"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 30 de dezembro de 2007

O MELHOR ANO DAS NOSSAS VIDAS

Em plena época de todos os balanços, proponho uma viagem ao passado, mais concretamente até ao ano da graça de 1991, definitivamente, o melhor ano das nossas vidas. Passo a defender esta tese, em vinte pontos:

  • Chapterhouse Whirlpool (Dedicated)
  • Julian Cope Peggy Suicide (Island)
  • Kitchens of Distinction Strange Free World (One Little Indian)
  • Massive Attack Blue Lines (Virgin)
  • Mercury Rev Yerself Is Steam (Mint)
  • My Bloody Valentine Loveless (Creation)
  • Nirvana Nevermind (DGC)
  • The Orb The Orb's Adventures Beyond The Ultraworld (Big Life)
  • Primal Scream Screamadelica (Creation)
  • Ride Today Forever EP (Creation)
  • Saint Etienne Foxbase Alpha (Heavenly)
  • Sebadoh III (Homestead)
  • Slint Spiderland (Touch and Go)
  • Slowdive Just For A Day (Creation)
  • Smashing Pumpkins Gish (Caroline)
  • Stereolab Super 45 EP (Duophonic)
  • Swervedriver Raise (Creation)
  • Teenage Fanclub Bandwagonesque (Creation)
  • Throwing Muses The Real Ramona (4AD)
  • The Wedding Present Seamonsters (RCA)

Fazendo votos para que o ano de 2008 seja o melhor ano das vossas vidas, deixo-vos com um dos mais soberbos pedaços de música jamais criados pela espécie humana.

Primal Scream "Higher Than The Sun" (Creation, 1991)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

DOCE LETARGIA

Mogwai "Cody" (Chemikal Underground, 1999)

(Recordação motivada por este camarada).

UMA LISTA DIFERENTE





Ao longo de mais de duas décadas, a publicação britânica The Wire tem sido o mais importante meio de divulgação daquelas músicas que fogem às fórmulas mais estandardizadas (mesmo para os padrões indie). Nos conteúdos de alguns números mais recentes nota-se uma maior aproximação a um gosto mais próximo do convencional, o que também se pode entender como um crescente interesse do público consumidor por "outras músicas". Considerações à parte, as listas de fim de ano da The Wire continuam a assumir uma clara diferença em relação às demais. Para comprová-lo, aqui fica o Top Ten 2007 (da tabela generalista, porque a revista publica outras):

1. Robert Wyatt Comicopera
2. Burial Untrue
3. Panda Bear Person Pitch
4. OM Pilgrimage
5. LCD Soundsystem Sound Of Silver
6. Von Südenfed Tromatic Reflexxions
7. Pram The Moving Frontier
8. M.I.A. Kala
9. Battles Mirrored
10. Ricardo Villalobos Fabric 36

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

CONFEITARIA NIPÓNICA

Fruto da mente do guitarrista Eric Berg, os JAPANCAKES são uma banda proveniente de Athens, no estado norte-americano da Geórgia, com uma carreira que já atingiu os dez anos. Inspirados pela obra do compositor minimalista Terry Riley, são praticantes de uma espécie de indie-post-rock instrumental, de contornos vagamente ambientais.
Em 2007, os Japancakes emergem de uma certa obscuridade, muito por obra da dimensão da empreitada a que se propuseram: uma versão integral (instrumental, obviamente) de Loveless, o lendário disco de 1991 dos My Bloody Valentine cujos gastos de dois anos de gravação, segundo Alan McGee, quase conduziam a Creation Records à bancarrota. O resultado final é algo desequilibrado, alternando algumas boas releituras com momentos de aborrecimento puro.
Bem melhor é a versão de "Heaven Or Las Vegas" (Cocteau Twins) incluída em Giving Machines, o outro álbum lançado pelos Japancakes em 2007.
Ambos os discos têm selo da Darla Records, editora responsável pela descoberta dos grandes My Morning Jacket.

Japancakes no MySpace

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

2007 FOI ASSIM...

Fim de ano é, por norma, época de balanços. Seguindo esta lógica, o April Skies orgulha-se de apresentar abaixo as preferências do seu mentor no que respeita à produção musical do ano de 2007. Não se revestindo de carácter definitivo, as listas que se seguem traduzem apenas aquilo que mais empolgou este vosso devorador de música ao longo dos últimos doze meses. Um ano de boa colheita, by the way!

30 ÁLBUNS














1. THE SHINS
Wincing The Night Away
2. OKKERVIL RIVER The Stage Names
3. ARCTIC MONKEYS Favourite Worst Nightmare
4. LES SAVY FAV Let's Stay Friends
5. SPOON Ga Ga Ga Ga Ga
6. LIARS Liars
7. A PLACE TO BURY STRANGERS A Place To Bury Strangers
8. MENOMENA Friend And Foe
9. ELECTRELANE No Shouts No Calls
10. BATTLES Mirrored
11. ANIMAL COLLECTIVE Strawberry Jam
12. WILCO Sky Blue Sky
13. THE BESNARD LAKES ...Are The Dark Horse
14. DINOSAUR JR. Beyond
15. THE TWILIGHT SAD Fourteen Autumns & Fifteen Winters
16. CARIBOU Andorra
17. DEERHUNTER Cryptograms
18. THE NATIONAL Boxer
19. MAGIK MARKERS Boss
20. THE PONYS Turn The Lights Out
21. BRIGHT EYES Cassadaga
22. HANDSOME FURS Plague Park
23. EL-P I'll Sleep When You're Dead
24. SHELLAC Excellent Italian Greyhound
25. VON SÜDENFED Tromatic Reflexxions
26. MODEST MOUSE We Were Dead Before The Ship Even Sank
27. THE FIERY FURNACES Widow City
28. THE HORRORS Strange House
29. PANDA BEAR Person Pitch
30. JESU Conqueror


30 CANÇÕES (por ordem alfabética)

  • A PLACE TO BURY STRANGERS "Ocean"
  • ANIMAL COLLECTIVE "For Reverend Green"
  • ARCTIC MONKEYS "Do Me A Favour"
  • ART BRUT "Nag Nag Nag Nag"
  • BATTLES "Atlas"
  • BLACK LIPS "O Katrina!"
  • BLOOD RED SHOES "It's Getting Boring By The Sea"
  • BRITISH SEA POWER "Atom"
  • CELEBRATION "Evergreen"
  • DAN LE SAC VS SCROOPIUS PIP "Thou Shalt Always Kill"
  • DEERHUNTER "Like New"
  • DINOSAUR JR. "Back To Your Heart"
  • ELECTRELANE "To The East"
  • LCD SOUNDSYSTEM "All My Friends"
  • LES SAVY FAV "What Would Wolves Do?"
  • LIARS "Plaster Casts Of Everything"
  • LOS CAMPESINOS! "You! Me! Dancing!"
  • MAGIK MARKERS "Taste"
  • MODEST MOUSE "Dashboard"
  • THE NATIONAL "Mistaken For Strangers"
  • THE NEW PORNOGRAPHERS "My Rights Versus Yours"
  • NOISETTES "Scratch Your Name"
  • OKKERVIL RIVER "Our Life Is Not A Movie Or Maybe"
  • POLYTECHNIC "Man Overboard"
  • RILO KILEY "The Moneymaker"
  • THE SHINS "Sleeping Lessons"
  • SONS AND DAUGHTERS "Gilt Complex"
  • SPOON "Black Like Me"
  • TWO GALLANTS "Seems Like Home To Me"
  • YEAH YEAH YEAHS "Kiss Kiss"


10 CONCERTOS










1. DINOSAUR JR. @ Paredes de Coura

2. ARCTIC MONKEYS @ Coliseu dos Recreios
3. LOW @ Santiago Alquimista
4. THE SEA AND CAKE @ ZdB
5. ELECTRELANE @ Paredes de Coura
6. SONS AND DAUGHTERS @ Teatro Sá da Bandeira
7. SPOON @ Paredes de Coura
8. THE NATIONAL @ Festival Sudoeste
9. TV ON THE RADIO @ SBSR
10. ...AND YOU WILL KNOW US BY THE TRAIL OF DEAD @ Festival Sudoeste


10 REEDIÇÕES/COMPILAÇÕES













1. SONIC YOUTH
Daydream Nation
2. THE TRIFFIDS Calenture
3. THE TEARDROP EXPLODES Peel Sessions Plus
4. THE HOUSE OF LOVE The House Of Love
5. GALLON DRUNK From The Heart Of Town
6. PREFAB SPROUT Steve McQueen
7. G.N.R. Independança
8. THE FOR CARNATION Promised Works
9. FIRE ENGINES Hungry Beat
10. MICRODISNEY Daunt Square To Elsewhere


RESTOS DE COLECÇÃO (10 discos de 2006 escutados em 2007)














1. THE HOLD STEADY
Boys And Girls In America
2. THE SCOURGE OF THE SEA Make Me Armored
3. ANNUALS Be He Me
4. SWAN LAKE Beast Moans
5. CURSIVE Happy Hollow
6. THE ROGERS SISTERS The Invisible Deck
7. WOLF & CUB Vessels
8. EARLY DAY MINERS Offshore
9. GALLOWS Orchestra Of Wolves
10. SILVERSUN PICKUPS Carnavas

sábado, 22 de dezembro de 2007

UM CONTO DE NATAL

Com os votos de um Feliz Natal a todos os visitantes deste blogue, deixo-vos com aquela que será, provavelmente, a melhor canção de sempre alusiva a esta quadra.
Serve a ocasião também para lembrar que, não obstante a vida desregrada que tem levado, Mr. MacGowan completa meio século de vida precisamente no próximo dia 25. Parabéns ao Menino!

The Pogues & Kirsty MacColl "Fairytale Of New York" (Island, 1987)

It was Christmas Eve babe
In the drunk tank
An old man said to me, won't see another one
And then he sang a song
The Rare Old Mountain Dew
I turned my face away
And dreamed about you

Got on a lucky one
Came in eighteen to one
I've got a feeling
This year's for me and you
So happy Christmas
I love you baby
I can see a better time
When all our dreams come true

They've got cars big as bars
They've got rivers of gold
But the wind goes right through you
It's no place for the old
When you first took my hand
On a cold Christmas Eve
You promised me
Broadway was waiting for me

You were handsome
You were pretty
Queen of New York City
When the band finished playing
They howled out for more
Sinatra was swinging,
All the drunks they were singing
We kissed on a corner
Then danced through the night

The boys of the NYPD choir
Were singing "
Galway Bay"
And the bells were ringing out
For Christmas day

You're a bum
You're a punk
You're an old slut on junk
Lying there almost dead on a drip in that bed
You scumbag, you maggot
You cheap lousy faggot
Happy Christmas your arse
I pray God it's our last

I could have been someone
Well so could anyone
You took my dreams from me
When I first found you
I kept them with me babe
I put them with my own
Can't make it all alone
I've built my dreams around you


quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

BANDEIRAS AO VENTO



















Depois de o EP
Krankenhaus? ter já revelado dois dos doze temas que compõem o terceiro álbum dos grandes BRITISH SEA POWER (BSP), a 7 de Janeiro próximo é lançado o single de avanço "Waving Flags". O álbum, Do You Like Rock Music?, chega ao mercado uma semana mais tarde.
Embora se note uma forte presença das guitarras poderosas do primeiro álbum, sobressai em "Waving Flags" uma grandiosidade épica muito arcadefireana. A inclusão destas sonoridades não espanta se tivermos em conta que Do You Like Rock Music? foi produzido por Howard Bilerman (baterista dos Arcade Fire em Funeral) e Efrim Manuck (líder dos Godspeed You! Black Emperor), dupla proprietária do estúdio Hotel2Tango, em Montreal, onde o disco foi gravado.
Confiram tudo isto aqui em baixo.

British Sea Power "Waving Flags" (Rough Trade, 2007)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

TÁ SWELL!

Durante a última década do século passado, os californianos SWELL foram um caso de culto fervoroso por parte de um grupo restrito de seguidores. Agora, interrompendo um hiato de quatro anos, o combo liderado por David Freel recupera o tempo perdido com duas edições de uma assentada: South Of The Rain And Snow, com dez canções novas, e The Lost Album, que reúne nove temas resultantes das sessões de Too Many Days Without Thinking (1997).
Como não está nada fácil arranjar contratos satisfatórios, ambos os discos têm selo da pSycho-sPecific, editora da própria banda também responsável pelo lançamento dos primeiros registos.

Swell no MySpace

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

AO VIVO #9

Club Heineken Paredes de Coura @ Teatro Sá da Bandeira

Para além da degustação de uma excelente francesinha, e do agradável convívio com alguns camaradas bloguistas, a deslocação à Invicta no passado sábado, com "bilhete de ida-e-volta" em apenas 14 horas, rendeu também dois excelentes concertos. Fiquem a saber o porquê nas linhas que se seguem

Tunng

Após audições repetidas de alguns temas avulsos deste sexteto londrino, fiquei com a impressão de que, em palco, este estranho casamento entre folk e electrónica poderia revelar algumas fragilidades. Puro engano. Em palco, a música dos Tunng ganha força, a parte orgânica sobressai e os vocalistas (quatro ao todo, muitas vezes em simultâneo) desenham harmonias de puro deleite. Com estes ingredientes, devidamente condimentados com os subtis (e bizarros) apontamentos electrónicos criam uma atmosfera de vibrações positivas, profundamente enraizadas num certo mundo mágico típico da folk britânica (há até uma canção sobre pessoas que se transformam em coelhos). Uma agradável surpresa para a maioria dos (poucos) convivas.

Sons and Daughters

Apesar do avançado da hora, por altura da subida ao palco da principal atracção deste 1.º CHPdC a sala do Sá da Bandeira apresentava já uma mole humana considerável. Com o público na mão desde o primeiro segundo, os S&D apresentaram um alinhamento irrepreensível onde, para além dos inúmeros temas dos dois registos anteriores (com as maiores ovações a pertencerem obviamente a "Johnny Cash" e "Dance Me In"), houve também lugar para a apresentação de diversos temas de This Gift, o novo álbum com edição prevista para o mês que vem. Nos novos temas, onde pontificam os singles, já bem conhecidos dos presentes, "Gilt Complex" e "Darling", nota-se que, o vermelho e o negro que marcaram o passado o passado da banda escocesa, deram lugar a tons glomourosos que auspiciam altos vôos num futuro próximo.
Música à parte, é também interessante reparar que cada um dos quatro elementos dos S&D revela em palco uma postura própria, com um carisma bem vincado. Neste particular, um especial destaque à insinuante vocalista Adele Bethel, mesmo tendo em conta que os calções diminutos revelem alguma celulite que já exige cuidados. Mas isso, são pormenores de somenos importância numa noite quase perfeita...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

PARA O NATAL...

... o meu presente eu quero que seja:

ART OF MODERN ROCK
Paul Grushkin & Dennis King
(Chronicle Books, 2004)

FÚRIA COM AÇÚCAR

SUPER FURRY ANIMALS
Hey Venus! (Rough Trade, 2007)

Dois anos depois de Love Kraft, um disco óptimo para muitas bandas, mas apenas mediano para os parâmetros SUPER FURRY ANIMALS (SFA), a banda galesa volta a subir a fasquia com este Hey Venus!.
Sob a capa medonha da autoria de Kelichi Tanaami (depois de anos de colaboração com Pete Fowler), escondem-se alguns desenhos melhores e, mais importante que isso, onze (curtas) faixas de pura alquimia pop. Os singles "Run-Away" e "Show Your Hand" entram directamente para a compilação ideal dos SFA. E só mesmo Gruff Rhys poderia conceber uma balada cativante e tonta simplesmente intitulada... "Suckers!".
Derivado ao facto de os SFA não serem propriamente uns novatos (Hey Venus! é já o oitavo álbum), este disco terá sido ignorado por muito boa gente. Se querem a minha opinião, acho que fazem muito mal!

SFA no MySpace

sábado, 15 de dezembro de 2007

HIT THE NORTH

Sons and Daughters "Darling" (Domino, 2007)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

SEDE DE SANGUE

(Desenganem-se aqueles que pensam que os últimos títulos deste blogue indiciam qualquer ligação ao negócio da noite da Invicta. Trata-se apenas de uma triste coincidência nada condizente com a quadra que se aproxima)

Depois de dois soberbos testemunhos indie rock que passaram despercebidos à maioria, mas não aos Yeah Yeah Yeahs que os convidaram para algumas primeiras partes, os nova-iorquinos BLOOD ON THE WALL estão a pouco mais de um mês de lançar Liferz, o seu terceiro álbum pela The Social Registry.
Após sucessivas audições da amostra "Junkeee...Julieee", já a rodar por aí, pode-se garantir que está assegurada uma nova revisitação desempoeirada aos bons velhos tempos dos Pixies e dos Nirvana.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

ORDEM PARA MATAR

Dan Le Sac Vs Scroobius Pip "Thou Shalt Always Kill" (Lex, 2007)

Thou shalt not steal if there is direct victim.
Thou shalt not worship pop idols or follow lost prophets.
Thou shalt not take the names of Johnny Cash, Joe Strummer, Johnny Hartman, Desmond Decker, Jim Morrison, Jimi Hendrix or Syd Barrett in vain.
Thou shalt not think any male over the age of 30 that plays with a child that is not their own is a pedophile - Some people are just nice.
Thou shalt not read NME.
Thou shalt not stop likin' a band just 'cause they’ve 'come popular.
Thou shalt not question Stephen Fry.
Thou shalt not judge a book by its cover.
Thou shalt not judge Lethal Weapon by Danny Glover.
Thou shalt not buy Coca-Cola products, thou shalt not buy Nestle products.
Thou shalt not go into the woods with your boyfriend’s best friend, take drugs and cheat on him.
Thou shalt not fall in love so easily.
Thou shalt not use poetry, art or music to get into girls’ pants - use it to get into their heads.
Thou shalt not watch Hollyoaks.
Thou shalt not attend an open mic and leave as soon as you done your shitty little poem or song, you self-righteous prick.
Thou shalt not return to the same club or bar week in, week out, just ’cause you once saw a girl there that you fancied but you’re never gonna fucking talk to.

Thou shalt not put musicians and recording artists on ridiculous pedestals no matter how great they are or were.
The Beatles - Were just a band.
Led Zepplin - Just a band.
The Beach Boys - Just a band.
The Sex Pistols - Just a band.
The Clash - Just a band.
Crass - Just a band.
Minor Threat - Just a band.
The Cure - Were just a band.
The Smiths - Just a band.
Nirvana - Just a band.
The Pixies - Just a band.
Oasis - Just a band.
Radiohead - They're just a band.
Bloc Party - Just a band.
The Arctic Monkeys - Just a band.
The Next Big Thing - Just a band!

Thou shalt give equal worth to tragedies that occur in non-English speaking countries as to those that occur in English speaking countries.
Thou shalt remember that guns, bitches and bling were never part of the four elements and never will be.
Thou shalt not make repetitive generic music, thou shalt not make repetitive generic music, thou shalt not make repetitive generic music, thou shalt not make repetitive generic music.
Thou shalt not pimp my ride.
Thou shalt not scream if you wanna go faster.
Thou shalt not move to the sound of the wickedness.
Thou shalt not make some noise for Detroit.
When I say “Hey” thou shalt not say “Ho.”
When I say “Hip” thou shalt not say “Hop.”
When I say, he say, she say, we say, make some noise - kill me.

[Ah, forgot where I was, hang on]

Thou shalt not quote Me Happy.
Thou shalt not shake it like a Polaroid picture.
Thou shalt not wish your girlfriend was a freak like me.
Thou shalt spell the word “Phoenix” P-H-E-O-N-I-X, not P-H-O-E-N-I-X, regardless of what the Oxford English Dictionary tells you.
Thou shalt not express your shock at the fact that Sharon got off with Brad at club last night by saying “Is it.”
Thou shalt think for yourselves.

And thou shalt always, thou shalt always... kill.

Dan Le Sac Vs Scroobius Pip no MySpace

SALTAR A FRONTEIRA

A notícia tem origem no Pitchfork Media: os renovados MY BLOODY VALENTINE (MBV) visitam a vizinha Espanha por ocasião da 14.ª edição do Festival Internacional de Benicàssim, a decorrer entre 17 e 20 de Junho, sendo esta, por ora, a única data a acrescer às inicialmente previstas, todas no Reino Unido.
Contudo, a mesma fonte deixa no ar a suspeita de que, em breve, novas datas poderão ser anunciadas nesta digressão que marca o regresso dos MBV ao fim de dezasseis anos de silêncio.
Senhores programadores do Paredes de Coura: estão à espera de quê?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

DISCOS PE(R)DIDOS #16

THE LEMONHEADS
It's A Shame About Ray
(Atlantic, 1992)

Durante os primeiros anos, os LEMONHEADS eram (injustamente) vistos por muitos como uma versão light dos conterrâneos (de Boston) Dinosaur Jr. Por alturas de Lovey (1990), o seu primeiro disco para uma multinacional, deram o primeiro passo na exploração de um fórmula ganhadora, uma espécie de híbrido punk-power-pop. Dois anos depois, com It's A Shame About Ray, essa fórmula surgia aprimorada.
Após a entrada a matar com a acelerada "Rockin Stroll", somos assaltados por uma sequência de três temas altamente catchy, perto da perfeição pop: "Confetti", o tema-título, e "Rudderless". De forma ingénua, "Alison's Starting To Happen" conta a história de uma rapariga cuja vida mudou com a descoberta do punk rock, enquanto o controverso "My Drug Buddy" relata a satisfação de se partilhar experiências de drogas com um ser do sexo feminino. Este último tema, e outros, como "The Turnpike Down" e "Hanna & Gabi, são assomos de um certo folk rock que os Lemonheads viriam a desenvolver futuramente com os resultados que se conhece.
Elemento não de somenos importância na excelência da dúzia de canções que compõem It's A Shame..., é a VOZ quente se segura de Evan Dando, aqui e ali coadjuvado pela tom doce da baixista (e namorada na altura) Juliana Hatfield, a reforçar uma certa ingenuidade reinante.
Em edições posteriores, não se sabe se como forma a tornar o disco mais apetecível, ou mais longo (a edição original tinha menos de meia hora de duração), a editora optou por acrescentar a versão orelhuda do clássico "Mrs. Robinson" ao alinhamento que, por acaso, até nem é uma das melhores versões que os Heads fizeram...
Considerados pela massa crítica underground demasiado poppy, e demasiado obscuros para o mainstream, os Lemonheads de 1992 posicionavam-se numa espécie de limbo. No entanto, quinze anos depois, It's A Shame... continua a exalar uma frescura juvenil que contagia.

Videoclip de "It's A Shame About Ray", no qual Johnny Depp e Faye Dunaway são presenças de vulto.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

NUM FUTURO PRÓXIMO

De entre as várias edições agendadas para o início do ano que se avizinha, o segundo álbum dos canadianos BLACK MOUNTAIN é das mais aguardadas por estas bandas.
Enquanto não chega o dia 21 de Janeiro, o primeiro avanço para In The Future serve para aguçar o apetite. Misto de rock pesadão na melhor tradição setentista e de psicadelismo encantatório, "Tyrants" conjuga na perfeição as diferentes vozes de Stephen McBean e Amber Webber num épico de oito minutos. Para curiosos e pessoal de bom gosto, download gratuito aqui.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

ROSA CHOQUE

Nick Harte, o homem por detrás do projecto SHOCKING PINKS, foi em tempos baterista da banda neo-zelandesa The Brunettes (com o mui recomendável Structure & Cosmetics editado recentemente pela Sub Pop).
Depois de dois álbuns pela mítica Flying Nun que chamaram a atenção de James Murphy, os Shocking Pinks estreiam-se com um disco homónimo pela nova-iorquina DFA Records. Nas dezasseis faixas que compõem Shocking Pinks, subtis pinceladas electrónicas recontextualizam o som dos My Bloody Valentine circa Isn't Anything para o novo século, revelando um manipulador de sons que se demarca de forma notória do contingente DFA.

Shocking Pinks no MySpace

UNCUT BEST OF 2007

Com o aproximar do fim do ano, tudo o que é publicação dedicada à música apressa-se a elaborar as listas de discos que marcaram os últimos doze meses.
A primeira lista a que tive acesso é da revista britânica UNCUT, que em 2007 comemorou dez anos de vida. Com algumas surpresas e muitas suspeitas confirmadas, em oito anos que levo como leitor da Uncut, este será o ano em que menos me identifico com as escolhas, isto apesar de os cinquenta álbuns eleitos revelarem um rejuvenescimento que se encontra ausente das páginas da revista. Para os interessados, aqui fica a metade cimeira da tabela:

1. LCD SOUNDSYSTEM Sound Of Silver
2. ARCTIC MONKEYS Favourite Worst Nightmare
3. PJ HARVEY White Chalk
4. ROBERT PLANT & ALISON KRAUSS Raising Sand
5. WILCO Sky Blue Sky
6. ROBERT WYATT Comicopera
7. THE HOLD STEADY Boys And Girls In America
8. THE WHITE STRIPES Icky Thump
9. RADIOHEAD In Rainbows
10. KLAXONS Myths Of The Near Future
11. BJÖRK Volta
12. BATTLES Mirrored
13. NEIL YOUNG Chrome Dreams II
14. M.I.A. Kala
15. PANDA BEAR Person Pitch
16. GRINDERMAN Grinderman
17. SUPER FURRY ANIMALS Hey Venus!
18. VOICES OF THE SEVEN WOODS Voices Of The Seven Woods
19. FEIST The Reminder
20. BRUCE SPRINGSTEEN Magic
21. ARCADE FIRE Neon Bible
22. BABYSHAMBLES Shotters Nation
23. RILO KILEY Under The Blacklight
24. LES SAVY FAV Let's Stay Friends
25. KINGS OF LEON Because Of The Times

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

ARTE POP #3

ORANGE JUICE
You Can't Hide Your Love Forever
(Polydor, 1982)

Alinhamento:

Falling And Laughing
Untitled Melody
Wan Light
Tender Object
Dying Day
L.O.V.E. Love
Intuition Told Me (Part 1)
Upwards And Onwards
Satellite City
Three Cheers For Our Side
Consolation Prize
Felicity
In A Nutshell

R.I.P.

KARLHEINZ STOCKHAUSEN
1928-2007

Apesar de a triste notícia datar já da passada quarta-feira, dia 5, só hoje o mundo soube do desaparecimento de um dos maiores vultos da música do último século.
Controverso e vanguardista, STOCKHAUSEN ousou extravasar os limites da música dita erudita. A sua influência é notada na obra de um sem número de músicos situados nas franjas da música popular.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O REGRESSO DAS MANAS REPRODUTORAS

Esta notícia implica um exercício de nostalgia que me faz recuar perto de quinze anos no tempo, quando Last Splash era a banda sonora de todo o indie kid que se prezasse.
O dia 7 de Abril do próximo ano é a data apontada para a edição de Mountain Battles, o quarto álbum dos (das?) BREEDERS quase seis anos após Tittle TK.
Neste novo disco, e mais uma vez, a banda das irmãs Deal conta com Steve Albini como um dos produtores de serviço.
No MySpace esteve já disponível para escuta o tema "We're Gonna Rise", canção de uma candura na linha de alguns momentos de Last Splash.

MUSAS INDIE #14

Alguém falou em freak folk...?


JOANNA NEWSOM

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

UMA PEQUENA VÍBORA

Sob o alter ego TINY VIPERS esconde-se Jesy Fortino, uma singer-songwriter de Seattle, herdeira directa de musas folk da dimensão de Karen Dalton e Vashti Bunyan.
As sete faixas que compõem Hands Across The Void, o álbum de estreia pela Sub Pop Records, agradarão sobremaneira aos apreciadores de Joanna Newsom, Jana Hunter ou Cat Power. Porém o ambiente carregado que percorre estas canções, quase gótico, por vezes a fazer lembrar a malograda Nico, garante a Jesy o devido distanciamento em relação à "concorrência".

Tiny Vipers no MySpace

SINGLES BAR #17

MAGAZINE
Shot By Both Sides
(Virgin, 1978)

This and that, they must be the same
what is legal is just what's real
what I'm given to understand
is exactly what I steal
I wormed my way into the heart of the crowd
I wormed my way into the heart of the crowd
I was shocked to find what was allowed
I didn't lose myself in the crowd

Shot by both sides
on the run to the outside of everything
shot by both sides
they must have come to a secret understanding


Após o abandono precoce dos Buzzcocks, Howard Devoto fez-se rodear de alguns dos melhores músicos revelados pela geração punk neste novo projecto, simplesmente denominado MAGAZINE.
Escrita a meias com Pete Shelley, ainda nos tempos dos Buzzcocks, "Shot By Both Sides" é na essência uma canção punk. O traço distintivo advém da mestria dos seus executantes, sobretudo o guitarrista John McGeoch que confere uma generosa dose de tensão ao tema, complemento perfeito à vocalização nervosa de Devoto.
Outro aspecto em que os Magazine levam vantagem em relação aos seus pares, bem patente neste primeiro e mais emblemático single, é a escrita acutilante de Devoto, misto de crítica social e fragmentos poéticos, como alguém disse.

Vídeo de "Shot By Both Sides"