"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Jubilee


Há 25 anos, neste mesmo dia, saía o disco de uma vida. Da minha. Não o melhor, talvez. Basta dizer, sem sair do universo The Smiths, que o tempo fez com que passasse a dividir a preferência com Strangeways, Here We Come, o mal-amado, o incompreendido disco da despedida. Mas, The Queen Is Dead foi o disco certo na altura certa. Respondeu a todos os anseios de um adolescente à procura do sentido da vida. Em cada canção, a empatia é tal que, como alguém uma vez disse, sentimos que Morrissey fala para cada um de nós, em particular. 

Olhado a esta distância, The Queen Is Dead mantém intacto a sua genialidade, a sua frescura, o seu apelo imediato. É violento, irónico, cínico. É uma visão amargurada do Estado da Nação. É um murro nas trombas da monarquia. É, tal como escrevia há poucos meses Jon Savage, um acto de coragem em plena ascenção ao pode da aristocracia pop que saiu coroada do Live Aid. Tanto mais, atendendo a que The Smiths não eram uma banda qualquer. Eles próprios já tinham chegado aos ouvidos e aos corações da massas. Mas The Queen Is Dead é também sincero - raramente, na música popular, alguém expôs as entranhas tão exibicionista como Morrissey o fez. E, em todo o seu desencanto, é esperançado e é romântico. Romântico, não no sentido mundano do termo, mas na sua verdadeira acepção.

Por tudo isto, por tudo aquilo que The Queen Is Dead ainda significa, hoje como há 25 anos, apetece gritar bem alto:

A rainha está morta! Que se foda a rainha!

Viva Morrissey! Viva Marr! Viva Rourke! Viva Joyce!

Vivam The Smiths!


"The Boy With The Thorn In His Side" [Rough Trade, 1986]


"There Is A Light That Never Goes Out" [Rough Trade, 1986]

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