"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 17 de julho de 2012

Always crashing in the same car


















Acompanhada desde há muito por estas bandas, a dupla escocesa Strawberry Whiplash é ideia da cabeça de Lawrence McCluskey, responsável pela totalidade dos instrumentos. Se nos similares Bubblegum Lemonade trabalha em solitário, aqui conta com a preciosa ajuda da voz cândida de Sandra. O nome do projecto deriva de uma combinação do das bandas conterrâneas Strawberry Switchblade e Meat Whiplash, o que diz algo da sonoridade da parelha, com a doçura dos primeiros e a propensão fuzzy dos últimos. Depois de uma série de lançamentos em pequeno formato, saídos quase a conta-gotas, tardou mas chegou o álbum de estreia. Chama-se Hits In The Car e está ao nível das expectativas criadas junto da falange devota da indie-pop mais canónica.

Tendo a dupla base em Glasgow, não surpreende que o álbum vagueie num limbo entre as memórias da C86 e da pop "clássica" de sessentas, o que por si só não traz grandes novidades. Sucede, porém, que os treze temas que compõem Hits In The Car são de primeira estampa sob o ponto de vista melódico, com a particularidade de o todo ser vagamente conceptual. Na circunstância discorre-se sobre as minudências de uma relação amorosa: os altos e os baixos, a felicidade e a amargura. Quando envereda por uma via retro, o par faz lembrar os melhores The Primitives do recente e surpreendente álbum de versões. Já quando o fuzz contamina as melodias, vêm-nos à memória uns My Bloody Valentine de Isn't Anything injectado de uma boa dose de luminosidade, ou até uns Mary Chain de meados de noventas. Para amostra fica um exemplar de cada uma destas últimas estirpes. Oiçam e depois digam-me das semelhanças do segundo com determinado dueto da banda dos manos Reid.


"Sleepy Head" [Matinée, 2012]


"You Make Me Shine" [Matinée, 2012]

1 comentário:

O Puto disse...

Graças a ti, conheci a banda. Graças a um vídeo (que já teve mais de 175.000 visitas), troquei e-mails com o Lawrence. O mundo é mesmo pequeno.
Quanto ao disco, valeu a pena a espera.