como "Mama Gina" (mais crueldade explícita), que evolui de um segmento instrumental profusamente bluesy e esquelético, atinge o quase silêncio na parte vocalizada, e explode com o trio numa cavalgada capaz de fazer estremecer o esqueleto. Momento de maior ortodoxia, "Song Against Itself" experimenta um groove inaudito, muito por culpa do baixo propulsivo de Weston, que também lhe dá voz. Tal como começa, 1000 Hurts encerra com um número atonal, desta vez a cargo da descarga de metal cortante do monstruoso "Watch Song".


"Prayer To God"


"Squirrel Song"


"Song Against Itself"

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Superfixe!
















No que concerne a álbuns de originais, os Superchunk já não davam notícias desde os alvores do novo século. Desde então, sabe-se que a dupla fundadora Mac McCaughan - Laura Ballance tem andado ocupada a gozar os rendimentos e a acompanhar de perto o crescimento exponencial da Merge Records, a editora que fundaram há mais de duas décadas com o intuito de lançar os discos dos próprios. Dele, sabe-se também que passou a dedicar mais tempo ao projecto paralelo Portastatic. Os dois lançamentos em pequenos formatos no ano passado, e o regresso aos palcos (e que belo concerto que eles deram no Primavera Sound de Maio último...) faziam adivinhar a boa nova: em meados do próximo mês chega às lojas Majesty Shredding, nono álbum da banda e, anunciado pelos próprios, sério candidato a pico de carreira. Esta última informação poderá ter alguma relevância a priori se lembramos que a integridade e a sinceridade sempre foram apanágios do quarteto de Chapel Hill, Carolina do Norte. Antecedendo o novo lançamento, brevemente serão repostos em edições remasterizadas No Pocky For Kitty (1991) e On The Mouth (1993), dois marcos incontornáveis para os seguidores dos Superchunk. No alinhamento da novidade Majesty Shredding poderemos encontrar o hiper-enérgico "Crossed Wires", súmula perfeita da receita power-pop-teen-punky que constitui a fórmula superchunkiana, lançado no pretérito ano em 7" de edição limitadíssima.


"Crossed Wires" [Merge, 2009]

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Singles Bar #50






THE SPECIALS
Ghost Town
[2 Tone, 1981]






Quando hoje se fala em ska, vêm à cabeça inúmeros projectos, muitos deles nacionais, repetitivos, previsíveis e vagos em ideias. Porém, na Inglaterra da viragem dos setentas para os oitentas, o género originário da Jamaica conheceu período de grande fulgor, com um número razoável de bandas a associar inovação musical à mensagem tendencialmente politizada. Na maior parte dos casos, a base ska era injectada de elementos contemporâneos do punk e da new-wave, criando uma fusão que ficaria designada por 2 Tone (os dois tons são o negro e branco, sugerindo a reinante miscigenação), isto por culpa da editora com o mesmo nome que albergava o maior número de projectos dedicados a este género revisionista. De entre as várias e óptimas bandas lançadas pela editora de Coventry, o destaque principal vai para The Specials, colectivo multi-racial da mesma cidade que, em termos de imagem, adoptou o visual dos rude boys do movimento mod de sessentas, gesto em que foram imitados por uma vasta falange de seguidores. Da vasta obra gravada sob as diferentes transformações do nome Specials, merecem especial destaque os dois primeiros álbuns, discos fundamentais para melhor compreender a largura de horizontes musicais da época em que foram gravados. Porém, situada cronologicamente entre aqueles, e ausente do alinhamento de qualquer um dos dois, está "Ghost Town", a canção que asseguraria à banda de Jerry Dammers e Terry Hall um lugar na História e que, ainda hoje, persiste como influência habitual em projectos que cruzam as diferentes expressões da música negra com a pop
"Ghost Town" nasce como reacção às políticas de Margaret Thatcher, desastrosas ao nível do emprego e desencadeadoras de tensões sociais e raciais entre os jovens britânicos, em particular nas cidades do interior, longe das grandes metrópoles. É o caso de Coventry, cidade outrora conhecida pela forte implementação industrial que entrou em declínio no consulado da dama-de-ferro. Nos jovens, a falta de perspectivas de futuro redunda habitualmente em actos de delinquência, sublinhados em "Ghost Town" pelas sirenes em fundo ou por tiradas do género "too much fighting on the dance floor" e "why must the youth fight against themselves?". No refrão, sem palavras, fica implícita a aura fantasmagórica sugerida pelo título. 
Embora "Ghost Town" tenha Coventry como pano de fundo, os Specials optaram por rodar o respectivo vídeo promocional na capital. É nas ruas desertas de Londres que os membros da banda, com ar alheado e alienado, se passeiam de carro, como que a querer dizer que o flagelo localizado despoletado por Thatcher pode, a curto trecho, alastrar aos grandes centros populacionais (e decisórios) do país.



terça-feira, 3 de agosto de 2010

Show me your riffs!















Ainda hoje a separação das Sleater-Kinney, em pleno auge, é algo difícil de entender para o comum dos mortais. Aquilo a que a banda de Portland chamou de "hiato indefinido" torna-se tão mais doloroso quanto menos têm sido as novidades musicais  destas três raparigas de pêlo na venta. Desde o fulgurante The Woods (1995), a baixista/vocalista Carrie Brownstein tem passado o tempo a entrevistar outros músicos; mais activa, mas igualmente discreta, a baterista Janet Weiss tem ladeado Stephen Malkmus nos The Jicks e o ex-marido nos Quasi; quanto a Corin Tucker, a guitarrista e a mais proeminente da vocalistas, tem estado entregue às funções da maternidade. Desta activista desbocada, a mesma que envergou uma t-shirt como o slogan do título deste post em desafio aos piropos sexistas nos concertos das S-K, temos finalmente a boa nova de que em breve terá o primeiro álbum a solo nas lojas. Dá pelo título de 1,000 Years e chega em inícios de Outubro próximo. Abaixo podem ouvir a primeira amostra, um tema sobejamente punky, com guitarras rasgadinhas que levantam a hipótese de como soariam os Ramones depois de aprender mais que os três acordes. A voz, tipicamente expressiva, soa como se em escassos minutos quisesse exorcizar todos os demónios deste mundo. Ou seja, por terras do noroeste, a tradição ainda é o que era...


The Corin Tucker Band "Doubt" [Kill Rock Stars, 2010]

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Duetos #24















Iniciados nos meandros da dream-pop, os Lush valeram à 4AD a entrada no universo shoegazer. Para o final da carreira, eram uma outra banda, evocando a pop de recorte clássico, com especial nos girl-groups de sessentas. Foi por esses dias de vigência da britpop que convocaram um das mais proeminentes figuras do "movimento": o bardo especializado em canções kitchen-sink. Do diálogo deste com a "colorida" Miki Berenyi nasceu a mais divertida break-up song que me foi dada a conhecer:


Lush feat. Jarvis Cocker "Ciao!" [4AD, 1996]