"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

R.I.P.


Marty Thau com Malcolm McLaren e Bernie Rhodes (segundo e terceiro, dir. para esq.), 
agentes dos Sex Pistols e dos The Clash, respectivamente

MARTHY THAU
[1938-2014]

Morreu hoje, com 75 anos de idade e de causa ainda desconhecida, Marty Thau, agente de bandas rock, produtor, empresário, e nome intimamente ligado ao underground nova-iorquino, nomeadamente ao submundo punk e new-wave de finais de setentas.

Não obstante este estatuto, a entrada de Thau no circo rock'n'roll até aconteceu no meio mainstream, primeiro na revista Billboard, depois como executivo de subsidiárias das grandes editoras. Foi nesta qualidade que esteve directamente ligado às edições americanas de discos históricos de peixes graúdos como Van Morrison e John Cale, ainda durante os sixties. No início da década seguinte, por vontade própria, abandonou a big league e dedicou-se exclusivamente ao underground. Para a história ficará lembrado como o agente dos New York Dolls, banda semi-falhada nos intentos de sucesso, mas determinante no lançamento das sementes punk. Os frutos forma colhidos pelo próprio Thau, que gravou as primeiras demos dos Ramones e esteve também presente nos primeiros passos dos Blondie. Porém, como produtor, o seu trabalho mais significativo é o seminal álbum de estreia homónimo dos Suicide, de 1977. Para o lançamento deste disco fundou a Red Star Records, primeira grande editora independente americana depois do fim dos sessentas, e selo também de trabalhos de bandas como Richard Hell & The Voidoids, The Real Kids, ou The Fleshtones. Da sua exclusiva responsabilidade é também uma compilação de bandas new-wave, ainda antes desta tendência dominar a primeira metade da década de 1980 da MTV. Consta que, até esta data, Marty Thau dedicava-se ainda à conclusão da auto-biografia Rockin' The Bowery: From The New York Dolls To Suicide, na qual teria certamente muitas histórias para revelar desse fascinante pedaço da história da música popular.

 
Suicide "Ghost Rider" [Red Star, 1977]

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