"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 30 de setembro de 2007

I DON'T LIKE SUNDAYS

VASHTI BUNYAN
Lookaftering (Fat Cat, 2005)

A neura de uma tarde/noite de domingo exige por vezes bandas sonoras à medida. Sons serenos que nos afagam o espírito rumo a mais uma semana de labuta.
E quem é VASHTI BUNYAN? Perguntam vocês.
Vashti Bunyan é uma cantora/compositora inglesa que no longínquo ano de 1970 lançou Just Another Diamond Day, o seu primeiro álbum e um marco na história da folk psicadélica. Depois disso, remeteu-se a um longo silêncio que só seria quebrado nos primeiros anos deste século.
Admirada por muitas luminárias da new weird America (Animal Collective, Devendra Banhart, Joanna Newsom), Vashti foi aos poucos saíndo da penumbra através das solicitações para colaborações com alguns dos seus seguidores. Este renascimento culminaria na gravação de Lookaftering, os seu segundo disco, 35 anos após o primeiro. Nele participam Devendra, Newsom, Adem e Adam Pierce (Mice Parade).
Mas é a pureza intacta da voz de Vashti, uma das mais belas que a Natureza nos ofereceu, que torna Lookaftering mais belo dos encantamentos.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

PROG MOUNTAIN

Dos sons ainda pouco se conhece, mas é já possível admirar a capa de In The Future, aquele que em Janeiro próximo será o sucessor do sublime disco de estreia homónimo dos canadianos BLACK MOUNTAIN.
Esta obra de arte ao melhor estilo Roger Dean far-se-á acompanhar de uma rodela com dez temas, entre eles "Stay Free", anteriormente incluído na banda sonora do filme Spider Man 3.
Prog up your life with Black Mountain!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

VIRAGEM À ESQUERDA

Os mclusky e os Jarcrew foram duas bandas galesas, de contornos punky, cuja existência foi infelizmente detectada por muito poucos.
Após o final das respectivas bandas, Andrew Falkous e Jack Egglestone (ambos dos mclusky) uniram-se a Kelson Mathias (Jarcrew) para formar os FUTURE OF THE LEFT.
Em Curses, o primeiro longa-duração dos FotL agora editado pela Too Pure Records, o elemento pop que contaminava a música das bandas de origem é quase suprimido. Em vez disso, os FotL praticam um post-hardcore mais canónico que decerto não irá desagradar aos apreciadores do género.
Future of the Left no MySpace

terça-feira, 25 de setembro de 2007

PODER ATÓMICO

Enquanto por estes lados se aguarda impacientemente pelo terceiro longa-duração dos fabulosos BRITISH SEA POWER, a banda de Brighton anuncia para 8 de Outubro o lançamento de Krakenhaus?, um EP de cinco faixas.
Enquanto não chega esse dia, e a partir de hoje, podem deliciar-se com "Atom", um dos temas do dito EP que podem descarregar gratuitamente aqui. A descarga sónica em questão, que se demarca notoriamente das sonoridades mais épicas do soberbo Open Season (2005), é descrito pelo vocalista Yan assim:
"is about when all the protons, neutrons, electrons and morons get torn from atomic equilibrium to fly around and confuse us. It's kind of about how over analysis leads to more questions than answers, whether with relationships or quantum theory. Apparently, humans are the only animals that can ask 'why'. But, personally experience tells us that doesn't necessarily go hand in hand with understanding 'how'. As it says in the song, 'I just don't get it.'".
Confusos com a descrição? Eu simplifico: IMPERDÍVEL!

RE-CREATION

Em tempos recentes, a londrina CHERRY RED RECORDS tem assumido um papel fulcral na recuperação de muitos tesouros perdidos da época de ouro do indie pop da segunda metade dos oitentas, tanto através de reedições de álbuns, como da publicação de antologias de nomes que merecem ser recordados.
É nesta segunda categoria de discos que se inserem os dois exemplos que se seguem, editados pela subsidiária REV-OLA e recentemente adquiridos por este escriba a um preço extremamente convidativo. Tratam-se de antologias de duas bandas que marcaram os primeiros anos de vida da CREATION RECORDS, ainda longe da consagração da alvorada dos 1990s. Dois casos paradigmáticos de mestria no manuseamento das jangly guitars, essenciais no definir de uma identidade.

BIFF BANG POW!
Waterbomb (2003)
Esta banda, formada em Londres, tinha a particularidade de o seu vocalista ser um certo escocês, de seu nome Alan McGee, que era também fundador e patrão da Creation. E acreditem que o homem não se desenrascava nada mal.
Durante o período de vida (1983-1991) revelaram-se extremamente profícuos, editando diversos discos onde a temática do Amor era quase uma obsessão.
A inspiração provinha de duas fontes distintas: a pop produzida na west coast norte-americana duas décadas antes (Love, The Byrds), a música mod (The Kinks, The Creation, The Jam).
Temas essenciais: "She Paints", "Love's Going Out Of Fashion", "Fifty Years Of Fun", "Someone Stole My Wheels", "The Girl From Well Lane".

THE JASMINE MINKS
The Revenge Of... (2004)
Entre 1984 e 1989, esta banda escocesa foi uma presença assídua nas tabelas indie, então ainda um barómetro do que de melhor se fazia à margem do mainstream.
Com referências em muito idênticas às dos BBP!, mas praticantes de um som mais rugoso, os THE JASMINE MINKS iam também beber aos sons de apelo mais pop nascidos no seio do movimento punk (Subway Sect, Buzzcocks). Na fase mais avançada da carreira, a sua música surge marcada por um elemento soul bem vincado que remete obviamente para os conterrâneos Orange Juice. A mensagem era por vezes, e à semelhança dos contemporâneos McCarthy, algo politizada, no que constitui uma clara influência nos Manic Street Preachers.
Temas essenciais: "Cut Me Deep", "Work For Nothing", "Think!", "Ghost Of A Young Man", "Cold Heart", "Soul Station", "What's Happening!".

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

SINGLES BAR #15

ART BRUT
Emily Kane (Fierce Panda, 2005)

I was your boyfriend when we were 15
It's the happiest that I've ever been
Even though we didn't understand
How to do much more than just hold hands

Os dois singles anteriores ("Formed A Band" e "Modern Art") já tinham dado o mote. "Emily Kane" era a confirmação da verve afiada de Eddie Argos, uma espécie de Luke Haines para o novo século, menos dandy, mais punky.
Se nos temas antes citados os alvos deste humor cáustico tinham sido, respectivamente, as ambições mainstream de muitas contemporâneas e os mais recentes conceitos da Arte, "Emily Kane" era uma dedicatória ao primeiro amor (o tal que não outro igual). Num tom profundamente cockney, Mr. Argos, meio aparvalhado, meio ingénuo, discorria sobre aquela que, apesar da longa ausência (10 years, 9 months, 3 weeks, 4 days, 6 hours, 13 minutes, 5 seconds), continuava a ocupar um lugar muito especial no seu coração. Ficção? Realidade? Apenas ironia? A ambiguidade dominante não permite tirar conclusões.
Descendentes directos das bandas mais desempoeiradas do período post-punk (Wire, The Fall), com estes pequenos petardos que nunca ultrapassam os três minutos de duração, os Art Brut prometiam ser um dos mais interessantes projectos surgidos em Terras de Sua Majestade na década corrente. Os dois álbuns até à data cumprem a promessa.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

MUSAS INDIE #9

Antecipando a chegada do Outono (the fall, em inglês), uma musa de outras eras:

BRIX SMITH

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A CASA DA PRAIA

Ele chama-se Alex Scally, ela chama-se Victoria Legrand. Em conjunto são os BEACH HOUSE, cujo primeiro álbum, homónimo, datado do ano passado rendeu largos encómios em muitas publicações especializadas.
Recorrendo apenas à guitarra, às teclas e à voz, o resultado final de Beach House é lindo de morrer. Imaginem um encontro entre os Galaxie 500 e os Mazy Star numa praia do Hawaii ao fim da tarde e ficam com uma ideia. Música propícia a esta época do ano, portanto.
Depois do culto que gerou nos Estados Unidos, o registo de estreia deste duo de Baltimore tem finalmente distribuição na Europa através da Bella Union de Simon Raymonde. Pelos vistos, o ex-Cocteau Twins continua com a pontaria afinada.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

PEDIDO PÚBLICO DE SUBSCRIÇÃO

Associando-se à cruzada da camarada Extravaganza com vista à vinda dos iLiKETRAiNS ao burgo, esta casa pede humildemente a todos os seus confrades um singelo contributo. Para tal, basta pedincharem AQUI.
A título adicional, informo que Elegies To Lesson Learnt, o primeiro álbum da banda de Leeds chega às lojas a 1 de Outubro. Entretanto "The Deception", o single de aperitivo, já anda a deliciar os ouvidos mais atentos.

DISCOS PE(R)DIDOS #14

CUL DE SAC
Ecim (Northeastern, 1992; Reedição Strange Attractors, 2006)

Formados em Boston pelo guitarrista Glenn Jones e pelo manipulador de sons Robin Amos, os CUL DE SAC contavam ainda nesta sua primeira formação com mais alguns nomes de créditos firmados no underground americano da década de 1980.
Para além de serem todos músicos experimentados e de elevado pendor tecnicista, os elementos dos Cul de Sac eram também profundos conhecedores das mais diversas músicas. É aliás, esta característica que faz de Ecim um caldeirão para onde convergem estilhaços de sons de diferentes proveniências: kraut rock, noise, música árabe, math rock, psicadelismo...
Não obstante toda esta profusão de linguagens distintas, e sendo um disco basicamente instrumental, Ecim surpreende sobretudo por ser, simultanemente, uma obra vanguardista, lúdica e acessível.
Para além da excelente contribuição de todos os músicos, com Jones à cabeça obviamente, as participações de elementos externos deixa também a sua marca. Dredd Foole tem duas prestações vocais irrepreensíveis: a primeira nos uivos que marcam o vertiginoso "Homunculus", a segunda na insólita versão de "Song To The Siren", tema que evoca em igual medida a fantasmagoria do original de Tim Buckley e o éter da versão dos This Mortal Coil. Por sua vez, Phil Milstein é o responsável pelo "tratamento" de uma récita de Nico no tributo à diva levado a cabo em "Nico's Dream". Por falar em tributos, Ecim tem também o seu lado rootsy na versão de "The Portland Cement Factory at Monolith, California" de John Fahey, o lendário guitarrista que viria a colaborar com a banda alguns anos mais tarde.
As três faixas extra da recente reedição mais não fazem do que engrandecer uma obra já de si indispensável.
Um pouco à semelhança de Spiderland dos Slint um ano antes, Ecim é um disco que pode ter passado despercibido à data da sua edição, mas que, marcou de forma indelével a produção musical subsequente. Sim, e estou-me a referir àquilo a que se convencionou chamar post rock...
Apesar de os Cul de Sac se manterem ainda em actividade, e de terem já no seu currículo outros excelentes discos, o pioneirismo de Ecim, esse, permanece imbatível.

domingo, 16 de setembro de 2007

PSICOTERAPIA

O próximo dia 27 assinala o fim do deserto de motivos de interesse que tem sido a programação musical da Zé dos Bois (ZdB) nos tempos mais recentes. Nesse dia, os nova-iorquinos Psychic Ills sobem ao palco da ZdB para exibir o seu rock hipnotizante e vagamente psicadélico apreendido nas melhores escolas shoegaze. A coisa está marcada para as 23 horas (com os atrasos do costume, obviamente) com a primeira parte a cargo dos CAVEIRA, o (agora) duo de Pedro Gomes e Joaquim Albergaria que é já uma presença assídua naquela casa.
Um dia antes, os Psychic Ills passam pelo Passos Manuel no Porto.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

2 GALANTES

Com um nome sacado a um conto de James Joyce, os TWO GALLANTS são um duo californiano praticante de um indie rock lo-fi profundamente enraizado na música tradicional norte-americana.
Este ano já nos deram The Scenery Of Farewell, um excelente EP que mais não é do que o aperitivo perfeito para Two Gallants, o terceiro longa-duração a editar pela Saddle Creek no próximo dia 24.
Pela amostra, parece que do coração da América profunda continua a jorrar muito negrume em formato canção.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

DE UM TEMPO AUSENTE - 2.ª Parte

Uma boa parte da humanidade continua a ignorar a passagem dos Orange Juice por este mundo. Não obstante a indiferença, em inícios da década de 1980, este combo escocês, juntamente com os conterrâneos Josef K e Aztec Camera, ao misturar em doses iguais o funk dos Chic e a vertigem dos Velvet Underground, lançou as bases daquilo que viria a ficar conhecido como indie pop. Bandas como os Belle & Sebastian, The Smiths, ou The Wedding Present, decerto que estarão gratos por este feito.
Enquanto existiram, os Orange Juice nunca esconderam que perseguiam o sucesso. Este, no entanto, esteve perto mas virou-lhes as costas.
Iguais intentos tinha EDWYN COLLINS quando, em 1989, iniciou uma carreira a solo. Ainda que fugazmente, o sucesso haveria de lhe sorrir: corria o ano de 1994 e "A Girl Like You", uma cançoneta pop perfeita, soulful até mais não, tornava-se um hit planetário. Seria o seu primeiro e último.
Quando, há pouco mais de dois anos foi vítima de uma hemorrogia cerebral, pensou-se que as sequelas o iriam calar para sempre. Mas, como bravo escocês que é, Edwyn Collins iniciou um programa de reabilitação que lhe permitiu concluir Home Again, o álbum a editar pela Heavenly Records na próxima semana. E é bom saber que aquela voz que parece carregar o peso do mundo continua não só intacta, como também mais madura e sentida.
Wellcome back, Edwyn!
Edwyn Collins no MySpace

UM LAMENTÁVEL APARTE

Com os exemplos vindos deste homúnculo, não admira a fama que a selecção dele tem por esse mundo fora.
O fim parece estar próximo. Thank God!
Mas quem foi que segurou o Dragutinovic? Não é justo!
Post scriptum: Para manter o nível em alta, após a flash interview aqui do sujeito, o nosso serviço público de televisão, presenteia-nos com uma análise ao jogo Portugal-Sérvia nas palavras sábias de Paulo Bento. Obrigado RTP!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

DE UM TEMPO AUSENTE - 1.ª Parte

Houve um tempo em que, no mundo da canção pop, as vozes e as palavras atiravam para segundo plano a imagem dos músicos e das bandas. Apesar da ditadura do superficial que vigora no momento presente, uns quantos desalinhados teimam em lembrar-nos que esse tempo existiu de facto.
Aquilo que lhes trago hoje é um desses bravos resistentes, para amanhã fica prometido outro.

Os primeiros sinais de alguma visibilidade de RICHARD HAWLEY no mundo da música deram-se enquanto membro dos Longpigs, banda da segunda linha da britpop. Após o final desta aventura, mergulhado numa espiral de drogas e álcool, Hawley recebe o convite do amigo Jarvis Coccker para fazer parte da formação de palco dos Pulp nos espectáculos de promoção a This Is Hardcore.
Enquanto se torna um guitarrista de sessão cujos serviços são basatante requisitados por outros músicos, Hawley inicia também um carreira a solo, já com vários discos editados, todos eles marcados por uma voz profunda de crooner, numa indisfarçada devoção a Lee Hazlewood e Scott Walker.
O recém-editado Lady's Bridge (Mute) é já o quinto desses discos. Nele encontramos mais onze canções de recorte clássico, entre as quais mais um punhado de odes apaixonadas a Sheffield, a cidade-natal. A reboque do delicioso single "Tonight The Streets Are Ours", Lady's Bridge viu-se catapultado para os lugares cimeiros dos tops britânicos, o que, para quem há uns anos ponderava abandonar a música, não é nada mau.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

EM ESCUTA #18

LIARS
Liars (Mute, 2007)

Depois das experiências conceptuais (e incompreendidas) dos dois registos anteriores - temáticas em They Were Wrong So We Drowned, sonoras em Drum's Not Dead -, os Liars voltam a baralhar todos aqueles que seguem a sua carreira, criando o álbum mais atípico e diversificado até à data.
Senão vejamos: "Plaster Casts Of Everything" e "Cycle Time" vão sacar riffs pesadões a um certo rock dos setentas; "Houseclouds", com batida dançante e voz em falsetto, é um número de hip hop transviado digno de um Beck de outras eras; os abstraccionismos de "Leather Prowler" e "The Dumb In The Rain" são um claro sinal da relação de proximidade estabelecida com os Deerhunter em digressões conjuntas; "Sailing To Byzantium", em regime downtempo, introduz a palavra beleza no lêxico dos Liars; "Freak Out" e "Pure Unevil" poderiam muito bem ter saído das sessões de Psychocandy dos Mary Chain; "Protection", com carradas de órgão, encerra o disco em tom contemplativo e poderá apontar algumas pistas para o futuro... ou não...
Como elemento unificador do todo, as texturas dos onze temas de Liars dão um especial ênfase às guitarras.
Já com quatro discos no activo, todos diferentes entre si, e por paradoxal que isso possa parecer, diria que é esta errância que faz dos Liars uma das bandas mais coesas e fascinantes deste novo século. Um dia, acreditem, tudo irá fazer muito sentido.

sábado, 8 de setembro de 2007

DOCE DA CASA

ANIMAL COLLECTIVE
Strawberry Jam (Domino, 2007)

Aproveitando uma maior afluência de pessoas aos centros de consumo durante os fins-de-semana, uma cadeia de venda de música e de outras tralhas tem por hábito colocar alguns discos à venda antes da data oficial prevista. É só graças a atropelos à Lei deste género que a espera impaciente por Strawberry Jam, o novo rebento dos Animal Collective, se vê encurtada em dois dias.
Depois de três audições em regime non stop, é já possível tirar algumas ilações deste disco que, certamente, me irá acompanhar nos próximos tempos:
  • Strawberry Jam é o passo natural rumo a uma maior acessibilidade encetada no anterior (e genial) Feels;
  • as hamonias vocais a la Beach Boys mostram-se irresistíveis e ganham cada vez mais espaço;
  • apesar de um maior recurso às electrónicas, é na percussão pujante de Panda Bear que se denota um maior sentido evolutivo;
  • para já dois temas a reter: o já conhecido "Peacebone" e "For Reverend Green".
Agora é deixá-lo amadurecer...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

UMA VISÃO (PARCIAL) DA QUEDA

Reunir a discografia completa dos The Fall será tarefa herculeana (e dispendiosa) mesmo para o mais dedicado dos seguidores. Afinal são já trinta anos de edições em catadupa!
Compilação que abranja este manacial de música de forma satisfatória, devido às constantes mudanças de editora, só conheço uma: 50,000 Fall Fans Can't Be Wrong (Sanctuary, 2004) que, curiosamente, nunca vi à venda por cá.
Face a estas dificuldades, eis como, com dedicação e alguma dose de selectividade, consegui ficar com uma visão abrangente da imensa obra de Mark E. Smith e sus muchachos (muitos, diga-se), desde os primeiros passos até ao súbito "renascimento" neste novo século (em quatro disquinhos apenas):

It's The New Thing! - The Step Forward Years (Castle, 2003)
Representativa do período passado na Step Forward (1978-1980). São os primeiros tempos de uma banda que, apesar de alguma inexperiência, ganhava visibilidade (e marcava a diferença) no cenário post-punk britânico.


Totally Wired - The Rough Trade Anthology (Castle, 2002)
O crescimento dos The Fall foi assinalado com a tranferência para a mais importante editora independente de então, pela qual tiveram duas passagens (1980-82 e 1983), devidamente documentadas nesta compilação dupla.



458489 A Sides (Beggars Banquet, 1990)
Entre 1984 e 1989 os The Fall viveram o seu período de maior sucesso comercial, com algumas aproximações aos tops mainstream. Esta compilação reúne os singles editados nesse intervalo pela Beggars Banquet. Como complemento, existe também uma colecção de lados B.


A World Bewitched (Artful, 2001)
A década de 1990 é assinalada por algum ocaso mediático, não obstante o fulgor criativo se ter mantido intacto. Curiosamente, foi neste período que os The Fall passaram por uma multinacional. No segundo CD desta compilação há uma interessante recolha de algumas participações de Mark E. Smith em discos alheios (Elastica, Inspiral Carpets, Edwyn Collins, Badly Drawn Boy).

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

UM CEMITÉRIO PARA GENTE ESTRANHA

Auto intitulam-se "the loudest band in New York" e não devem estar muito longe da verdade. Além disso, respondem por um nome tão apelativo como A Place To Bury Strangers e são uma das mais arrojadas propostas de recuperadores daquela estética sonora que, na alvorada dos noventas, nos pôs a contemplar a biqueira dos sapatos.
Têm um álbum homónimo de edição limitadíssima que, a julgar pela amostra, vale mesmo a pena adquirir, roubar, sacar, partilhar, pilhar... Vale mesmo tudo, desde que seja para o ter!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

SINGLES BAR #14

DINOSAUR JR.
Little Fury Things (SST, 1987)

A rabbit falls away from me, I guess I'll crawl
A rabbit always smashes me, again I'll crawl
Tried to think what's over me, it makes me crawl
Then she runs away from me, faster than I crawl

Aos Dinosaur Jr. bastaria "Freak Scene", o tema histórico que lançou as premissas do som grunge e que abre o álbum Bug (1988), para garantirem um lugar na história.
Porém, um ano antes, servindo de porta de entrada em You're Living All Over Me, o influente trio de Boston deu a conhecer ao mundo aquela que é a canção que melhor sintetiza toda a filosofia inerente à sua música.
"Little Fury Things" abre com uma guitarra bem alta e distorcida à qual se juntam os gritos de um Lou Barlow que mais parece possuído. Após esta espécie de intro, a melodia serena sem reduzir no volume das guitarras. A letra de J Mascis, ainda um jovem recém-entrado na idade adulta, cantada pelo próprio com a preciosa ajuda de Lee Ranaldo dos Sonic Youth, é uma das formas de traduzir o desespero em poucas palavras. Depois de anos a fio a ouvir este tema repetidas vezes, aquela interpretação in vivo em Paredes de Coura ainda ressoa na minha cabeça, tal a intensidade da experiência.
Por contraponto ao tema principal, o lado B deste single apresenta dois temas bem distintos: "In A Jar", uma canção semi-acústica herdeira directa do legado de Neil Young e igualmente incluída em You're Living..., e "Show Me The Way", versão dessa aberração original de Peter Frampton que tem tanto de puro gozo como de exemplo da falta de preconceitos deste trio maravilha.
Vídeo de Little Fury Things

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

VIDA DE SOLTEIRO

Enquanto esperamos pelo segundo Black Mountain (Janeiro de 2008 é a data prevista, apontem), Stephen McBean presenteia-nos com mais uma pérola do alter ego Pink Mountaintops. Trata-se de Single Life, um 7" com edição exclusiva em vinilo.
O tema-título, disponível no MySpace, é mais uma daquelas peças de rock narcótico de reminiscências setentistas na linha do fabuloso Axis Of Evol, o álbum do ano passado. Sobre o b-side "My Best Friend" o sítio da Jagjaguwar diz tratar-se do mais belo pedaço de música saído da pena de McBean.
A fazer fé no bom gosto destes tipos, é correr minha gente, pois a coisa é de edição limitada e já saiu em Fevereiro! Eu tropecei num exemplar há poucos dias, não vou é dizer aonde...

MUSAS INDIE #8

Só para lembrar que já anda a rodar por aí Challengers, o novo da seita da Nova Pornografia. Apesar de não atingir o fulgor do opus Twin Cinema (não era fácil, diga-se), a coisa proporciona vários momentos de puro deleite auditivo.

NEKO CASE

domingo, 2 de setembro de 2007

HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

Os Psychic Ills são um quarteto nova-iorquino praticante de uma música que vai beber directamente às sonoridades shoegaze que, no início da década passada, serviram de banda sonora aos sonhos de milhões de teenagers.
Ao contrário da maioria das bandas actuais que recuperam os mesmos sons num contexto assumidamente pop, e à semelhança dos noruegueses Serena Maneesh, os Psychic Ills patenteiam uma enorme vontade de experimentação na sua música, densa e hipnótica, evocando nomes incontornáveis como My Bloody Valentine e Spacemen 3.
Têm no seu currículo o álbum Dins (The Social Registry, 2006) e um par de 12" de edição limitada e que foram agora reunidos pela mesma editora na compilação Early Violence. Ao todo, esta edição oferece-nos oito temas altamente recomendáveis a todos os cultores do género.
Psychic Ills no MySpace

sábado, 1 de setembro de 2007

SMITHOLOGY

Auscultada a voz do povo, estamos neste momento em condições de divulgar os dez mais dos fab four mancunianos, isto é, na opinião dos abrilistas. Apesar de algumas abstenções imperdoáveis, pode-se dizer que foi um acto eleitoral bastante participado e, por isso, queria aqui deixar a todos os votantes os meus sinceros agradecimentos.
Em formato contdown, os resultados:

10. GIRLFRIEND IN A COMA
9. I KNOW IT'S OVER
8. ASK
7. THE BOY WITH THE THORN IN HIS SIDE
6. WHAT DIFFERENCE DOES IT MAKE?
5. LAST NIGHT I DREAMT THAT SOMEBODY LOVED ME
4. THIS CHARMING MAN
3. PANIC
2. THERE IS A LIGHT THAT NEVER GOES OUT
1. HOW SOON IS NOW ?

HOJE HÁ...